Gustavo Gasparani comemora 40 anos de trabalho em peça

Gustavo Gasparani pode não é um nome familiar ao público da televisão, mas deveria ser. Ele já produziu e escreveu para diversos programas e foi corresponsável por projetos de sucesso nacional. Não é diferente no teatro. Completando 40 anos de carreira, ele conversou com OFuxico sobre o atual momento da carreira e os planos para registrar suas experiências em cima do palco e atrás dele.

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Na televisão, em 2022, ele apresenta dois trabalhos na Globo: “Detetives do Prédio Azul (D.P.A)”, exibido no Gloob e “Sob Pressão”, da Globoplay. De uma produção infantil a uma série médica há um abismo de roteiro, produção, filmagem, direção. Mesmo assim, ele está em ambos. Para o autor, o segredo é não ter preconceito com os diferentes formatos.

“A principal razão é eu não ter nenhum preconceito a gênero nem a teatro, televisão, musical, comédia drama. Eu acho que todos os gêneros podem ser muito bons e com todas as qualidades. Isso me interessa e me instiga a passear por eles todos”, explica.

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Trabalhando no mundo artístico desde 1982, Gustavo já viveu diferentes formas de enxergar a arte no país. Também passeou por mídias que já nem existem mais – caso do videocassete, por exemplo. Ao longo de todo esse tempo, colecionou uma série de materiais – desde publicações na imprensa até peças filmadas.

Com tudo isso organizado, seria possível escrever uma autobiografia, mas o artista pretende ir além. De acordo com ele, todo o material pode servir para outro fim antes de chegar às livrarias como um livro tradicional.

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Professor de teatro há mais de trinta anos, o produtor pretende criar uma série de trabalhos que se encaixem em sua história, mas também possam incentivar novos atores em suas próprias trajetórias:

O que mais me interessou, e o que estou trabalhando agora, é, com duas amigas da área, justamente pegar o processo criativo de três espetáculos completamente diferentes: um onde eu sou autor e diretor musical, outro que eu sou ator e outro em que eu sou autor e diretor em um grupo de teatro, na Companhia dos Teatros e tentar daí extrair alguma forma de narrativa que seja útil principalmente para novos atores”.

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O ator revela que um livro poderia sair a partir do processo criativo desses trabalhos, mas deixa claro sua intenção: quer colaborar com a formação de jovens atores.

“Acho interessante que essa observação delas [amigas jornalistas] em três processos tão diferentes, se a gente conseguir extrair um texto que possa ajudar os estudantes de teatro em seus processos criativos, eu acho que consigo fazer um livro. Não sobre os meus quarenta anos, mas que é resultado desses quarenta anos de atividade em estilos tão diferentes”, finaliza.

Atualmente, Gustavo Gasparani está em cartaz com o monólogo “Como Posso Não Ser Montgomery Clift?”, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. A peça conta a história do ícone do cinema americano, que decidiu abandonar a carreira em frente às câmeras. O motivo? O constante assédio dos veículos de comunicação.

“Aos quarenta anos [de carreira], poder refletir sobre a sua profissão, através da vida do Mont. A gente fala da arte, da relação com a imprensa, os colegas de trabalho, das inseguranças, do que é público e privado, do mito desse ator e do ser humano no dia a dia. Eu acho que é um texto que, para mim, cai como uma luva”, celebra.

A peça se desenvolve a partir daí e dos imbróglios que o personagem precisa enfrentar. Os ingressos variam entre R$9,00 e R$30,00. Com indicada para maiores de 16 anos, as sessões acontecem de quintas a sábados às 20h. A temporada se encerra no dia 12 de novembro.

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