Preconceito fez Solange Almeida pensar em desistir da carreira

Por - 20/01/20 às 08:15

Reprodução/TV Globo

Um dia, bem antes de sagrar-se a cantora de sucesso que é atualmente, Solange Almeida preconizou: ainda participaria do quadro Arquivo Confidencial, que desvenda a vida de famosos no Domingão do Faustão. E na noite de domingo (19) o sonho se realizou. A cantora recordou que, durante uma passagem por Natal, no Rio Grande do Norte, em 1997, fez esse comentário com um amigo e ele, na época, disse que ela estava doida.

"Não estou acreditando que isso está acontecendo. Fausto, você acredita que, em 1997, eu estava vendo o seu programa e disse: 'Um dia eu ainda vou para o Arquivo Confidencial'. Agora estou aqui, as palavras têm poder. Acredite nos sonhos, que você consegue. Deus é sempre bom", disse, chorando.

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Destaque na última edição do Show dos Famosos, a artista contou que passou dificuldades para ter o que comer em casa.

"Você dizia muito que ainda ia participar do Faustão e hoje você está aí… Eu sei que o começo foi difícil e você passou por muitas dificuldades. Chegava dos shows, abria a geladeira e não tinha muito o que fazer em relação à alimentação para os seus filhos e você me ligava: 'Kellyson, eu não tenho muita coisa aqui, o que eu faço?'", contou o amigo dela, Kellyson de Medeiros.

"Vou ser grata o resto da minha vida, passei perrengues mesmo. Ele foi amigo de todas as horas", destacou Solange.

Forma física foi grande desafio

Solange também contou que já sofreu muito preconceito por sua aparência. A cantora era gordinha e já pesou 120 quilos.

"Aconteceu um fato que me marcou muito. Eu era gordinha, desci do avião, estava toda feliz, era a primeira vez que eu ia estar na cidade. Quando chego no aeroporto, tinha um grupinho que disse assim: 'Cadê a Solange? Quero conhecer a Solange'. Disseram: 'É aquela ali?'. 'Ai, não acredito que passei duas horas para ver uma baleia descer do avião.'"

Por conta de sua aparência, as oportunidades de trabalho eram escassas.

"Tinham bandas que não me queriam. Era muito preconceito. Tinha uma banda, antes do Aviões, que tinha uma certa visibilidade, estava sempre fazendo programa de TV. Uma música que gravei estava fazendo sucesso, uma versão da Celine Dion. Fui em um programa de TV e disseram assim: 'Você não vai entrar, quem vai dublar a sua voz é a cantora bonita'. Falei: 'Ela não vai. Se ela entrar, eu quebro tudo'. A menina não entrou me dublando, mas eu também não entrei. Eu mandava fita e pediam foto. Eu falava: 'Você quer uma cantora ou uma modelo?'. Muita gente deixou de me contratar porque via que eu era gordinha".

Diante de tantas barreiras, ela pensou em desistir. E foi justamente quando a apareceu a chance que mudaria sua história.

"Perdi todas as minhas expectativas. Eu disse: 'Agora vou amarrar as minhas chuteiras, não vou mais cantar, não vou enfrentar público mais'. Não queria ser cantora de frente, queria ficar resguardada no estúdio. Aconteciam coisas terríveis. De tanto apanhar, resolvi ficar no meu cantinho. Foi aí que surgiu a proposta de ir para o Aviões do Forró."

Mesmo já magra, a artista teve que enfrentar o preconceito em outra vertente.

"Teve um show em especial, no sul do país, quando eu entrei para cantar – nessa época eu já estava magra – tinha um grupinho de pessoas e, em uma dessas leituras labiais, vi aquelas pessoas falando sobre mim: 'Um bando de mulher feia'. Parei o show e disse: 'Ei, se somos feias, por que estão aqui?' Coloquei todo mundo para fora."

Apelido de infância

Durante a exibição do quadro, uma gravação destacou Solange cantando em uma emissora de rádio, aos seis anos de idade, Alagoinhas, na Bahia. E seu apelido de infância foi revelado.

"Eu tô lembrando de um apelido que você tinha… O apelido dela era pomba, uma ave da paz, do bem. Ela tinha esse jeitinho de voar. Falei para o pai dela: pode investir, que ela vai ser uma artista", contou o tio Vital Pereira, que a incentivou no início da carreira.

A perda da mãe

Solange se emocionou também com o depoimento de seu pai, Paulo Leôncio Pereira. Ele falou sobre a relação da filha com a mãe, já falecida.

"Elas sempre se deram muito bem… Se ela estivesse vendo a Solange hoje, seria a maior satisfação dela".

"O dia do falecimento da minha mãe, eu estava em Salvador, saí do hospital, estava desnorteada. Quando eu desci do ônibus em Alagoinhas, o primeiro abraço que recebi foi das minhas amigas. Tudo o que eu precisei elas estavam ali pra me dar", relembrou Solange.

Amigos ela tem não apenas na vida pessoal, mas também na profissional, como seu ex-segurança, Junior Bomba. Ele levou um tiro para salvar a vida da cantora em um show em Natal.

"Começou uma confusão e o Junior, na hora que viu o rapaz sacar a arma em direção a mim, me empurrou e levou o tiro no meu lugar. Fiquei ali sem saber o que fazer", lembrou Solange.

Rafael, Sabrina e Maria Ester, filhos da artistas, falaram sobre a mãe coruja e declararam seu amor, assim como amigas de infância de Solange.

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