Travessia: Encantos do Maranhão, Portugal e Vila Isabel
Por Flavia Cirino - 08/10/22 às 00:00 - Última Atualização: 7 outubro 2022
As primeiras gravações de “Travessia” começaram em julho deste ano e o pontapé inicial para esta jornada foi dado do outro lado do Atlântico. Durante uma semana de trabalho intenso, cartões postais de Lisboa como os famosos bairros do Chiado e Arroios, além das cidades de Setúbal e Óbidos, serviram de locações para a trama e de aquecimento para as primeiras trocas no set entre elenco, direção e equipes de produção da novela. Por lá passaram Vanessa Giácomo, Alexandre Nero, Romulo Estrela, Rodrigo Lombardi e Guilherme Cabral.
“Portugal é, certamente, um dos lugares mais interessantes da Europa e que se desenvolveu lindamente. Filmamos nos espaços mais cheios e icônicos de Lisboa, como a Praça do Comércio, a Praça Luís de Camões, o Garrett, o Elevador de Santa Justa. Também fomos a Óbidos, um lugar lindíssimo, medieval, e estivemos na Quinta da Bacalhoa, uma vinícola num casario bastante antigo de Setúbal”, detalha o diretor artístico da obra, Mauro Mendonça Filho.
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Os espaços ambientaram parte da trama do casamento de Guida (Alessandra Negrini) e Moretti (Rodrigo Lombardi), além das cenas da criação da deepfake que muda completamente os rumos de Brisa (Lucy Alves).
DE LÁ PRA CÁ
De volta ao Brasil, a equipe começou a filmar externas no Rio de Janeiro e, em agosto, um time com cerca de 120 profissionais desembarcou no Maranhão, onde ficou por quatro semanas, gravando e mergulhando na cultura local do estado onde começa a trama de ‘Travessia’. Ao todo, foram mais de 30 locações para as gravações, que aconteceram não só pelas ruas de São Luís e no Centro Histórico da capital, mas também nos Lençóis Maranhenses e na praia de Atins. Além dos protagonistas Lucy Alves, Chay Suede e Romulo Estrela, também filmaram por lá os atores Marcos Caruso, Drica Moraes, Priscilla Vilela, Camila Rocha, João Bravo e Mariah Yohana.
As margens dos Lençóis Maranhenses aqueceram os primeiros encontros de Brisa e Ari (Chay Suede), emprestando às cenas, que vão da infância à juventude do casal, as características típicas de um vilarejo interiorano, onde os dois personagens nasceram e foram criados.
Já no Centro Histórico houve o encontro do elenco com a cultura pulsante do estado, um patrimônio a céu aberto que coloriu as imagens registradas para a novela e tornaram ainda mais palpáveis as motivações dos personagens que lutam pela preservação daquele ambiente. Casas de grupos de Tambor de Crioula, igrejas e casarões históricos, ruas e cruzamentos que fizeram parte da origem de São Luís foram visitados e receberam as equipes, acrescentando ainda mais riqueza à parte visual da novela.
GRAVAR NO MARANHÃO ERA UM DESEJO DE GLORIA PEREZ
A ida ao Maranhão enriqueceu também a composição da personalidade e linguagem dos personagens oriundos do estado. Os atores ouviram e viveram os sotaques, tradições e costumes dos moradores de São Luís, se familiarizando com o povo que representam na trama e entendendo mais sobre sua história. A produção de arte também fez um intenso mergulho no acervo e comércio maranhense, e vários dos objetos presentes nos cenários de Brisa e Núbia (Drica Moraes) – filmados no Maranhão e, depois, construídos nos Estúdios Globo – foram adquiridos de produtores locais.
Dando ainda mais vida ao texto de Gloria Perez, grupos de Tambor de Crioula e Bumba meu Boi do Maranhão foram não só fonte de inspiração, estudo e pesquisa para ‘Travessia’ como parte integrante da novela. Eles participaram das gravações entoando cantos e danças, que tiveram início na tradição maranhense no século XVIII e, desde então, encantam o mundo todo pela potência e exuberância que representam.
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Gravar no estado era um desejo antigo da autora, que se apaixonou pela região desde os primeiros momentos de sua pesquisa para a trama. “Sempre tive muita curiosidade pelo Maranhão. É um estado que tem uma cultura muito própria, muita personalidade, até pela sua formação: começa com uma ocupação francesa, depois vêm os holandeses e depois é que chegam os portugueses. Além disso têm ali os indígenas, os africanos e toda essa mistura resulta em um caldo cultural muito rico, que se expressa através do folclore, da arte, da música, da dança”, explica Gloria Perez.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino