‘Sempre fui uma mulher livre e isso me custou um preço’, diz Danielle Winits

Por - 11/05/21 às 08:00

Divulgação/Guilherme Lima

Mulher, sonhadora, estudiosa, atriz, vaidosa, batalhadora, apaixonada e mãe.  Na TV, no cinema e no teatro, Danielle Winits se destaca em comédias, musicais e dramas com altas doses de sensualidade. Sua trajetória é marcada por papéis marcantes em “Corpo Dourado”, “Uga Uga”, “Kubanacan”, “A Vida Alheia”, “Viver a Vida”, “Amor à Vida”, “Zoando na TV”, “Se Eu Fosse Você”, peças com Miguel Falabella e mais recentemente o drama “Parabéns Senhor Presidente”, em que dá vida a Marilyn Monroe.  

Ao OFuxico, Dani Winitis destacou a inspiração que tem pela mãe e os filhos, Noah e Guy, suas escolhas profissionais,  sucessos de que emplacou na TV – em sua maioria com o autor Carlos Lombardi, além de questões mais intimas como amor e sexo, desde 2016 está casada com André Gonçalves. Dani sempre esteve exposta na imprensa e vai aí uma reflexão:


“Tudo o que eu tenho é fruto de muito trabalho. Nada veio por acaso. Sempre fui uma mulher livre, isso me custou um preço. Nem sempre foi fácil estar nos holofotes, recebi muitas pedradas”. 

Confira!

OFuxico: Como planejou sua carreira ou deixou tudo ir “acontecendo”?
Dani Winits:
“Sempre quis seguir essa carreira. Tinha esse objetivo. Estudei muito para isso. Sempre busquei me aperfeiçoar. Não adianta a oportunidade bater à sua porta e você não estar preparado. Eu sabia que precisava estar preparada. É claro que existe o lado imponderável, mas eu sempre guiei a minha carreira com as minhas mãos. Fiz escolhas importantes e elas me trouxeram até aqui. Tudo o que eu tenho é fruto de muito trabalho. Nada veio por acaso.”

OFuxico: Até que ponto tem o controle da sua vida profissional em suas mãos?
Dani Winits:
“Não dá para ter controle de tudo. Tem coisas que não dependem apenas de você. Mas tem coisas que você pode escolher e decidir… E eu sou bem firme nos meus propósitos. Sei bem o que eu quero e mais ainda o que eu não quero.”

OFuxico: Como era a Dani aos 15, 30?
Dani Winits:
“Dani de 15 era cheia de sonhos. Queria seguir a carreira artística. Ih, uma menina com muitos sonhos mesmo. A Dani de 30, bem, essa já estava na mídia e nem sempre foi fácil estar nos holofotes. Recebi muitas pedradas no caminho. Aos 30, já estava calejada. Sempre fui uma mulher livre e nunca deixei de viver a minha verdade. Isso me custou um preço.”

OFuxico: É muito vaidosa? Como lida com a pressão, que está diminuindo, em relação às mulheres por conta da idade?
Dani Winits:
“Ah, eu sou vaidosa sim. Gosto de me sentir bonita. Acho que é algo natural. Mas isso não acontece todos os dias e todos os momentos da vida (risos). Tem horas que eu quero ficar mais largadinha na minha casa, sem produção e tudo ok. Mas gosto de me cuidar, principalmente do meu mental e físico.”

OFuxico: Como é a Dani mãe?
Dani Winits:
“Sou uma mãe presente, que gosta de estar perto e gosta de saber o que está acontecendo com eles. Sou amiga, mas sem deixar de ser mãe. Se for preciso ser mais dura, eu sou. Mas eles são dois meninos muito legais. Não posso reclamar.”

OFuxico: Kubanacan está de volta no Globoplay. O que mais se recorda da trama e o quanto ela foi importante pra você?
Dani Winits:
“Foi uma novela muito legal. Muito mesmo! Eu escureci o cabelo pela primeira vez para fazer a novela. Apareci com uma outra imagem. Lembro que eu gravava muito, muito mesmo (risos). E a novela foi longa. No último dia, eu e [Marcos] Pasquim não sabíamos se chorávamos ou celebrávamos (gargalhadas). Estávamos exaustos, mas felizes de fazer aquele trabalho. Kubanakan é uma novela leve, divertida e cheia de humor. Com a assinatura registrada do Carlos Lombardi.”

OFuxico: Como analisa sua parceria com o Carlos Lombardi? Ele te elogiou numa entrevista há poucos dias.
Dani Winits:
“Fizemos vários trabalhos juntos e todos eles me fizeram muito feliz. Carlos me deu ótimos papeis na TV. Tenho um carinho enorme por ele. Ele sabe escrever novelas divertidas, leves e com apelo para o público. É um autor que merece mais espaço e reconhecimento.”

OFuxico: 2020, um ano importante pra você por conta da Dança dos Famosos. Como está o tratamento e a competição?
Dani Winits:
“Foi um ano de superação em todos os aspectos. O mundo inteiro enfrentou e está enfrentando essa pandemia. Vivemos o isolamento, momentos de incertezas. O Dança chegou como uma oportunidade de eu espairecer e ter um objetivo no meu dia a dia. No processo, eu me machuquei e precisei me afastar. Fiz fisioterapia intensiva, porque eu queria muito retornar. E estou feliz demais por ter conseguido voltar e estar agora na final. Essa final só de mulheres lindas e poderosas.”

OFuxico: O que é amor, companheirismo e sexo pra você? Caminham juntos?
Dani Winits:
“Sim, caminham juntos. E acrescenta aí a admiração. É preciso ter tudo isso para uma relação durar. Amor é você querer o bem do outro. E se sentir bem na presença do outro. É você querer e estar ali para aquela pessoa quando ela mais precisa. Sexo é prazer, é troca… E se é com quem você ama, tudo potencializa.”

OFuxico: Música da sua vida? Livros que leu, recomenda?
Dani Winits:
“‘Against all odds’, do Phil Collins. Amo desde menina. Livros são tantos mas estou lendo “ De volta pra mim “ de autoria de minha mãe Nadja Winits ! É maravilhoso!”

OFuxico: Personagens engraçadas, dramáticas como em Viver a Vida, sensuais, que sofrem com o machismo, julgamento dos outros. Quais os legados que uma atriz deixa para seu público e os cuidados que você toma para contar suas histórias?
Dani Winits:
“Deixamos histórias. Às vezes, elas vêm com reflexões para o público. O legado de um ator é a sua obra. É o que ele constrói ao longo dos anos de carreira. Tenho cada vez mais consciência do meu papel como artista e, por isso, minhas escolhas são mais assertivas.”

OFuxico: Personagem marcante?
Dani Winits:
“A Alicinha de Corpo Dourado foi uma personagem marcante e me trouxe o reconhecimento do grande público. Mas fiz tantas personagens que eu amei e gostei. Difícil não citar elas. A Marisol, de Kubanakan, por exemplo, eu amei.”

Dani Winits bateu um papo com a reportagem de OFuxico

OFuxico: Pensa em trabalhar como autora, diretora?
Dani Winits:
“Eu não descarto nenhuma possibilidade. A vida nos surpreende. Quem sabe?”

OFuxico: Quando posou nua a sociedade tinha um outro contexto, você fez os ensaios porque gostaria de deixar registrado aqueles momentos da sua vida. Se fosse hoje faria os ensaios com todos os contextos que temos?
Dani Winits:
“Existe um grande tabu sobre o nu. Se fosse do meu desejo, acho que faria. A grande questão é termos liberdade para fazermos o que quisermos. Não faria algo para satisfazer o desejo do outro.”

OFuxico: Pretende retomar Parabéns Senhor Presidente? Como é a análise do público sobre a história de duas mulheres tão emblemáticas?
Dani Winits:
“Pretendo voltar com o Parabéns Senhor Presidente, sim. Tenho outros projetos para o teatro, mas ainda segredo de estado (risos)! O Parabéns fala de duas mulheres que foram ícones em suas histórias de vida, e Marilyn já era uma feminista sem perceber! Nos poucos momentos que teve com Maria Callas, tentou passar seu olhar sobre o machismo e tantas outras questões que envolvem essa prática cruel.”

OFuxico: Novos projetos para o cinema, TV, teatro, streaming e outros segmentos?
Dani Winits:
“Estava pra começar a filmar em março para uma plataforma de streaming, mas com o novo Lockdown em SP foi adiado por um tempinho, mas, já já, estaremos trabalhando, se Deus quiser.”

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