Saiba tudo sobre a novela A Regra do Jogo, da Globo – Cenografia

Por - 27/08/15 às 12:34

Cenografia e produção de arte

A Regra do Jogo se passa, em grande parte, em uma comunidade ficcional chamada Morro da Macaca. Erguida no Projac, a cidade cenográfica tem cerca de 4 mil metros quadrados e quase 40 construções, entre casas, comércio e escolas, além de muitos becos e vielas. México, Itália, Grécia e Brasil são inspirações para a concepção desta comunidade.

Rafael Ronconi, que divide a supervisão da produção de arte com Ana Magalhães, destaca que a cidade cenográfica foi um desafio para as equipes, pois o objetivo foi construir um lugar crível e vivo.  A cenografia, assinada por João Irênio, está usando alvenaria nas construções e um pedreiro foi contratado para fazer os acabamentos das casas. Ao longo da novela será possível ver o lugar se modificar, como acontece na vida real. A vegetação é um bom exemplo disso. Uma empresa especializada em paisagismo foi contratada para entender a geografia do lugar e, com isso, sugerir que tipo de vegetação cresceria por ali. A escola de artes marciais de Juliano (Cauã Reymond) ficou abandonada durante quatro anos – período em que ele esteve preso. Quando ele conquista a liberdade, o lugar está tomado por plantas. Outro detalhe interessante do Morro da Macaca é o uso de material reciclado. Os resíduos do Projac (madeira, ferro, grade, sucata) foram transformados em janelas, telhas, puxadinhos e portas. Quase tudo na Macaca é reaproveitado.

E tem a decoração dos ambientes. Muitos objetos – a maioria deles – foram comprados já usados, como as bicicletas e todo o material da barbearia. Em alguns casos, a produção comprou mobília de moradores de comunidades ou trocou algumas peças usadas por novas, como roupa de cama. Todos esses detalhes  pra tornar tudo mais próximo do real.

O hostel de Adisabeba (Susana Vieira) é um cenário que merece destaque. A personagem tem dinheiro e pode comprar o que quiser – nem sempre com muito bom gosto. Mas ela ama lustres e luminárias e, por isso, tem oito lustres em sua casa. É um lugar tropical, que mistura flores verdadeiras e falsas – de plástico e tecido. A produção também chamou profissionais especializados  para ajudar a decorar o ambiente de Adisabeba. Um artista plástico craque em fazer luminárias com o tubo do cano de descarga de carros produziu peças especificamente para a novela. A Noite da Macaca, a famosa e badalada boate, também pretende ser bem real. Lá vai tocar do jazz ao funk. E como há muito frequentador gringo, o tropicalismo do hostel também é parte da decoração desta balada. Nas ruas, nos arredores, barraquinhas de yakissoba, pastel com caldo de cana, raspadinha de gelo, hambúrguer. Uma mistura culinária para agradar os moradores e quem visita o Morro da Macaca.

No asfalto há um cenário muito interessante, o apartamento de Feliciano (Marcos Caruso). Ele até já teve grana no passado. Mas como nunca gostou de trabalhar – ele e sua prole –, o dinheiro foi acabando e a cobertura, localizada no Arpoador, foi se deteriorando. Ana Magalhães conta que há muita coisa quebrada, estragada. Feliciano vai receber os seus três filhos e suas famílias para viverem juntos neste apartamento. Cada um com a sua mobília, o seu espaço e a sua confusão.

Já na mansão de Gibson (José de Abreu), primo de Feliciano, a realidade é bem diferente. O gigantesco cenário é composto por peças finas, elegantes. Ali, basta bater o olho para sacar que trata-se de uma família de milionários.

Além dos cenários de estúdio e da cidade cenográfica, a produção de A Regra do Jogo conta com mais um endereço. É um estúdio fixo construído também no Projac, onde serão montadas várias locações. No espaço existem a facção criminosa, os interiores de casas do Morro da Macaca, a sede Darco (academia de polícia) e ruas ermas. “É como se tivesse uma cidade cenográfica dentro de um estúdio, onde é possível controlar tudo, luz, áudio e outras variáveis”, esclarece João Irênio, o cenógrafo da novela.

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