‘Profissão Repórter’ expõe desdobramentos da denúncia de Felca

Por - 26/08/2025 - 08:10

Caco Barcellos entrevista Felca no 'Profissão Repórter'Caco Barcellos entrevista Felca no 'Profissão Repórter' - Foto: Globo

A denúncia feita por Felca sobre a adultização e a exploração sexual de menores nas redes sociais ganhou proporções imensas. O influenciador expôs uma realidade que já vinha sendo discutida em círculos acadêmicos e em ONGs, mas que raramente alcançava tanta visibilidade.

Felca recebe ameaças após denúncia

Com sua fala, o tema rompeu a bolha da internet e passou a ocupar o noticiário, mobilizando autoridades, movimentos sociais e a própria televisão.

Na esteira da repercussão, o “Profissão Repórter” prepara uma edição especial para esta terça-feira, 26 de agosto. Sob o comando de Caco Barcellos, a equipe mergulhou em casos concretos para mostrar o quanto o Brasil ainda falha na proteção da infância.

O impacto da denúncia

Logo após a fala de Felca viralizar, usuários das redes sociais compartilharam relatos pessoais e familiares, ampliando a dimensão da denúncia. O tema se consolidou como um debate urgente, e não apenas como uma onda passageira.

O que Felca fará com o dinheiro que ganha com as visualizações da denúncia

Diversos perfis levantaram discussões sobre consentimento, erotização precoce e responsabilidade das plataformas digitais, reforçando a gravidade da situação.

Com o assunto em evidência, o Ministério Público e órgãos de defesa da infância passaram a receber ainda mais denúncias. Esse movimento mostrou como muitas vítimas ou familiares ainda se sentem acuados, mas encontram coragem quando percebem que o assunto ganha espaço e voz pública.

A investigação jornalística

Para aprofundar a apuração, os repórteres do programa viajaram para diferentes estados. Na Paraíba, encontraram histórias de exploração sexual, trabalho infantil e até tráfico de pessoas, revelando uma rede complexa de violações que permanecem invisíveis para parte da sociedade.

Por que Felca se destaca como ‘craque do ano’?

Já em Roraima, acompanharam o trabalho do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente, que recebe diariamente novas denúncias de abuso.

O levantamento jornalístico se apoia em dados oficiais alarmantes. Em 2024, mais de 61 mil crianças de até 13 anos foram vítimas de estupro no Brasil. Os números reforçam que a denúncia de Felca não foi um caso isolado, mas um alerta sobre um sistema de falhas estruturais.

Outro ponto que choca é o recorte regional: Boa Vista (RR) lidera o ranking nacional de violência sexual contra meninas e mulheres, com 132,7 casos a cada 100 mil habitantes. Esse dado coloca a capital de Roraima no centro da preocupação nacional.

Linha do tempo: o caso Felca e seus desdobramentos

  • 2024 — Felca inicia a apuração e a coletar material sobre adultização e exploração de menores nas redes sociais.
  • 6 de Agosto de 2025 — Ele publica um vídeo de quase 1h, repercutindo entre influenciadores e ativistas. O caso ganha a imprensa tradicional e provoca debates sobre responsabilidade das plataformas digitais.
  • A partir daí, movimentos sociais organizam campanhas virtuais contra a erotização infantil, citando a denúncia como ponto de partida.
  • O Ministério Público registra aumento de denúncias de abuso, atribuídas ao impacto da exposição feita pelo influenciador.
  • Grupos de mães e coletivos feministas cobram das autoridades fiscalização mais rigorosa em conteúdos voltados ao público infantojuvenil.

Por que o alerta não pode ser ignorado

A denúncia de Felca funcionou como catalisador para uma pauta que, apesar de recorrente, costuma ser abafada. Ao transformar relatos em debate público, ele abriu espaço para que vítimas e familiares não apenas falassem, mas encontrassem acolhimento.

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Agora, com o “Profissão Repórter” dando visibilidade nacional, espera-se que o tema ultrapasse o debate online e chegue a mudanças efetivas em políticas públicas e fiscalização digital. Mais do que nunca, o país é confrontado com a urgência de proteger suas crianças diante de uma realidade que não pode continuar sendo normalizada.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino