Tóquio 2020: Rebeca Andrade conquista a prata em novo baile

Por - 29/07/21 às 11:08

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 esperança se tornou real e num feito inédito na história da ginástica olímpica do Brasil. Mais uma vez o “Baile de Favela” ecoou no Japão e Rebeca Andrade, de 22 anos se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos nesta quinta-feira, 29 de julho.

“Foi lindo demais ver a cultura brasileira, ela representando o funk”, disse Daiane dos Santos, aos prantos, comemorando.

Foi graças ao sucesso da veterana Daiane que imortalizou o solo ao som de “brasileirinho”, que deu a Rebeca o apelido de “Daianinha de Guaruhos”.

Veja +: Caso antigo de racismo entre atletas reacende discussão na web

Com 57,298 pontos, Rebeca só ficou atrás da americana Sunisa Lee, que somou 57,433 pontos e manteve o domínio do país na prova. Devido a um passo para fora no solo do “Baile de Favela”, o ouro não veio. Mas a ginasta ainda vai disputar mais duas finais em Tóquio, com chances de continuar escrevendo seu nome na história do esporte brasileiro: domingo, 01 de agosto, no salto, e segunda-feira, 02, no solo.

NOTA CONTESTADA

Não fosse a certeza de que Rebeca Andrade fez o melhor e foi impecável, a medalha de prata poderia não estar no peito da ginasta. Ao se apresentar na trave, ela recebeu 13,566 pontos na trave, mas a comissão técnica brasileira entrou com um recurso para revisão da nota de dificuldade.

Os árbitros acataram o pedido e aumentaram um décimo na nota, indo para 13,666 pontos. A diferença entre Rebeca e Melnikova, a terceira colocada, foi de apenas 0,099.

TORCIDA E APLAUSOS DE SIMONE BILES

Estrela principal da ginástica mundial na atualidade, Simone Biles não entrou em ação. Para cuidar da saúde mental, a ginasta desistiu da prova e ficou na arquibancada. Para surpresa geral, ela estava animada e vibrou bastante com as apresentações de Rebeca Andrade e de Sunisa.

Mesmo sem a participação sempre marcante de Simone, a final foi uma disputa de alto nível, com apenas meio ponto separando a primeira da quarta colocada.

‘DAIANINHA DE GUARULHOS’

Desde a infância chamada em sua cidade de “Daianinha de Guarulhos”, a jovem de 22 anos já conquistou nove medalhas de ouro em campeonatos mundiais no solo entre 2003 e 2006.

Rebeca começou a treinar aos 4 anos no Ginásio Bonifácio Cardoso. Segundo a mãe da Ginasta, Rosa Rodrigues, sua maior incentivadora, desde pequena sempre foi muito travessa e tudo que ela fazia era pulando. A tia de Rebeca, que era funcionária pública, teve que cobrir a licença de uma outra pessoa que trabalhava no ginásio da cidade.

Veja+: Marta está prestes a atingir novo recorde nas Olimpíadas

Numa daquelas obras do destino, justamente na semana em que a tia começou a trabalhar por lá, estavam abertas as inscrições para testes de novos atletas. Ela levou Rebeca, que na época tinha 4 anos, para se inscrever. Foi nesse dia de teste que ela levou o apelido de “Daianinha”.

Em seguida, coube à Mônica Barroso dos Anjos, técnica da equipe de ginástica de Guarulhos e árbitra internacional, descobrir o talento de Rebeca na Iniciação Esportiva. Ela treinou a jovem por um ano e meio e a encaminhou para o grupo de alto rendimento, onde Rebeca disputou competições representando Guarulhos, como o estadual, o brasileiro e até um interclubes em Cuba, em 2009.

Durante o período em que permaneceu em Guarulhos Rebeca representou a cidade em inúmeras competições, entre elas o Brasileiro Infantil, quando ajudou a equipe a ficar na terceira colocação.

Veja+: Perto das finais, Simone Biles desiste das Olimpíadas Tóquio 2020

Veja +: Conheça a trajetória de Rebeca Andrade na ginástica

Tags: ,

É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino