Thales Bretas não sabe como contar aos filhos sobre a morte de Paulo Gustavo

Por - 10/05/21 às 08:15

Reprodução/Fantástico/TV Globo

Numa comovente entrevista ao “Fantástico”, exibida na noite de domingo (09), Thales Bretas contou como tem sido seus primeiros dias sem o marido, Paulo Gustavo, que morreu na terça-feira (04) em decorrência da Covid-19, aos 42 anos.

"A ficha está caindo aos poucos. Ele vai ser pra sempre o amor da minha vida. Tá muito difícil, é uma dor de não ter aquele cara tão especial de novo na nossa vida, na vida dos nossos filhos. Mas uma gratidão por ter tido a sorte de ter vivido 7 anos com ele", disse.

O médico dermatologista estava casado com o ator desde 2015, quando se uniram numa cerimônia badaladíssima celebrada por Regina Casé. Eles haviam se conhecido pouco tempo antes, numa festa no Rio de Janeiro. Thales, mineiro, teve receio de manter o relacionamento por conta da fama do artista.

"A gente se conheceu em uma festa. Um amigo meu conhecia o Paulo e a gente deu nosso primeiro beijo, mas ele tinha medo de beijar em público. Eu fiquei com o boné dele, a gente combinou de se reencontrar pra devolver o boné”, relembrou.

“Eu fiquei com muito medo de me envolver por ele ser famoso. Fiquei com medo de não dar certo e magoar ele, que era muito especial. Aí propus que fôssemos amigos. Teve uma resistência", contou.

Durante a entrevista, várias imagens dos filhos do casal foram mostradas e Thales contou que Romeu e Gael, que vão completar 2 anos em agosto, sempre perguntam por Paulo Gustavo. Ohumorista tinha medo de não ver os filhos crescerem.

"Minha foto de celular é ele com as crianças e eles sempre pedem pra ver o 'papai Paulo'. Eu dizia que ia ao hospital porque papai Paulo estava dodói e eles repetem isso. Agora eu to tentando explicar, mas não consigo, que papai Paulo não está mais dodói, mas virou estrelinha e está olhando lá de cima pra gente", disse, emocionado.

"São os dois frutos do nosso amor que eu vou amar por nós dois. Eu sei que de onde ele estiver ele vai estar amando eles também, orientando. Eu queria que ele me ajudasse a educar da forma dele, pra passar os valores que ele tem. Porque o Paulo é uma das pessoas mais íntegras que eu já conheci na minha vida. Uma das mais generosas, amorosas e protetoras também".

O médico enfatizou que logo que Paulo Gustavo testou positivo, o desespero tomou conta do ator. Ele tinha muito medo da doença.

"Quando ele descobriu, ficou desesperado e tentei acalmar, mas ele ficava em pânico, sempre falava isso. Ele teve febre, tosse, dor no corpo, e aí eu acabei pegando também”.

“Uma semana depois, na madrugada do meu aniversário, 13 de março, ele teve febre muito persistente, calafrios, e fomos pro hospital".

Apesar do pavor de estar internado, Paulo Gustavo manteve o astral lá em cima. O ator se manteve otimista mesmo quando teve que er intubado.

"Ele manteve o humor incrivelmente, mesmo vivendo aquilo tudo! A gente tem registros dele fazendo piada, durante uma semana acordando, brincando. Ele estava ficando muito cansado e viu que seria melhor pra ele (intubar). Ele falava: 'vou, mas eu volto'".

Planos a dois

Thales destacou que ele e Paulo se completavam. Eram feitos um para o outro.

"Sempre fico pensando no futuro. Ele me ensinou muito a viver o presente. Aí a gente foi se apaixonando completamente. Foi um encontro de almas completamente diferentes. As diferenças somam e se multiplicam, porque queríamos ter filhos. Com seis meses de namoro, a gente falou: 'vamos dividir apartamento?'. E nunca mais ele voltou pra casa da mãe dele”, lembrou.

O marido de Paulo Gustavo ressaltou que a presença do artista niteroiense era muito forte entre familiares e amigos.

“Ele estava presente em todos os ambientes, via tudo que acontecia, gritando sempre. Essa ausência é avassaladora. É um silencio que não fazia parte da minha vida há sete anos."

Amor eterno

Afirmando que ainda não concebeu a ideia da morte do marido, Thales Bretas enfatizou que sua ficha não caiu.

Ele vai ser pra sempre o amor da minha vida. Não poder ter aquele cara tão especial na nossa vida, na vida dos nossos filhos… mas é gratidão. Tive muita sorte de viver 7 anos com ele. Ainda estou vivendo esse momento da perda. Eu fazia carinho toda noite pra ele dormir, acalmando ele eu me acalmava também. E não tem mais esse calmante pra mim”, disse.

“Onde ele estiver, vai continuar brilhando. Nunca mais serei a mesma pessoa. Mas agradeço a ele os momentos felizes que vivemos juntos. São os mais felizes da minha vida e vou passar isso pros nossos filhos. E passar isso pra família dele, que é minha familia, também. É nossa família. Ele vai trazer essa alegria pra mim de volta, porque o papel dele era transformar a tristeza em alegria"

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