Tragédia e simbolismo: O que inspirou o buquê de flores dado a medalhistas no Japão?
Por Redação - 04/08/21 às 15:00
Quem está de olho nas Olimpíadas de Tóquio já deve ter percebido que os medalhistas recebem uma lembrança especial: um buquê de flores. Mas vocês já pararam para pensar no que está por trás da escolha desse presente?
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As plantas amarelas, verdes e azuis dadas aos atletas que chegam ao pódio dos Jogos Olímpicos, vêm de três distritos do nordeste do Japão. Esses locais foram destruídos pelo terremoto e tsunami em 2011, que provocaram um acidente nuclear na usina de Fukushima. Foram quase 20 mil vidas perdidas no desastre, que afetou as Prefeituras de Iwate, Fukushima e Miyagi.
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Os girassóis que compõem o buquê recebido pelos atletas foram cultivados em Miyagi, plantados pelas pessoas que perderam os filhos na tragédia. O lugar de cultivo foi justamente onde as crianças e jovens fugiram para buscar abrigo e proteção contra os efeitos do tsunami.
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Já os delicados eustomas roxos e brancos e os selos-de-salomão foram cultivados em Fukushima, como parte de uma iniciativa, sem fins lucrativos, criada para tentar recuperar a economia local após a tragédia, que prejudicou gravemente a produção agrícola. As gencianas, pequena flor azul brilhante, são cultivadas em Iwate, uma área costeira que foi devastada por maremotos, também no desastre de 2011.
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E por último, as aspidistras verde-escuras, cultivadas em Tóquio, foram escolhidas justamente para representar a cidade-sede.
A estimativa é que 5 mil buquês serão distribuídos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
O QUE FOI O DESASTRE DE FUKUSHIMA?
Em 11 de março de 2011 o noroeste da costa do Japão sofreu um desastre tiplo: um terremoto de 8,9 graus de magnitude, seguido de um tsunami e, em consequência dessas catástrofes, o acidente nuclear de Fukushima.
A usina contava com seis reatores, porém, na data, apenas os reatores 1, 2 e 3 estavam funcionando. Os desastres naturais ocasionaram o superaquecimento, a explosões nas usinas, além de fazerem com que o sistema de motor a diesel também parasse de funcionar. Mais de 18 mil pessoas foram mortas pelo tsunami, e o acidente em Fukushima forçou a retirada de 160 mil pessoas que moravam nas imediações.
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A usina começou a liberar quantidades significativas de material radioativo, tornando-se o maior desastre nuclear desde o acidente nuclear de Chernobil, em abril de 1986, e o segundo (depois de Chernobil) a chegar ao nível 7 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, inicialmente liberando cerca de 10-30% da radiação do incidente anterior. A área tornou-se contaminada pela presença do material radioativo liberado sobre ela e tal exposição fez com que o local fosse irradiado continuamente
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