Monark reclama de proibição do Youtube: ‘Querem me destruir’
Por Luigi Civalli - 18/02/22 às 11:04
Monark ficou no olho do furacão na última semana ao dizer comentários sobre a criação de um partido nazista no Brasil com o argumento da liberdade de expressão. No entanto, isso não pegou nada bem e culminou, inclusive, com sua saída do Flow Podcast, onde foi um dos criadores.
Agora, ele tentou criar um novo canal no Youtube para seguir trabalhando com internet, mas foi proibido pela empresa e reclamou nas redes sociais.
“Estou sofrendo perseguição política do Youtube. Eles me proibiram de criar um novo canal para poder continuar minha vida, pessoas poderosas querem me destruir. Liberdade de expressão morreu”, disse.
Na resposta do Youtube, que Monark fez questão de mostrar em suas redes sociais, o Youtube alega que “responsabilidade é a prioridade máxima da empresa” e se preocupam com as recentes declarações de Monark, já que isso poderia “causar danos significativos à comunidade”.
“Responsabilidade é prioridade máxima para o Youtube, e é muito importante que os criadores de conteúdo usem sua influência com responsabilidade – dentro e fora da nossa plataforma. Dessa forma, preocupam-nos as recentes declarações relacionadas ao nazismo em um de seus canais, que podem causar danos significativos à comunidade e que, além disso, violam nossas políticas de Responsabilidades do Criador de Conteúdo, que fazem parte de nossas Políticas de Monetização de Canais do Youtube”, disse.
Veja!
Monark ainda postou um vídeo em que pediu a ajuda do público para que pudesse voltar a trabalhar com internet e reafirmou que seus comentários foram infelizes, mas nunca “foram mal-intencionados e, de maneira nenhuma, defendeu alguma ideologia extremista”.
Relembre a polêmica com Monark
Durante um episódio, que teve a presença de Tabata Amaral e Kim Kataguiri, Bruno Aiub, que tem o apelido de Monark, falava de liberdade de expressão e sugeriu que fosse criado um partido nazista reconhecido por lei no Brasil.
A repercussão do fato foi péssima e culminou na demissão de Monark. Ainda não se sabe como será o desligamento, já que ele é um dos sócios do podcast, mas em breve surgirão atualizações sobre o caso.
Nas redes sociais, o Flow Podcast anunciou a demissão e ainda pediu desculpas à população judaica, retirou o episódio 545 do ar e ainda reforçou o comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos.
Confira o comunicado completo!
MONARK PEDIU DESCULPAS APÓS REPERCUSSÃO
Percebendo o erro, Monark foi até suas redes sociais para explicar o fato. Ele revelou que foram quatro horas de conversa e “já estava bêbado”, mas assumi o erro, pede compreensão do público e se desculpou com a comunidade judaica, que foi vítima do Holocausto, justamente protagonizada pelos nazistas.
“Eu errei, a verdade é essa. Eu estava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares do mundo, nos Estados Unidos, por exemplo, mas eu fui defender essa ideia de um jeito muito burro, eu estava bêbado, eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Peço perdão pela minha insensibilidade”, começou ele.
“Mas eu peço também um pouco de compreensão, são quatro horas de conversa, a gente já tava bêbado. Fui insensível sim, errei na forma com que eu me expressei, dá a entender que estou defendendo coisas abomináveis, é uma merd* errei pra caral***, eu peço compreensão aí de vocês mesmo e peço desculpas a toda comunidade judaica. Não queria ser insensível, não foi minha intenção”, afirmou.
PATROCINADORES SE PRONUNCIAM SOBRE O CASO
Diante da repercussão, o Flow Podcast perdeu três grandes patrocinadores: a Flash Benefícios, Insider Store e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.
“Diante do absurdo, é preciso se posicionar. No último dia 07 de fevereiro, durante a exibição do episódio 545 do Flow Podcast, um dos apresentadores fez comentários inadmissíveis e dos quais discordamos de forma veemente. Diante disso, solicitamos o encerramento formal e imediato de nossa relação contratual com os Estúdios Flow.
A Flash Benefícios acredita em uma sociedade igualitária, sem qualquer tipo de discriminação. Não há sociedade livre quando há intolerância ou busca de legitimação de discursos odiosos, nazistas e racistas, tecidos a partir de uma suposta liberdade de expressão. Reforçamos que todo e qualquer tipo de opinião jamais pode ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de um grupo da sociedade.
Acreditamos que liberdade de expressão, diálogo, pluralidade, e até mesmo a individualidade, só existem em uma sociedade onde há respeito mútuo. Qualquer atitude que fere e subjuga a existência de qualquer ser humano é crime e deve ser encarada como tal”, informou a Flash Benefícios.
A Federação de Futebol do Estados do Rio de Janeiro também emitiu um comunicado e solicitou o rompimento de contrato imediato.
“A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, defensora da igualdade, do respeito e contrária a qualquer tipo de preconceito, anuncia o rompimento do contrato com o Estúdios Flow, responsável pelo podcast Flow Sport Club que transmitia jogos do Campeonato Carioca de 2022, por apologia ao nazismo, regime cujos crimes contra a humanidade até os dias de hoje causam horror a qualquer um que preze pela vida”.
No caso da Insider Store, eles disponibilizaram um vídeo em que falavam do rompimento de contrato com o Flow Podcast e ainda pediam o desligamento imediato de Monark da atração, que posteriormente aconteceu.
De acordo com o UOL, a Mondelez Brasil, detentora da marca BIS, se pronunciou logo no fim da manhã, repudiando a discriminação e o racismo, e esclarecendo que só financiou dois episódios do programa em 2021 e que já havia solicitado a exclusão da marca entre os patrocinadores do Flow. E a marca esportiva Puma também se pronunciou de modo similar, argumentando que já solicitou a exclusão de seu nome da lista de patrocinadores.
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Formado desde 2010, já passou pelas editorias de esporte e entretenimento em outros veículos do país e atualmente está no OFuxico. Produz matérias, reportagens, coberturas de eventos, apresenta lives e ainda faz vídeos curtos para as redes sociais