Roberto Carlos lança CD e diz que ainda ama Maria Rita

Por - 14/12/05 às 17:03

Cláudio Andrade

Na tarde desta quarta-feira, dia 14, Roberto Carlos se reuniu com a imprensa carioca para o lançamento de seu álbum. O encontro ocorreu no Copacabana Palace, na capital carioca.

O CD conta com regravações e tem como destaque a música Arrasta Um Cadeira, que ele canta com Chitãozinho e Xororó.

O Rei iniciou a coletiva afirmando que a tônica do produto é o amor. Ele completou reafirmando sua paixão por Maria Rita, que morreu no dia 19 de dezembro de 1999, vítima de câncer.

“Nos últimos 15 anos, minha visão do amor é muito maior do que tudo o que eu passei na vida. Desde que encontrei Maria Rita ficou tudo diferente. Foi algo maior do que tudo que eu poderia pensar. Continuo a amando muito, cada vez mais, com certeza”, disse.

O CD deve chegar às lojas no próximo final de semana.

“Neste disco procurei fazer algo com mais ritmo, com um repertório mais harmônico. Acredito que muitas canções poderiam até ser mais pop. Posso dizer que não mudei meu estilo e que ainda regravarei muitas outras canções, juntando, claro, com outras inéditas”.

Ao ser questionado sobre seu visual no encarte, em que aparece com o braço à mostra, Roberto Carlos explica:

“Agora sou da maromba (pessoa que freqüenta todos os dias a academia). Adorei essa palavra (risos). Sempre dei uma marombada. Só nos anos 1990 que dei uma parada para ficar ao lado de Maria Rita. Ninguém maromba e põe um casaco para esconder. A gente maromba pelo menos para colocar uma camisa de manga curta. Imagina ficar suando e depois colocar um sobretudo, aí é demais”, falou o Rei, em tom muito bem humorado.

Durante o lançamento, perguntas sobre o TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – que o cantor sofre há anos. Na ocasião, Roberto Carlos fez questão de contar que ainda não está curado de seu problema.

“Não estou curado ainda. Continuo fazendo o tratamento, mas tive que interromper por 1 mês para entregar o disco, e não tive tempo para fazer a terapia”.

Na ocasião, o Rei deu prova de sua melhora:

“Hoje, por exemplo, estou usando uma camisa que vesti uma só vez. Em outra época teria que tê-la usado diversas vezes”.

O cantor ainda deu um recado para as pessoas que sofrem de TOC:

“Minha terapeuta disse que TOC não é doença, mas é sim, e muito séria. Ela (TOC) compromete nossa vida de maneira terrivel. Pode até parecer engraçado como no filme de Jack Nickson (Melhor Impossível), mas muitas vezes é dramático”.

Questionado sobre a influência da doença em seu trabalho, o cantor explica:

“A influência do TOC na minha criação não é grande, mas, às vezes, driblo algumas palavras. Tive dificuldades de cumprir o prazo de entrega do disco. O Sting disse que o disco a gente não entrega, e sim abandona. Gostei dessa frase e copiei dele”, brincou o Rei.

Já sobre as mudanças que fez no novo álbum, o cantor revela:

“A vontade que tinha é de ficar mais 1 ano mexendo nesse disco. O tempo vai passando e mexendo aqui e ali, mas nenhuma mudança que a gente  faz no disco, ou melhor, vou falar de forma positiva,  toda mudança que a gente faz é para melhor”.

Sonhos

Sobre os planos para 2006, Roberto Carlos foi objetivo e disse que apenas quer cumprir sua missão, nada mais. Porém, falou sobre seu sonho.

“O sonho que tenho não se realiza aqui na terra. Se realiza lá em cima”, disse o cantor, fazendo referência a Maria Rita.

Veto de Daniela Mercury

Um assunto atual e que não ficou de fora, na ocasião, foi sobre o veto do Vaticano à apresentação de Daniela Mercury, que apóia o uso de preservativos para combater a Aids.

Católico fervoroso, Roberto Carlos mostrou-se indignado com o ocorrido:

“Não concordo com o veto da Daniela Mercury, no Vaticano, só por causa da camisinha, seja pela igreja ou pelo o que for. É importante preservar a vida. Não concordo que a Daniela tenha sido vetada dessa apresentação só por causa disso”, conclui o cantor.

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