Record aposta na trama cômica de Balacobaco para turbinar a audiência
Por Redação - 29/09/12 às 09:00
A audiência mal sucedida de Máscaras obrigou a Record a tomar medidas estratégicas na novela de Lauro César Muniz – mudança na direção, de horário e até diminuição do número de capítulos. A cartada final veio com a escolha de Balacobaco como folhetim substituto. Escrita por Gisele Joras e dirigida por Edson Spinello – dupla responsável por produções como Amor e Intrigas e Bela, A Feia – a nova novela está pautada na comédia, mas sem deixar de reverenciar elementos como o melodrama, o romance e a ação para levantar a audiência e espantar o marasmo da trama confusa e misteriosa de Máscaras.
"Não tive de escrever mais rápido ou apressar nada porque a sinopse estava pronta há bastante tempo", garante Gisele Joras.
Se a corrida contra o relógio – a novela estreia no dia 4 de outubro, às 22h15 – não foi um problema para a autora, o mesmo não se pode dizer em relação ao trabalho de Daniel Clabunde, diretor de cenografia da Record. Ele e sua equipe tiveram três meses para montar os 2.500 m² de cidade cenográfica da produção – a maior área já construída até agora na emissora.
"Foi uma correria mesmo. O normal seriam seis meses. Mas, graças a Deus, conseguimos", destaca, em tom aliviado, enquanto aproximadamente 100 pessoas se revezam no trabalho de finalização da cidade.
A história de Balacobaco foca no reencontro entre a protagonista Isabel, interpretada por Juliana Silveira, e as gêmeas vilãs bivitelinas Diva e Dóris Paranhos, vividas por Bárbara Borges e Roberta Gualda, respectivamente. No passado, as atrapalhadas irmãs ficaram anos na detenção para menores infratores depois de terem sido pegas por roubarem um carro. Na época, e para a infelicidade da dupla, Isabel estava no veículo e seu depoimento foi crucial para a pena das duas. Com o passar dos anos, elas nunca perdoaram Isabel e juraram um dia se vingar da moça.
"Mas essa personagem tem uma leveza porque sempre se dá mal. Nunca dão certo os planos dela", diverte-se Bárbara Borges.
No extremo oposto do tom antagônico cômico, Bruno Ferrari precisou tonalizar o cabelo de louro para dar vida ao dissimulado e invejoso Norberto.
"Ajuda a compor o personagem", defende.
No núcleo mais elitizado, Juliana Silveira – que está distante dos estúdios desde 2009, quando terminou Chamas da Vida, da Record – voltou às novelas, principalmente por causa da pegada cômica da história.
"Apesar dessa personagem sofrer bastante, ela é alegre. Tenho uma criança de um ano e não posso voltar para casa tão carregada assim", frisa.
Enquanto isso, Victor Pecoraro um dos novos atores contratados pela Record, assim como Rafael Zulu, Wagner Santisteban, Antonia Fontenelle, Mariah Rocha e Thaís Pacholek – sente que está cada vez mais maduro cenicamente.
"Quanto mais trabalho você faz, melhor fica", frisa, sem falsa modéstia.
Para movimentar o núcleo da família Paranhos, o das gêmeas do mal, a Record chamou Solange Couto para viver Cremilda, a trambiqueira matriarca do clã, e Silvio Guindane para interpretar Zé Maria, um estudante de cinema e braço-direito da charlatã – esta foi a dobradinha de O Clone, em 2001, na Globo. Aliás, segundo Gisele Joras, o personagem de Zé Maria tem um destaque peculiar na trama. Tudo que acontece na vida de Isabel será refletido de um modo torto na ficção dos filmes dele.
"É como se a arte imitasse a vida e vice-versa. É um espelho metalinguístico refletido na comédia realista e no melodrama satírico. É basicamente isso", divaga.
E para contar toda essa história, a Record tem um time de 350 profissionais, 40 cenários, R$ 400 mil por capítulo e cotas patrocinadas por Colgate e Unilever, a R$ 83 milhões cada. Além disso, o detalhista Edson Spinello dirige toda a produção. Ele acredita que o seu principal objetivo é agradar quem está em casa. A ideia é sempre pensar na audiência e entreter o telespectador.
"Nesta novela, notarão que busco algo mais latino e identificarão um estilo Almodóvar, uma coisa meio kitsch e meio alegre. Será uma pintura diferente", promete Spinello.
A pegada popular da novela fica ainda mais evidente na trilha sonora. Artistas como Calypso, Amado Batista, Alexandre Pires, Buchecha, Reginaldo Rossi e Caviar com Rapadura, entre outros, serão responsáveis por embalar as cenas da trama pelos próximos meses.
"Não temos dúvida de que vai ser sucesso", comemora, orgulhoso, Anderson Souza, diretor de teledramaturgia da Record.
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