Prêmio do Cinema Brasileiro consagra filme mineiro. Veja a lista de vencedores!
Por Flavia Cirino - 24/08/23 às 09:09
Selecionado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para disputar uma vaga no Oscar, embora não tivesse conseguido passar pela peneira dos candidatos, o filme “Marte Um” foi o grande vencedor do 22º Prêmio do Cinema Brasileiro.
Reunindo artistas, produtores e realizadores da indústria cinematográfica na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite de quarta-feira, 23 de agosto, o evento reafirmou o crescimento do cinema nacional, com apresentação de Cláudia Abreu e Silvio Guindane.
O longa do mineiro Gabriel Martins, conquistou oito estatuetas, incluindo melhor filme, direção, roteiro, ator e ator coadjuvante. Recordista em indicações, concorrendo a 15 estatuetas, “Medida Provisória”, de Lazaro Ramos, deixou a cerimônia com apenas um troféu Grande Otelo, melhor atriz coadjuvante para Adriana Esteves.
“Marte Um” acompanha uma família de periferia que tenta viver seus sonhos. Enquanto a mãe comemora mais trabalhos de faxina, o filho mais novo, Deivid (Cícero Lucas), um menino negro de Contagem, na grande Belo Horizonte (MG), revela seu desejo de deixar de jogar futebol para virar astrofísico e ir à Marte.
Destaques da premiação
“Eduardo e Mônica”, de René Sampaio, conquistou o primeiro troféu Grande Otelo da noite, melhor trilha sonora, para Pedro Guedes, Fabiano Krieger e Lucas Marcier.
O drama de época “A viagem de Pedro”, de Laís Bondanzky, conquistou três estatuetas seguidas: melhor figurino, maquiagem e direção de arte.
Houve ainda homenagem para Amir Labaki, idealizador do festival “É Tudo Verdade”, e Vladimir Carvalho, documentarista conhecido pelo trabalho em “O país de São Saruê” (1971) e “Conterrâneos velhos de guerra” (1992).
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A emoção maior da noite se deu quando, ao som de “A paz” no piano, o in memoriam relembrou os artistas que faleceram no último ano, como Aderbal Freire-Filho, Antônio Pedro, Aracy Balabanian, Claudia Jimenez, Doris Monteiro, Erasmo Carlos, Gal Costa, João Donato, Zé Celso, Pedro Paulo Rangel, Pelé, Rita Lee, Rolando Boldrin e Léa Garcia, falecida na última semana.
Não faltaram discursos políticos pedindo ações como as “cotas de tela” e a regulação do streaming. Cláudia Abreu quebrou o protocolo ao homenagear Maria Clara Machado e comemorar os prêmios de “Pluft, o Fantasminha”, vencedor nas categorias melhor filme infantil e melhores efeitos especiais.
Confira a lista completa dos vencedores
Melhor longa-metragem de ficção – “Marte Um”
Melhor longa-metragem documentário – “Kobra Auto Retrato”
Melhor longa-metragem comédia – “Bem-vinda a Quixeramobim”
Melhor longa-metragem infantil – “Pluft, o fantasminha”
Melhor longa-metragem animação – “Tarsilinha”
Melhor direção – Gabriel Martins, por “Marte Um”
Melhor primeira direção de longa-metragem – Carolina Markowicz, por “Carvão”
Melhor atriz – Dira Paes, por “Pureza”
Melhor ator – Carlos Francisco, por “Marte Um”
Melhor atriz coadjuvante – Adriana Esteves, por “Medida Provisória”
Melhor ator coadjuvante – Cícero Lucas, por “Marte Um”
Melhor direção de fotografia – Leonardo Feliciano, por “Marte Um”
Melhor roteiro original – Gabriel Martins, por “Marte Um”
Melhor roteiro adaptado – Angelo Defanti, por “O Clube dos Anjos”
Melhor direção de arte – Adrian Cooper, por “A Viagem de Pedro”
Melhor figurino – Marjorie Gueller, Joana Porto e Patrícia Dória, por “A Viagem de Pedro”
Melhor maquiagem – Tayce Vale e Blue, por “A Viagem de Pedro”
Melhores efeitos visuais – “Pluft, o fantasminha”
Melhor montagem – Thiago Ricarte e Gabriel Martins, por “Marte um”
Melhor som – “Marte Um”
Melhor trilha sonora – Pedro Guedes, Fabiano Krieger e Lucas Marcier, por “Eduardo e Mônica”
Melhor filme íbero-americano – “Argentina, 1985” (Argentina)
Melhor filme internacional – “Elvis” (EUA)
Melhor curta-metragem animação – “A Menina Atrás do Espelho”
Melhor curta-metragem documentário – “Território Pequi”
Melhor curta-metragem ficção – “Big bang”
Melhor série brasileira animação – “Vamos Brincar com a Turma da Mônica” (1ª temporada)
Melhor série brasileira documentário – “Pacto Brutal – O Assassinato de Daniela Perez” (1ª temporada)
Melhor série brasileira ficção – “Manhãs de Setembro” (2ª temporada)
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino