Papeis de sedutor fazem Oscar Magrini cair no gosto feminino

Por - 09/03/13 às 10:09

Pedro Paulo Figueiredo/ Carta Z Noticias

Oscar Magrini está sempre agitado:  "Acho que sou hiperativo desde moleque", conta.

A fala acelerada e o jeito extrovertido contrastam com seu personagem em Salve Jorge, o austero Coronel Nunes. A maior semelhança, talvez, seja o sucesso com o público feminino.

"Só eu sei o que escuto e não posso contar em uma entrevista", tergiversa o ator.

Aos 51 anos, o ator se sente à vontade com o assédio, que já dura muito tempo. Em 1996, quando interpretou o vilão Ralf, em Rei do Gado, conquistou fãs pelo jeito cafajeste do personagem. Agora, mesmo 17 anos depois, mexe com outro imaginário das mulheres: um homem de farda, com direito a um imponente bigode.

Acostumado a interpretar tipos sedutores, Oscar Magrini cai no gosto feminino"É um reconhecimento do trabalho, um carinho. Mas, se elas puderem falar umas besteiras e fazer uns convites audaciosos, elas fazem. Hoje eu digo: 'Gente, eu sou um senhor'. Mas elas respondem:'Senhor? É de um senhor desse que estou precisando lá em casa'", diverte-se.

O Fuxico: O estereótipo de galã acompanha você desde que interpretou o vilão Ralf, em Rei do Gado. A que atribui essa escalação recorrente?

Oscar Magrini: Acho que tem esse apelo por causa da minha postura, do jeito, da cara de homem. Isso eu escuto das mulheres e fico até envaidecido e muito contente, porque é o público que escolhe e dá essas opiniões. Quando é uma pessoa ou duas, você pode achar "ah, é amigo", mas são pessoas distintas, de lugares distintos. Eu fiz um trabalho, que foi o Ralf de Rei do Gado, em 1996, que marcou tanto, que as mulheres olham para mim e dizem: "Nossa, você tem uma cara de safado". Mas agora estou fazendo um personagem que me dá a possibilidade de mostrar um trabalho sem ser aquela coisa do sacana. Estou muito satisfeito porque me dá a chance de fazer uma coisa diferente.

OF: Você está com 51 anos e a possibilidade de interpretar "garanhões" um dia vai acabar. Está preparado para quando isso acontecer?

OM: Tudo o que é demais prejudica e nada é para sempre, a não ser a fé em Deus, que tem de ser muita mesmo. Eu já tive 20, 30, 40, estou na fase dos 50 anos. Quando fiz 40, pensei: "Nossa, 40 anos". Mas foi ótimo, não doeu. Eu penso assim: quando eu tiver 60 e tantos anos, posso querer fazer um Ricardo III, de Shakespeare, com 70, posso fazer outro. Enquanto Deus me der saúde, quero fazer bem minha profissão que eu amo de paixão, que é atuar. E o que eu puder passar para essa molecada que está chegando, vou fazer com o maior carinho.

OF: Seu personagem em Salve Jorge é um oficial de alta patente no Exército Brasileiro, um Coronel. Como foi feita sua preparação e como tem sido a reação das pessoas de dentro do exército?

OM: Nós fizemos "workshops" e ficamos uma semana lá na Aman, a Academia Militar das Agulhas Negras, treinando, sabendo tudo sobre cavalaria, blindados… E o elogio maior foi quando o general da Aman me ligou e disse: "Magrini, você está ótimo, não mexe em nada, você está fazendo isso perfeito". É o reconhecimento vindo do exército brasileiro. Fico muito contente por mostrar um cara sério. Quem me conhece fala assim: "Você não é nada disso, está muito sério".

OF: P – Você já integrou o elenco de mais de 20 novelas. Em que momento de sua trajetória teve a certeza de que estava no caminho certo?

OM: O primeiro foi quando fiz o Ralf, de Rei do Gado. Na sequência, o Silvio de Abreu me chamou para fazer um personagem, e falou: "Não vai esperando o mesmo sucesso do Ralf". Foi o Johnny Percebe, o Gustinho, de Torre de Babel, de 1998. Porque com o Ralf era assim: "Aquele ator, aquele que fez o Ralf, como é o nome dele?". Com o Gustinho já era o Oscar Magrini, que era completamente diferente do Ralf, era uma comédia. Foi fantástico, um baita sucesso, eu adorei fazer.

OF: Entre todas as novelas que você participou, duas foram em Portugal: Ganância e Senhora das Águas, de 2001. Como surgiu o convite e como foi trabalhar no exterior?

OM: Foi maravilhoso. Tive um convite de uma autora, Lúcia Abreu, uma amiga minha. Era para fazer uma novela, acabou fazendo sucesso, fiz duas. No meio da novela "Ganância", da Lúcia, um outro autor, da RTP1, queria porque queria o "Óscar" Magrini – eles não pronunciam o "ô". Conversamos com o autor, com o diretor da SIC (emissora que transmitia a novela "Ganância"). Conclusão: mataram meu personagem. Eu tive 20 dias de folga e fui ser protagonista em Senhora das Águas, da RTP1, fazendo o personagem Lucas Lobo. Foi muito bacana. Fiquei um ano em Portugal, fiz muitos amigos e até hoje tenho portas abertas lá.

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