Pantanal: Novela tem assinatura de Bruno Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa
Por Flavia Cirino - 25/03/22 às 12:32
Quando “Pantanal” foi ao ar pela primeira vez, Bruno Luperi era um bebê. Neto do veterano escritor Benedito Ruy Barbosa, autor da versão original de “Pantanal”, agora ele assina o remake da trama que mudou a história da teledramaturgia nacional. O autor é filho da também roteirista Edmara Barbosa. Casado, pai de dois filhos, formou-se em publicidade antes de seguir os passos da família na TV.
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Bruno Luperi passou a infância acompanhando de perto o avô, escrever algumas das mais memoráveis novelas do Brasil. Em 2014, deixou a carreira publicitária para dedicar-se exclusivamente à dramaturgia. Fez a sua estreia na televisão dois anos mais tarde quando, ao lado de sua mãe, escreveu a novela “Velho Chico”, tornando-se – aos 28 anos – um dos mais jovens autores a escreverem para o horário nobre.
Em 2020, Bruno foi convidado para escrever a adaptação da novela “Pantanal” e não hesitou em aceitar a missão.
Para mim, o pilar central dessa adaptação é preservar a história que foi contada há 30 anos.
“Ela tem de ser traduzida para os dias de hoje, para os conceitos e valores de hoje. Muitas coisas nesses 30 anos ficaram para trás, mas a essência da história permanece a mesma. É sobre afeto, relações familiares, uma grande saga familiar, e fala sobre a relação do homem consigo mesmo, com o meio ambiente, com o meio onde está inserido, sobre contratos sociais”, afirmou.
“É uma trama muito pertinente e ela foi pertinente 30 anos atrás porque, na época, foi contemporânea. Hoje, para ela ter a mesma força e o mesmo significado que teve, precisa ser fresca e moderna, ressignificando alguns assuntos e tentando traduzir esse espaço para o qual ele foi proposto para os dias atuais”.
NOVELA DE PERSONAGENS INSPIRADORES
Bruno Luperi enfatiza que “Pantanal” é uma saga familiar, uma trama sobre encontros e desencontros: “Uma história com poucos personagens para o padrão de hoje, mas muito densa na intimidade de cada um deles. Ela traz o choque de cultura entre o mundo urbano e rural; e resgata heróis, uma característica muito forte da obra do meu avô, esse caráter épico, que fala muito sobre valores. São personagens inspiradores, como o José Leôncio, que te faz acreditar que o mundo pode ser melhor, que existem pessoas que são corretas, dignas”, destaca o autor.
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O autor ainda enfatizou as belezas naturais e as tramas fortes que a novela tem como pano de fundo: “‘Pantanal’ permite esse mergulho no Brasil profundo, nesse universo forte da cultura pantaneira, de peão de boiadeiro, na cultura das mulheres. A maior força dessa novela é colocar a natureza como protagonista”.
“Na trama, o Pantanal determina a vida de todo mundo, todos os personagens e essa é a grande mensagem. Tudo começa com o velho Joventino, que entende que não precisa dominar o boi, ele entende que não tem domínio sobre a natureza, e por isso se entrega à ela. E daí surge o Velho do Rio, que está ali como maestro, conduzindo aquele espaço para que funcione de maneira mais digna. Dele vem os diálogos mais importantes sobre a conexão do homem com a natureza, sobre essa reconexão”.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino