Tudo em Família: José Mayer produz espetáculo da mulher Vera Fajardo

Por - 03/12/05 às 14:43

Felipe Panfili

O temporal que caiu na noite de sexta-feira, dia 2, no Rio de Janeiro, não atrapalhou a estréia de Relicário de Rita Cristal, na Casa da Gávea, monólogo encenado por Vera Fajardo, que tem como produtor o seu marido, José Mayer. A peça, que é assinada pela dupla José Antônio de Souza e Aécio Flávio, tinha ainda mais uma característica praticamente familiar: a direção é de Aderbal Freire-Filho que há 30 anos dirigiu Mayer e a mulher, quando todos ainda moravam em Belo Horizonte (MG).

Brincalhona como ela só, Vera Fajardo, que é uma atriz mais identificada com o teatro, justificou o motivo de o maridão ter se tornado o produtor do espetáculo:

“Ninguém conhece a minha cara. Já a do Zé é mais que conhecida. Por isso, o coloquei na frente para conseguir patrocínio. Se eu fosse batalhar sozinha, não tinha conseguido montar esse espetáculo, que relembra de forma poética o passado e os amores da personagem-título”.

José Mayer, que sabe das dificuldades pela qual passa a área cultural, uma vez que o patrocínio está cada vez mais escasso, concordou com a mulher. Mas, optou por falar do trabalho de Vera.

“Além de ser minha mulher, uma das coisas que mais admiro na Vera é essa tendência que ela tem de descobrir e querer encenar textos de autores novos. Essa dupla – José Antônio de Souza e o Aécio Flávio – é muito boa. Tem futuro”, destacou o galã, que já tem data de voltar à telinha, na novela Páginas da Vida, de Manoel Carlos, que substitui a Belíssima, provavelmente em julho de 2006.

Luana Piovani que engrossava a platéia de famosos, na qual se destacavam ainda Marieta Severo, Renata Sorrah e Paulo Betti, concordou em gênero, número e grau com Vera Fajardo sobre a dificuldade de quem não é muito conhecido conseguir patrocínio.

“Em 2001, quando fiz minha primeira produção que foi a peça Amigas, tomei muito cafezinho na ante-sala de empresários, com o projeto debaixo do braço, e muitas vezes acabava não sendo atendida. Uma menina de 29 anos como eu, se não fosse a Luana, hoje continuaria tomando cafezinho”, brincou.

O diretor Aderbal Freire-Filho e a namorada Marieta Severo, bem como Renata Sorrah, eram só elogios ao desempenho de Vera Fajardo, aos autores de Relicário de Rita de Cristal e ao cenário que Rubens Gerchman criou, no minúsculo palco da Casa da Gávea. Aderbal fez questão de lembrar que considera Vera e Mayer como irmãos, pelas três décadas de amizade que mantêm.

Paulo Betti também estava feliz com o desempenho de sua amiga e sócia (Vera e Paulo são alguns dos sócios da Casa da Gávea). O ator reforçou a tese de que é importante se dar espaços para autores novos e lembrou que, por enquanto, continua afastado dos palcos.

“No momento, em relação a teatro, estou envolvido com a direção de A Canção Brasileira, em cartaz na Casa Laura Alvim, que tem minhas duas filhas, Juliana e Mariana, integrantes de um grande elenco e a possível excursão que o espetáculo fará a partir de janeiro do ano que vem”.
  
Serviço:
Relicário de Rita de Cristal
Casa da Gávea – Sala Chiquinho Brandão
Praça Santos Dumont, 116 – Gávea – Tel.: 2239-3511
Sextas e sábados – 21h
Domingo – 20 h


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