Regina Casé diz que herança que recebeu dos pais foi a conta do hospital

Educada em um tradicional colégio de freiras no Rio, o Sacré-Coeur de Marie, em Copacabana, zona sul carioca, Regina Casé sempre transitou em dois mundos. A vida de classe média as vezes lhe parecia chata e ela preferia acompanhar os funcionários de sua casa para suas moradias, nas favelas, do que ficar com amigas nos clubes do bairro.

“Eu achava chato ir a essas festas de clube com as amigas. Então, lá em casa tinha o faxineiro e eu ia com o faxineiro para o desfile do bloco em Laranjeiras. Tinha a Anita, cozinheira, com quem eu ia para a Mocidade. Ela morava em Bangu, conhecia o Mestre André, eu passava o fim de semana na favela. E isso nunca me impediu de conhecer coisas finas.  A liberdade é poder ir ao restaurante mais caro do Leblon e ir na birosca que tem a comida mais gostosa da favela, gostar e me interessar por esses dois mundos”, disse Regina em entrevista ao jornal O Dia.

A apresentadora do Esquenta, da Globo, ressaltou ainda que seus pais viveram altos e baixos.

“Eu nunca falei que sou pobre, mas também não sou a pessoa mais rica do mundo. Trabalho desde os 11 anos de idade, meu pai e minha mãe eram duros. Minha mãe se casou e foi morar em Portugal, meu pai foi morar em São Paulo. Meus pais saíram de casa muito cedo (risos). Sempre me virei. Meus pais morreram e me deixaram de herança a conta do hospital. Mas deixaram, também, a educação, que é o que mais tenho de importante. A vida inteira eles trataram todas as pessoas da mesma forma”, contou.

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