Viúva de Bezerra da Silva quer criar museu para o sambista

Por - 28/12/05 às 14:19

O dia 17 de janeiro de 2006 marcará um ano desde que o cantor e compositor Bezerra da Silva morreu. E sua viúva, Regina do Bezerra, para homenagear o sambista, quer criar um museu com o nome dele. O acervo que Bezerra da Silva deixou é extenso, vai desde figurinos a discos e instrumentos que tocava, como trompetes e zabumba, até rascunhos de músicas e prêmios.

“Quero criar um museu para homenageá-lo. Quero compartilhar, ele não era só meu, era dos fãs. Não posso ficar com tudo isso só pra mim, preciso dividir com os outros”, afirma Regina à coluna Gente Boa, do Jornal O Globo.

Quem foi Bezerra

No site www.pe-az.com.br consta a seguinte biografia de Bezerra da Silva:

Compositor, José Bezerra da Silva nasceu no Recife, a 23 de fevereiro de 1927, filho de família pobre. Sua mãe, Hercília Pereira da Silva, foi abandonada pelo marido, Alexandrino Bezerra da Silva, grávida do filho.

Aos 15 anos de idade, depois de ser expulso da Marinha Mercante, Bezerra da Silva viajou para o Rio de Janeiro, com o objetivo de procurar o pai, e acabou ficando por lá. Trabalhou na construção civil e foi morar num barraco no morro do Cantagalo.

Tornou-se boêmio e malandro, tendo sido detido pela polícia mais de vinte vezes. Entre 1954 e 1961, sem emprego, morou nas ruas do Rio. Depois, foi acolhido em um terreiro de umbanda, onde descobriu sua mediunidade e soube, através de uma mãe-de-santo, que o seu destino era a música.

Compôs sua primeira canção em 1965, uma música carnavalesca gravada pela cantora Marlene. Em 1970, gravou seu primeiro disco. No princípio, dedicava-se a gêneros nordestinos, principalmente o Coco.

Depois, dedicou-se ao samba de partido alto e ganhou fama nacional. Em sua obra, canta as mazelas do morro, a violência policial e o tráfico e consumo de drogas, utilizando-se de refinada ironia e linguagem típica dos malandros. Em 1999, lançou o seu 25º CD, "Se Leonardo da Vinci pode por que eu não posso dar dois?".

Depois de vários dias hospitalizado para tratar de problemas pulmonares, morreu no Rio de Janeiro a 17 de janeiro de 2005.

 

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