The Last Of Us 2 não é um jogo, é uma imersão emocional
Por Redação - 22/06/20 às 19:00
Depois de sete anos de espera, finalmente temos em mãos The Last Of Us 2 e, sim, é um dos melhore jogos já desenvolvidos, assim como seu antecessor. Com a construção dos personagens ainda mais densa e intensa, o jogo da Naughty Dog chega com o desafio de repaginar a narrativa e manter as raízes do primeiro jogo. Diante disso, a desenvolvedora norte-americana nos coloca novamente no coração do apocalipse, mas nos apresenta outros pontos de vista e novos personagens.
Ousado e surpreendente
Diferente do arco dramático de Joel, que apostava em uma ambientação mais introspectiva, TLOF 2 expande os horizontes, seus personagens e vai muito além. Ousado e audacioso, o game apresenta Ellie como a protagonista da própria história, fora da sombra de Joel e dona de si. Sem medo de ver o que tem fora de Jackson, as novidades que encontramos pelo caminho só trazem ainda mais carga emocional para o jogo, mantendo uma das principais características do mesmo.
A sequência é ainda mais ambiciosa que o primeiro jogo e levanta a bandeira da representatividade. Colocando uma mulher no centro da história, a Naughty Dog ainda apostou em uma protagonista lésbica e uma antagonista, Abby, que vai na contramão de todos os padrões impostos pela sociedade. Além disso, a história ainda conta com um personagem trans, aborda a questão da religião e a narrativa se mostra muito firme e coerente em suas decisões. Ao longo do gameplay, fica evidente que a construção de cada personagem e o caminho que seguem, foi cautelosamente pensado. Não há lacunas a serem preenchidas, a história de TLOU 2 é redonda, inteligente e sem pontas soltas.
Logo no início do jogo, entendemos o que aconteceu após a frase emblemática de Joel ao final do primeiro jogo ('Eu juro') e como a vida de cada rosto conhecido se transformou até ali. Vivendo sua vida da forma mais 'normal', se é que isso é possível, encontramos Ellie mais velha, mais madura e conhecemos Dina, sua namorada e ponto de apoio para encarar de frente os desafios do mundo pós-apocalipse.
O gameplay remete bastante ao que experimentamos há sete anos, mas apresenta novas funcionalidades que dão mais ritmo ao jogo, como o fato de Ellie conseguir pular, por exemplo. Entre tantas novidades, uma delas é o diário que nossa protagonista carrega, onde encontramos seus pensamentos, desabafos, medos, anseios e dúvidas, o que nos faz mergulhar nas camadas que ela apresenta e nos aproxima ainda mais do que está sendo apresentado
Com um gráfico impressionante e uma trilha sonora bem trabalhada, o jogo é uma obra prima em todos os seus detalhes. A imersão que The Last Of Us 2 nos propicia, dificilmente é encontrada em outro jogo. Cada gesto, cada olhar, cada frase que nos remete ao primeiro jogo, cada flashback, nos entrega uma experiência única. A história transborda pelo controle e pelo console e nos mostra amor e compaixão em meio a um ambiente inóspito. No final do dia, todos temos nosso lado solar e nosso lado sombrio e essa é a beleza de The Last Of Us 2, mostrar a complexidade do ser humano e de suas emoções.
Redação
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