Priscila Marinho: ‘No Brasil, ninguém é tão branco ou tão magro como querem que a gente seja’

 Ovacionada por sua disposição e simpatia, durante a participação no quadro Saltibum, do Caldeirão do Huck, a atriz Priscilla Marinho foi convidada para ser a única modelo plus size do desfile de moda praia Mercedes Benz Fashion Week, em Miami, no próximo dia 21. Em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, ela contou que a repercussão do quadro foi tão grande que se compara à de uma novela das 21h.

“Fiquei insegura no começo, pois estaria de maiô ao lado de mulheres com o corpo lindo, como Camilla Camargo, Fiorella Mattheis e Ildi Silva, para o Brasil inteiro ver. Mas eu tive tanto apoio do público e dos meus amigos que não tinha como não ficar feliz”, disse ela, destacando que nunca teve problemas com o sobrepeso, mas está buscando emagrecer em nome da profissão. “Um ator gordo no Brasil fica taxado de engraçado e não tem perfil para outros personagens mais densos. Eu me considero uma atriz capaz de fazer vários tipos de papéis. Então, vou fazer uma mudança radical, mas sempre levantando a bandeira das plus size, pois magra eu nunca vou ser”.

Longe das novelas desde Aquele Beijo (exibida na Globo entre outubro de 2011 e abril de 2012), quando interpretou Chocolatona, Priscila critica os padrões de beleza brasileiros.

“No Brasil, ninguém é tão branco ou tão magro como querem que a gente seja. Adoro lugares como Nova York, Londres e Berlim, onde as pessoas são diferentes. Você pode ter cabelo azul ou usar uma melancia na cabeça que ninguém liga. Minha participação no Saltibum foi importante para as pessoas verem que qualquer um pode se superar. Recebi críticas fortes na internet sobre meu peso, parecia que era uma agressão para algumas pessoas ver uma mulher gorda de maiô na televisão. Mas tiveram que me engolir”, contou ela, que teve problemas de autoestima quando criança. “Sofri preconceito a minha vida inteira, tanto por ser negra quanto por ser gorda. Antes eu não entendia, mas hoje já sei me defender. Só fui me aceitar quando sai da adolescência e hoje me acho linda!”, disse. 

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