Ronaldo fala de drogas, casamento e relembra infância pobre

Por - 11/09/05 às 12:39

Francisco Silva

“Odeio drogas. Não uso”.

Com essa frase, o craque Ronaldo abriu seu coração e o bico numa entrevista exclusiva à revista Tudo de Bom, encarte dominical do jornal carioca O Dia. Na matéria intitulada A Força do Bom Moço, Ronaldo, que completa 29 anos no próximo dia 22, fala sem rodeios de outros temas delicados como o casamento com Daniella Cicarelli, o trágico final da Copa de 98 em que o Brasil, franco favorito da disputa, amarelou diante da França, e ainda relembra sua infância de menino pobre no subúrbio de Bento Ribeiro, zona norte do Rio.

Drogas

Ronaldo sofreu ao ter seu nome envolvido numa conversa grampeada pela polícia entre dois jovens acusados de traficantes de drogas, um deles, Amon Lemos, irmão de sua ex-namorada, a modelo Lívia Lemos.

“Odeio drogas, não uso. Nunca tive envolvimento com traficantes. A Lívia me apresentou ao irmão dela numa festa e foi a única vez que o vi. Tiramos uma foto e faço isso com milhões de pessoas, sem pedir o currículo delas. Por causa dessa confusão, preparamos uma carta para os patrocinadores. Mas nem chegamos a enviá-la, pois tudo foi resolvido”.

Casamento

Sobre o casamento que durou três meses com a modelo e VJ Daniella Cicarelli, o craque demonstra estar superando a dor da separação.

“Casar de novo? Vou esperar uns 30 anos. (risos) Afinal de contas, primeiro tenho de arrumar uma mulher, né? Não estou arrependido de nada. Estava feliz e não sabia que o casamento terminaria daquele jeito. Agora, falta tempo para arrumar namorada, mas estou me movimentado no ataque, buscando a bola”.

Mais filhos

Ronaldo já consegue fazer planos para o futuro:
“Quero ter mais dois filhos, uma menininha. Não gosto de fazer planos, mas espero que a Copa da Alemanha (2006) não seja a última da minha carreira, pois estou feliz na Seleção. E, quando me aposentar, pretendo morar um pouco no Brasil e um pouco na Espanha, odne vive o meu filho Ronald, de cinco anos”

Tatuagem

Quando o inverno europeu chegar, Ronaldo vai modificar a tatuagem do pulso esquerdo. Vai trocar o D, inicial da ex-amada Daniella, pelo R de Ronald.

“É só puxar uma perninha”.

Copa de 98

O craque não omitiu sequer o problema de saúde – uma convulsão –, que sentiu na véspera da decisão contra a França na Copa do Mundo de 98.

“Não fico pensando nas coisas ruins. Até porque só houve um dia ruim naquela Copa. O resto foi ótimo. Lembro quase tudo, menos daquele instante da convulsão. Fiquei mais pra lá do que pra cá. Cientificamente, não teve explicação. Para a medicina, não aconteceu. E a França foi superior. Eles tiveram méritos naquela conquista”.

Infância

Caçula dos três filhos da dona-de-casa Sônia e do técnico em telefonia Nélio, Ronaldo não passou fome, mas teve uma infância de privações.

“Eu usava uniforme da escola municipal para ir ao treino sem pagar passagem, mas nunca faltou comida em casa. Pegava roupas emprestadas dos meus irmãos, mas sempre fui básico. Não ligava para marca, só queria jogar bola. A diferença é que talvez fosse um pouco mais cafona do que hoje”.

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