Planet Hemp anuncia fim da banda e turnê de despedida após 30 anos de polêmicas

O Planet Hemp confirmou na terça-feira, 17 de junho, que vai encerrar oficialmente suas atividades. A banda, ícone da música nacional, anunciou sua turnê final com o nome “A última ponta”, após três décadas de trajetória marcada principalmente por letras engajadas, experimentações musicais e polêmicas.

Planet Hemp havia pausado e retornou em 2022

“A gente já fez o que tinha que fazer”, declarou Marcelo D2 em entrevista coletiva, primeiramente. Em seguida, completou: “É o momento de plena consciência, de parar a banda”.

No comunicado oficial, publicado nas redes sociais, o grupo escreveu: “O Planet Hemp vai acabar! Depois de mais de 30 anos fazendo muita fumaça e história, o Planet Hemp anuncia a sua turnê final. Não tá ligado na missão?”.

Criado em 1993, no bairro do Catete, zona sul do Rio de Janeiro, o Planet surgiu com Marcelo D2, Skunk, Rafael, Formigão e Bacalhau. Com o passar dos anos, entretanto, o coletivo também contou com figuras como BNegão e Black Alien, que ajudaram a consolidar a identidade sonora do grupo.

Ao longo da carreira, a banda lançou quatro álbuns de estúdio e desse modo ficou conhecida por abordar temas como racismo, opressão policial, descriminalização da maconha e desigualdade social. A mistura entre hip hop, rock, reggae, samba e jazz transformou o Planet Hemp em uma das formações mais influentes do rap nacional.

Planet Hemp teve reparo histórico no Rock in Rio

Após uma separação conturbada em 2001, motivada sobretudo por desentendimentos internos, o Planet Hemp voltou a lançar músicas inéditas apenas em 2022, com o álbum “Jardineiros”. O disco marcou a retomada da crítica social afiada, abordando desde questões políticas até a defesa da legalização da cannabis — marca registrada da banda desde o início.

Em 2024, o grupo celebrou 30 anos de história com o espetáculo “Baseado em Fatos Reais: 30 Anos de Fumaça”. Na mesma temporada, a banda subiu ao palco do Rock in Rio pela primeira vez, num momento simbólico. O festival corrigiu uma ausência sentida em 2001, quando o álbum A Invasão do Sagaz Homem Fumaça havia acabado de sair, mas o grupo ficou de fora da programação.

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O show no Rock in Rio destacou desde o ativismo ambiental — com menções à floresta queimada — até os tradicionais versos em defesa da legalização da maconha. O clima da apresentação reforçou a força política e cultural do Planet Hemp, que, nas palavras de Marcelo D2, “acabou virando o movimento”.

Agora, com dez apresentações programadas para a turnê final, a banda se despede do palco nacional, encerrando um ciclo que atravessou três décadas, diferentes gerações e inúmeros debates sociais.

Confira a agenda da turnê de despedida

• 13/9 – Concha Acústica (Salvador)
• 20/9 – Classic Hall (Recife)
• 3/10 – Live Curitiba (Curitiba)
• 4/10 – KTO Arena (Porto Alegre)
• 12/10 – P12 (Florianópolis)
• 17/10 – Goiânia Arena (Goiânia)
• 18/10 – Arena BRB (Brasília)
• 31/10 – Befly Hall (Belo Horizonte)
• 8/11 – Farmasi Arena (Rio de Janeiro)
• 15/11 – Allianz Parque (São Paulo)