Carla Vilhena é detonada após cobrar uso de máscara no Afeganistão

Por - 17/08/21

Foto: Divulgação/ CNN Brasil

A crise humanitária no Afeganistão tem deixado todos indignados e foi um dos principais assuntos de segunda-feira, 16 de agosto. Âncora da CNN Brasil, Carla Vilhena chamou atenção nas redes sociais por conta de um comentário feito após a exibição de uma reportagem sobre o assunto no programa “Visão CNN”.

Ao voltar para o estúdio, Carla Vilhena comentou com a jornalista Derla Cardoso sobre a falta do uso de máscaras pela população que tentava desesperadamente fugir de Cabul, capital do Afeganistão, após o controle do Talibã sobre o país.

“Outra coisa que me chamou atenção ali, Derla, foi a falta de máscaras. Você viu que só dois, um até com o nariz de fora, usavam máscaras, sendo que o Afeganistão é um dos países menos vacinados do mundo. Claro, devido a todo esse conflito”, diz a âncora, referindo-se ao número de pessoas imunizadas contra a Covid-19.

A reação de internautas foi imediata e o nome da jornalista ficou entre os mais citados no Twitter.

“Tem gente caindo de avião decolando, e a preocupação da Carla Vilhena é se os afegãos estão de máscara. Que fase”; “A Carla Vilhena, da CNN Brasil, está preocupada com a falta do uso de máscaras do povo afegão fugindo do Talibã. Minha filha, quem lembra de Covid no meio de uma guerra?”, foram algumas das críticas.

https://twitter.com/CacicAjuricaba/status/1427580372708175876

Em seu perfil no Twitter, Carla Vilhena reagiu e ironizou. citando a vice-presidente dos Estados Unidos, que também foi parar nos assuntos do momento.

“Bora organizar aqui os comentários, porque eu pretendo chegar ao índice da Kamala Harris”, escreveu a jornalista da CNN.

EX-BBB FOI DETONADO POR SUGERIR APP DE NAOR PARA AFEGÃOS

Mahmoud Baydoun recebeu uma enxurrada de críticas na segunda-feira, 16 de agosto. O ex-BBB expressou a sua preocupação com os moradores, em especial os LGBTQIA +, do Afeganistão, que foi dominado pelo Talibã, e revelou que tentou usar o Grindr — um aplicativo de pegação — para entrar em contato e oferecer ajuda aos afegãos.

Veja+: Relembre a participação de Mahmoud em No Limite

“Estou preocupado com os LGBTs do Afeganistão. Mudei a localização do Grindr pra Cabul pra perguntar se alguém precisa de ajuda, mas o app não roda lá. Tenso”, escreveu ele nas redes sociais. 

https://twitter.com/MahmoudOficial_/status/1427262700867006464

ENTENDA A GUERRA DO AFEGANISTÃO

O conflito encabeçado pelos Estados Unidos no Oriente Médio após os atentados do 11 de setembro, às Torres Gêmeas, desencadeou a Guerra do Afeganistão. Após quase duas décadas de disputas, os EUA anunciaram a retirada das tropas do país e o grupo extremista islâmico Talibã retomou o poder em Cabul, capital do país, no domingo, 15 de agosto.

Em 11 de setembro de 2001, uma série de ataques nos EUA mataram quase 3 mil pessoas. Osama bin Laden, o chefe do grupo extremista Al-Qaeda, foi identificado como responsável pelos atentados.

Na época, o Talibã detinha o controle sobre o Afeganistão e tinha alianças com grupos terroristas, como a própria Al-Qaeda. Além disso, havia suspeita de que Bin Laden estivesse em território afegão, acobertado pelos extremistas, que se recusavam a entregá-lo para o governo americano.

Por isso, um mês depois dos atentados de 11 de setembro, os EUA lançaram ataques aéreos contra o país.

Além dos Estados Unidos, França, a Alemanha e o Reino Unido entraram na briga e o Talibã perdeu terreno. A coalizão conseguiu estabelecer, em Cabul, um governo apoiado pelo Ocidente.

O Talibã seguiu com ataques, atentados e expandiu sua influência política. Com a ajuda de soldados afegãos, as forças internacionais tentavam conter o grupo.

Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) atuaram por duas décadas para proteger seus aliados, mas começaram a retirada no último mês de maio.

Ao ocupar o palácio presidencial do Afeganistão em 15 de agosto, os talibãs afirmaram que ganharam a guerra. Contudo os americanos alegam que a missão foi “um sucesso” por terem conseguido encontrar e matar o líder da Al-Qaeda, Bin Laden.

A retomada do poder pelo grupo extremista escalou rapidamente desde a saída dos americanos da base aérea de Bagram, principal instalação militar no Afeganistão, no mês passado.

Com o espaço devolvido para o controle do governo afegão, se deu o fim “na prática” da presença americana no país – ainda que algumas tropas seguissem em Cabul.

Essa abertura americana foi um sinal vermelho para que os talibãs avançassem, em menos de dois meses, e tomassem o poder das principais cidades do país, incluindo a capital.

O QUE É O TALIBÃ

Talibã significa “estudantes” em pashto (uma das línguas faladas no Afeganistão). Esse grupo de orientação sunita foi formado em 1994 por ex-guerrilheiros conhecidos como mujahidin, que tinham participado do confronto com forças soviéticas no país (inclusive com o apoio dos Estados Unidos).

Desde a criação, o objetivo do Talibã era impor uma lei islâmica, que os integrantes interpretavam de sua maneira, no país. Em 1996, o objetivo foi atingido e eles capturaram Cabul.

A população afegã, em geral, deu as boas-vindas ao Talibã quando eles apareceram pela primeira vez. Eles eram conhecidos por reduzir a corrupção, coibir a criminalidade e trabalhar para tornar seguras as estradas e áreas sob seu controle, estimulando assim o comércio.

De 1994 a 1996, o Talibã ganhou controle exclusivo sobre a maior parte do país, e o Afeganistão foi proclamado um emirado islâmico.

Nos cinco anos seguintes, o grupo controlou o Afeganistão com uma interpretação dura da sharia, a lei islâmica.

Quando os talibãs tomaram o Afeganistão nos anos 1990, as mulheres não podiam trabalhar nem estudar e tinham de ficar confinadas em casa. Era obrigatório, ainda, que vestissem apenas a burca — uma mortalha que só deixa os olhos à mostra.

Além disso, os homens tiveram de deixar a barba crescer.

Filmes e livros ocidentais eram proibidos, e artefatos culturais, vistos como blasfêmias sob o Islã foram destruídos — como as estátuas de Buda de Bamiyan.

Alguns afegãos continuaram a acessar produtos da cultura ocidental em segredo, correndo o risco de punição extrema.

Execuções públicas e açoitamentos também eram comuns.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino