Petrônio Gontijo diz que Máscaras o engrandeceu como ator e pessoa
Por Redação - 21/09/12 às 08:24
Natural de Varginha, Minas Gerais, Petrônio Gontijo se comportou como um típico mineiro com seu personagem em Máscaras. Aos poucos, Décio foi ganhando posição de destaque na trama. Como quem não quer nada, o personagem entrou na história: um psiquiatra e amigo íntimo da família de Otávio Benaro, de Fernando Pavão, protagonista do folhetim.
"Eu sempre soube que ele tinha um mistério, mas gravava sem saber qual era. Vejo o Décio como um personagem em aberto", reflete o ator.
Mas, com todas as mudanças que a trama de Lauro César Muniz sofreu ao longo do tempo, a personalidade de Décio também se alterou. Ao transformar o bom sentimento por Maria, protagonizada por Miriam Freeland, em paixão obsessiva, Décio passou a flertar com a vilania.
"A obsessão surgiu, mas ele lidou de forma interessante, em que o próprio médico reconhece a doença, passa por cima do orgulho e pede ajuda", defende.
Antes de toda essa análise sobre o personagem e de estrear na tevê, Petrônio deu base à carreira de ator através do teatro. No entanto, logo no primeiro trabalho diante das câmaras, atuou como protagonista, em Salomé, da Globo, em 1991. Até hoje, em sua carreira, já somam-se 18 novelas, nove filmes, além de diversas peças teatrais. Em 2011, após terminar o trabalho na Globo como o Beto de Insensato Coração, o ator assinou novamente um contrato longo com a Record.
Embora o momento atual esteja voltado para a tevê, o ator confessa que não vê a hora de voltar para os palcos.
"Faz um tempo que não faço teatro. Estou me dedicando ao trabalho televisivo, então acredito que a próxima peça será interessante e inovadora", torce.
O Fuxico – Máscaras está na reta final. Qual o balanço deste trabalho para você?
Petrônio Gontijo – Foi uma novela que me engrandeceu como ator e como pessoa. Ela me aproximou de colegas de trabalho, pois tivemos de estar muito unidos para fazê-la. A história fez com que eu refletisse melhor sobre a comunicação com o público. Se este não entende a mensagem, não estamos fazendo nada. A comunicação é fundamental. Por isso, passei a olhar com mais atenção para os telespectadores. Passamos por dificuldades, mas todos se esforçam para contar bem a história para o público até o final. Agora o Lauro está juntando as peças desse quebra-cabeça. Ele nos surpreendeu ao longo da trama. E o que ainda pode acontecer é uma incógnita.
OF – O próprio nome da novela dá a entender que os personagens têm seus mistérios, e que podem mudar radicalmente no decorrer da trama. Como foi compor algo assim?
PG – Tive prazer em trabalhar assim. Acho que o fato de não saber o que vai acontecer é característica de qualquer folhetim. Tudo pode acontecer em uma novela. Mas, para fazer um personagem misterioso, é preciso estar atento com a coerência do autor e do próprio papel. O Décio, por exemplo, desde o começo apresentou dubiedade. Ele carregava um mistério, que era a relação que ele teve com a paciente, quando ela estava no cruzeiro para se recuperar do trauma. Isso o atordoava, fazia com que ele se sentisse desvalorizado como pessoa e como médico.
OF – Você costuma escolher músicas para explicar os seus personagens. Qual é a canção que melhor fala sobre o universo do Décio?
PG – Sangues e Pudins, do Fagner. A letra tem certa melancolia que o meu personagem também carrega. Ele é um personagem sem muita explicação. Até hoje não foi dito de onde veio ou para onde vai. Devido às dificuldades que ele teve e o segredo que ele carregava, passou a ter a característica da solidão, que é o que a música traz. Eu costumo escolher canções porque acredito que elas dão contorno aos sentimentos, o que me ajuda a desvendá-los e lidar bem com eles. Através da música que escolho, consigo me aproximar mais do estado emocional do personagem.
OF – O seu último trabalho na tevê antes de Máscaras foi na Globo, com o Beto de Insensato Coração. O convite do Lauro para fazer a novela teve influência na sua decisão de assinar contrato longo com a Record?
PG – Aconteceu tudo junto. Quando o meu contrato na Globo acabou, no final de 2011, a Record me convidou e eu não vi motivos para não aceitar. Logo depois, veio o convite do Lauro e eu já tinha tido uma experiência positiva com ele em Poder Paralelo. Fiquei feliz com o chamado da casa, revi amigos e estou tendo esse trabalho que tem sido ótimo para mim, porque atuei com pessoas muito boas. Já havia trabalhado com o Ignácio Coqueiro. Com a mudança de direção, tive a oportunidade de trabalhar com o Edgar Miranda.
OF – O que você planeja para depois da novela?
PG – Voltar ao teatro, lugar onde me formei como ator. Fiz teatro a minha vida toda, então como estou há quatro anos longe dos palcos, quero voltar. Com a minha ida para a Globo e, depois, a volta para Record, fiz muito trabalhos seguidos e me afastei um pouco do teatro. Estou estudando os textos que tenho. Em breve vou decidir qual peça fazer.
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