Dani Valente, portadora de fibromialgia, mostra o antes e depois da doença

Por - 10/06/22 às 11:01

Dani Valente antes e depois da fibromialgiaDani Valente antes e depois da fibromialgia - Foto: Reprodução/ Instagram @adanivalente

Exibindo uma imagem de 2017 e outra atual, Dani Valente falou sobre a fibromialgia, problema que enfrenta há bastante tempo. A atriz de 45 anos contou na quinta-feira, 09 de junho, sobre sua evolução no tratamento da doença.

“Oi, gente! Tomei muita coragem, mas resolvi postar a minha realidade quando estava numa crise da fibromialgia. Sem filtro”, escreveu.

“Me dói ainda hoje ver essa foto, mas só estou mostrando, porque sei que é possível, sim, sair dessa condição. E eu posso te ajudar. Eu sofria muito com dores e cansaço absurdo. Além disso, a depressão tomava conta de mim”, explicou.

A artista, que fazia sucesso no humor, detalhou que sentia muitas dores e, felizemente, conseguiu se livra delas: “Também sentindo dor e cansaço por 24hs/7 dias por semana, não tem como ficar feliz. Até que fui atrás de estudar bastante sobre como resolver o meu problema e acabei me tornando uma nutricionista holística certificada aqui nos EUA. Mas descobri que não bastava só isso, que eu precisava fazer outras escolhas na vida que me ajudassem a me livrar desse mal. Não foi fácil chegar até aqui, mas hoje, graças a Deus, eu acordo de manhã pronta para o dia, com energia e disposição”, continuou.

DANI PEDIU AJUDA AO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Antes mesmo de Lady GaGa cancelar sua vinda ao Rock in Rio por conta da fibromialgia, Daniele Valente havia contado em suas redes sociais que sofre da mesma doença. A atriz, que está morando em Los Angeles, nos Estados foi diagnosticada em 2016. No ano seguinte, ela revelou e suas redes sociais.

“Há 1 ano mais ou menos fui diagnosticada aqui nos EUA com fibromialgia. Uma doença que faz basicamente a gente sentir dores por todo o corpo, exaustão e uma depressão danada por não conseguir fazer 10% do que você gostaria. Por isso mudei meu estilo de vida. Dou valor a cada momento alegre com a minha família. Foquei em escrever mais do que atuar. Escolho somente os trabalhos que me trazem alegria. Sem falar na alimentação saudável, contato com a natureza e a meditação. Por que estou contando isso? Pra você dar valor às coisas simples da vida sem precisar sentir dor! Seja feliz todos os dias ok? É o que desejo do fundo do coração”, escreveu ela em seu perfil no Instagram, no dia 29 de agosto.

Desde então, Dani vem falando da doença e explica em suas postagens como se sente e as reações, que, a grosso modo, incapacita os doentes de fazerem atividades normais do dia a dia por conta de dores inspuportáveis no corpo.

“A culpa é um sentimento normal pra quem é mãe. Agora multiplica essa culpa por 1 milhão. Esse é o sentimento que mães com fibromialgia sofrem. Pois nem sempre temos energia para brincar com nossos filhos. O que eu faço pra contornar essa situação? Uso a criatividade. Por exemplo, brinco com ela de fantoche. E ela adora! E quando a exaustão bate forte digo que preciso descansar e pronto. Escolhi me libertar da culpa. Quando preciso descansar, descanso. Se estou na rua, procuro um lugar pra sentar, se estou em casa vou deitar, leio um livro ou vejo uma das séries que gosto. Sem culpa de ‘Ah tô sendo preguiçosa, eu podia estar produzindo, eu podia tá organizando minhas gavetas…rsrsrs’ ‘Ah não quero que minha família pense que sou preguiçosa…’ Às vezes, 30 minutos bastam pra eu me recuperar. Parar de pensar os que os outros pensam sobre você é libertador”.

ENTENDA A DOENÇA

A síndrome da fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Junto com a dor, a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas.

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A fibromialgia é um problema bastante comum, visto em pelo menos em 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia.

A cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. Talvez os critérios utilizados hoje no diagnóstico da FM tendam a incluir mais mulheres.  A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas.

Na reumatologia, são comumente usados critérios diagnósticos para se definir se o paciente tem uma doença reumática ou outra. Isto é importante especialmente quando se faz uma pesquisa, para se garantir que todos os pacientes apresentem o mesmo diagnóstico. Muitas vezes, entretanto, estes critérios são utilizados também na prática médica.

QUAIS OS SINTOMAS DA FIBROMIALGIA?

O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Sente-se mais dor no final do dia, mas pode haver também pela manhã. A dor é sentida “nos ossos” ou “na carne” ou ao redor das articulações.

Existe uma maior sensibilidade ao toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados. Não há inchaço das articulações na FM, pois não há inflamação nas articulações. A sensação de inchaço pode aparecer pela contração da musculatura em resposta à dor.

A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. No início da década de 80, descobriu-se que pacientes com fibromialgia apresentam um defeito típico no sono – uma dificuldade de manter um sono profundo. O sono tende a ser superficial e/ou interrompido.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino