Leah Remini abre processo contra a Cientologia por ameaças e assédio
Por Rita García - 03/08/23 às 11:00
A ex-atriz da extinta série “The King of Queens”, Leah Remini, abriu um processo contra a Igreja da Cientologia e seu líder, David Miscavige. Remini anunciou no Twitter que entrou com uma ação após 17 anos de suposto “assédio, intimidação, vigilância e difamação”.
“Embora este processo seja sobre o que a Cientologia fez comigo, sou um dos milhares de alvos da Cientologia nas últimas sete décadas”, justificou.
“Embora defender as vítimas da Cientologia tenha impactado significativamente minha vida e carreira, o objetivo final da Cientologia de me silenciar não foi alcançado”, afirmou em sua declaração.
A atriz disse que as pessoas que compartilham o que experimentaram na Cientologia e aqueles que os defendem “devem ser livres para fazê-lo, sem temer retaliação de um culto com isenção de impostos e bilhões em ativos”, cutucou.
Remini já havia dito que sofreu ameaças de morte por membros da igreja de Miscavige, e da qual Tom Cruise é um dos membros mais famosos, somente pelo fato de ter denunciado a seita. Ela observou que a imprensa tem o “direito de relatar” sobre a Cientologia sem alegadas ameaças às suas vidas pessoais e carreiras, ao contrário dela que sofreu retaliação por revelar o que estava por trás das cortinas da religião.
“Crianças, mães, pais, tias e tios têm o direito de solicitar cheques de bem-estar de seus familiares sem medo de uma operação ativada contra eles pela Cientologia por fazê-lo”, disse.
Ela concluiu: “Com este processo, espero proteger os direitos concedidos a eles e a mim pela Constituição dos Estados Unidos de falar a verdade e relatar os fatos sobre a Cientologia sem medo de retribuição cruel e vingativa, da qual a maioria não tem como lutar.”
Nos documentos, obtidos pela coluna “Page Six” do jornal “The New York Post”, Leah Remini revela que a igreja a “perseguiu, vigiou, assediou, ameaçou, intimidou” e criou “boatos maliciosos e fraudulentos intencionais por meio de centenas de contas de mídia social controladas e coordenadas pela Cientologia que existem apenas para intimidar e espalhar desinformação” sobre ela.
Seus familiares, amigos e colegas supostamente também foram “incessantemente assediados, ameaçados, intimidados e envergonhados”.
A atriz abandonou a seita em 2013, depois de décadas participando dela. Uma fonte afirmou na época que Remini não aprovava as políticas da igreja, entre elas, não poder questionar a administração de Miscavige ou ser obrigada a se ‘desconectar’ de membros da família que decidissem deixar a seita.
Em 2015 Leah Remini lançou seu livro de memórias, “Troublemaker: Surviving Hollywood and Scientology”, e posteriormente ganhou um Emmy por sua série “Scientology and the Aftermath”.
A atriz revelou em uma antiga entrevista à revista “People” que tinha apenas 13 anos de idade, e sua irmã Nicole, 10, quando sua mãe, recém-divorciada começou a sair com um membro da polêmica igreja, e graças a isso a religião entrou rapidamente em sua casa.
Após 30 anos, Leah Remini abandona a Cientologia
Ela conta que como criança na época, a igreja levou mais liberdade e alegria para sua infância, porque de repente sua mãe deixou de brigar com elas, e já não havia mais discussões em casa.
“Quase imediatamente minha mãe ficou um pouco mais aberta e menos a mãe que estava sempre gritando com a gente. Ela disse à minha irmã e a mim, que éramos seres espirituais e que íamos começar a aprender a nos comunicar e a não atacarmos uns aos outros. Como uma criança, isso foi muito estimulante”, relembrou Remini.
Com apenas 13 anos, Remini e Nicole foram convidadas a se mudarem para a sede especial da igreja, Sea Org, em Clearwater, na Flórida – casa para os membros mais dedicados da Cientologia. As duas foram separadas da mãe, que estava grávida na época, e Leah relembra que tiveram que assinar um ‘contrato de fidelidade’ com a religião, de ‘bilhões de anos’.
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Formada em Ciencias de la Comunicación (México), louca por gatos e fascinada com o mundo dos famosos. Feliz de ser parte do OFuxico desde 2000.