Saiba tudo sobre a novela Além do Tempo, da Globo – Cenografia

Por - 09/07/15 às 15:41

Divulgação/TV Globo

A equipe de cenografia de Além do Tempo fez uma viagem ao passado. Como parte da pesquisa realizada na pré-produção da novela, a cenógrafa Anne Bourgeois visitou casas construídas no século XIX por imigrantes italianos no sul do país.

 “Algumas famílias guardam ainda hoje objetos e mantêm a arrumação do passado, da época da chegada dos parentes ao Brasil, a casa do nono e da nona”, diz a cenógrafa.

 Para o casarão da Condessa Vitória, as referências vieram principalmente das fazendas da época áurea do café. Azulejos portugueses, portas azuis e paredes brancas são complementados por móveis, objetos e tecidos clássicos. Vinte e um ambientes, entre eles quatro salas e seis quartos, foram criados em estúdio. Na cozinha, um espaço de 170 metros quadrados que inclui copa, despensa e lavanderia, a cenografia utilizou materiais como cerâmicas, pedras e fornos verdadeiros.

 As externas foram gravadas em uma fazenda em Vassouras, no sul fluminense. O jardim do casarão recebeu cerca de mil rosas vermelhas artificiais, que remetem aos belos jardins franceses. Outra fazenda no município vizinho de Rio das Flores serviu de locação para as cenas do convento.

 Anne Bourgeois destaca ainda a taberna onde Emília (Ana Beatriz Nogueira) trabalha e vive com a filha, Lívia (Alinne Moraes). A rusticidade do ambiente foi pontuada com elementos leves, como as cortinas de crochê bordadas com flores. A intenção é unir a dor do presente com resquícios da alegria do passado da personagem, explica Anne.

 “Objetos, móveis e outras peças garimpadas no interior de Minas Gerais trazem verdade ao cenário por serem peças autênticas, usadas e antigas”, finaliza.

 Como as primeiras videiras chegaram ao país? Como eram plantadas? E quando os vinhos brasileiros ganharam reconhecimento? Para responder estas questões, a produção de arte de Além do Tempo mergulhou no universo da vinicultura brasileira, principalmente no sul do país, onde a novela é ambientada.

 “Passei dez dias em Garibaldi e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Visitei casas e vinhedos de colonos italianos. Também fui muito bem recebida no Museu de Garibaldi, onde passei dois dias pesquisando arquivos e fotos”, conta a produtora de arte Mirica Vianna, que ainda buscou mais informações no Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), que fica em Bento Gonçalves.

 Muitas peças usadas na novela são do acervo do Projac, outras foram garimpadas em antiquários e feiras de rua. Mirica revela ainda que alguns objetos tiveram que ser reproduzidos porque são difíceis de encontrar ou nem existem mais.

 “Utensílios de cozinha, como tábuas de pão, que tinham um formato diferente do atual; apagador de vela com dois metros de comprimento para as velas altas dos conventos; porta-gomil (móvel para guardar o conjunto de louças que era usado para higiene pessoal) de madeira e prata, entre outros. Também tivemos que reformar, pintar e estofar oito carruagens”, finaliza a produtora.

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