Justiça decreta prisão de jovens envolvidos no assassinato do ambientalista Ferrugem

Por - 26/08/22 às 08:37

Ambientalista Ferrugem, agachado diante de uma lata de lixo, de camisa branca e bermuda pretaFerrugem desapareceu na represa Billings, em São Paulo - Foto: Reprodução/ Facebook

A justiça decretou a prisão temporária de quatro jovens pelo envolvimento na morte do ambientalista Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem. Ele desapareceu na represa Billings, em São Paulo, após cair de uma embarcação e o corpo foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros, após cinco dias de buscas.

Ferrugem estava desaparecido desde o último dia 1º de agosto. A Polícia investigava o caso como homicídio culposo, por meio de inquérito policial instaurado pelo 101° DP.

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“Policiais civis do 101º Distrito Policial (Jardim Imbuias) deram cumprimento a quatro mandados de prisão temporária contra quatro pessoas, nesta quarta-feira (24), por envolvimento na morte de um marinheiro, na região do Grajaú, na zona sul da Capital”, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio de nota.

Segundo o Instituto Médico Legal (IML), Ferrugem morreu por asfixia mecânica, que pode ter sido causada por um aperto com as mãos ou por um mata-leão.

No início da investigação, a hipótese era de morte acidental por afogamento, tal qual aconteceu com o falecido ator Domigos Montagner, em 2016: “Após análise do laudo necroscópico, foi verificado que havia sinal de asfixia mecânica na vítima, não havendo sinais de afogamento”, disse a SSP.

FESTA NO BARCO

De acordo com o delegado Marcos Gomes de Moura, do 101º DP, Ferrugem recebeu R$ 50 para fazer um passeio com dois casais. Em seu relato, o delegado afirmou que as pessoas beberam cerveja e Ferrugem chegou a deixar as pessoas pilotarem.

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“E em um momento desses, ele estava dançando na parte de trás do barco e uma outra pessoa estava guiando. Foi aí que teve um solavanco, ele e outra mulher caíram”, afirmou o delegado em entrevista no início de agosto.

FERRUGEM ESTAVA MORTO QUANDO CAIU NA ÁGUA

Jakelline Barros, delegada-assistente responsável pela investigação da morte do ambientalista Adolfo Duarte, o Ferrugem, disse na quinta-feira, 25 de agosto, que ele já estava morto quando caiu na água.

“A vítima apresentava uma lesão no pescoço que pode ser decorrente de um golpe denominado mata-leão. Existem outras lesões que não ensejariam a morte, mas que indicam a possibilidade de alguma espécie de agressão antes dessa vítima cair na água. O fato é que, quando a vítima cai na água, segundo o laudo, ela já está morta”, afirmou a delegada-assistente.

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Um perito do IC disse em outro laudo que não houve tranco no barco, como alegaram os quatro jovens. Diante disso, a delegada-assistente, titular do 101º Distrito Policial, pediu a prisão temporária e a Justiça concedeu. Os jovens negam qualquer agressão à vítima e dizem que foi um acidente.

O advogado André Nino, que representa os quatro jovens, disse que os rapazes estão no 101º DP e serão transferidos para carceragens de transição. Os quatro dizem que foi um acidente e mantêm a mesma versão de sempre, de que Ferrugem caiu do barco junto com a outra garota.

QUEM ERA FERRUGEM

Formado em história, Ferrugem era presidente da “ONG Meninos da Billings”, que atua para preservar a região da represa com foco na educação ambiental do manancial.

Ele costumava fazer passeios com jovens pela represa. A esposa de Ferrugem, Uiara Duarte, contou à TV Globo que o último contato do marido foi às 19h41 do dia 1º de agosto por mensagem de WhatsApp. Após isso, ele não respondeu mais a mensagens enviadas por ela.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino