Rogéria: ‘Sou a travesti da família brasileira’
Por Redação - 13/07/17 às 11:40
Uma querida! Rogéria, de 74 anos, fala sobre todos os assuntos com naturalidade e firmeza de quem já viveu muitas coisas.
Em entrevist à Revista Contigo!, ela falou sobre o documentário Divinas Divas, dirigido por Leandra Leal, sobre suas figuras femininas e também de sua opção por não ter filhos nem animais de estimação.
Sobre batons da moda, ela falou oque detesta:
"Sabe qual a coisa que eu mais detesto na beleza das mulheres atuais? O batom nude! Como podem usar um negócio que te apaga por completo? Para! E as unhas de cores de outro mundo? Não, elas só podem ser vermelhas!”.
Rogéria descreve seu carinho por Leandra Leal.
“Todas somos divinas e o nome que a Jane deu é apropriadíssimo. A Leandra trouxe um toque carinhoso e delicado para contar as nossas histórias e não foi nada apelativo. A gente conhece a Leandra desde criança e isso gerou uma confiança sem precedentes. No entanto, muitas pessoas vieram me falar que o documentário humaniza as travestis, mas a gente já é humana! É 2017 e ainda insistem nessa confusão”.
Rogéria, que na certidão de nascimento é Astolfo Barroso Pinto, fala sobre sua maior figura feminina.
“Sou a travesti da família brasileira e estou onde estou por conta das mulheres, o meu maior público. Minha mãe é a figura central da minha vida. Eu sou muito agradecida à ela e à tantas outras que cruzaram o meu caminho”.
Rogéria pede mais educação e atenção das pessoas, no que diz respeito à violência contra mulheres e o travestis.
“O engraçado é ver os números de gente matando travesti, trans e toda a comunidade gay só aumentando e as pessoas esquecendo que isso também está acontecendo com as mulheres. É uma safadeza! Na ditadura, eu passei por muitas coisas de opressão, mas agradeço por não sofrer como as travestis e as mulheres de hoje. Ainda bem que tenho 74 anos, está faltando educação nesse povo.”
Nada de filhos nem cachorros em sua vida. Ela explica:
“Sou loira desde 1964 e se vejo um risco de cabelo castanho, refaço a tintura, mesmo com pouco tempo desde a última aplicação. Uso a mesma cor há 40 anos. A minha rotina de cuidados é simples, mas não vivo sem ela. Deve ser por isso que não tenho cachorros, só penso em mim", e segue:
"Quando tive uma maltês, eu me envolvi em uma confusão, depois de dar um soco na boca de um taxista, em 1975. Eu o parei e ele falou que o animal era sujo e não entraria no carro dele. Parti para cima, mesmo! Se eu fiz isso só por causa de um cachorro, imagina por uma criança! Por isso, nunca pensei em ter filhos. Se tem uma coisa que eu não teria, se fosse mulher, seria filhos. Eu não tenho esta necessidade de maternidade ou paternidade latente. Aliás, nem como Astolfo eu cogitaria esta possibilidade”.
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