Roman Polanski ganha defesa de ex-presidente do Oscar

Por - 22/01/20 às 02:00

Reprodução/Instagram

O ex-presidente do Oscar (Academia de Artes e Ciências Cinematográficas) e da Producers Guild of America, Howard 'Hawk' Koch, de 74 anos, defendeu o cineasta francês exilado Roman Polanski, dizendo que ele não tinha intenção de estuprar uma adolescente em uma festa de Hollywood há mais de 40 anos.

Koch, que trabalhou com Polanski nos filmes clássicos 'Chinatown' e 'Rosemary's Baby', acredita que o diretor era 'um gênio' e Hollywood foi roubada de outros grandes filmes depois que Roman precisou fugir dos Estados Unidos antes de ser condenado por fazer sexo com uma menina de 13 anos em uma festa.

Ele ainda mantém contato com Polanski e acredita que talvez seja hora de desistir do caso, especialmente porque sua vítima o perdoou e pediu aos legisladores que parassem de perseguir o passado, segundo o jornal New York Post.

"Ele (Polanski) é um cara incrível e um contador de histórias incrível. Ele tem uma esposa, ele tem filhos. Nos anos 1970, muitas pessoas fizeram coisas que talvez não se orgulham. Havia muitas drogas por perto e ele provavelmente fez algo que não deveria ter feito, o que admitiu e foi para a prisão", relembra.

"E quando ele fez o acordo com o juiz, ele cumpriu o resto de seu tempo em liberdade condicional, mas o juiz não confirmou o acordo e, se Roman não fosse embora, esse juiz o colocaria atrás das grades por um longo tempo, muito tempo, então ele não teve nenhum recurso, então ele foi embora. Eu me sinto mal porque Roman deveria ter feito muito mais filmes do que ele fez. Mas a mulher o perdoou… não acredito que Roman tenha sido o tipo de pessoa que apenas abriu caminho. Ele sabe o que é ser um pária; ele tinha que se esconder dos nazistas. Ele sabe como é estar assustado e eu não acho que ele faria algo deliberadamente para assustar outra pessoa, exceto em um filme como Repulsão ou Chinatown".

Koch também se abriu sobre o movimento #MeToo, lançado para corrigir e destacar os erros de abuso sexual em Hollywood, insistindo que ele apoia, mas não acredita em todas as alegações.

"Sou alguém que acredita no movimento #MeToo e acredito que realmente existem homens horríveis, mas também existem mulheres, porque eu já vi isso, que querem seguir em frente, então eu não sei se acredito em todo mundo que sai com uma história", justifica.

Expulso da Academia

Roman Polanski foi expulso da Academia do Oscar em maio de 2018 e vem lutando para que a organização anule sua expulsão.

De acordo com a Revista Variety, o vencedor da estatueta por O Pianista, em 2003, alega que entidade não seguiu o protocolo ao expulsar.

"A única solução apropriada seria que sua organização anule a expulsão ilegal do Sr. Polanski e siga seu padrão de conduta, dando ao Sr. Polanski um aviso prévio razoável sobre as queixas contra ele e uma audiência justa para que ele apresente sua posição com respeito a qualquer expulsão proposta. Não estamos contestando os méritos da decisão, mas sim o desrespeito flagrante da sua organização com relação às próprias normas de conduta e as violações dos padrões exigidos pelo Código Corporativo da Califórnia”, afirmaram os representantes do diretor no processo.

"Nós estamos investigando se o procedimento foi justo. Eles o expulsaram sem aviso e ser dar a ele a chance de se defender. Não houve nem sequer um aviso do motivo", afirmou o advogado de Polanski, Harland Braun, à revista Variety.

A decisão de expulsar Polanski aconteceu em meio à repercussão do movimento #MeToo, que denunciou abusos sexuais em Hollywood. Em 1977, o diretor foi preso por estuprar uma adolescente de 13 anos. Desde então, ele vive na França para evitar ser preso nos Estados Unidos.

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