Renata Capucci abre o coração pela primeira vez sobre Parkinson

A jornalista Renata Capucci tomou um Café da Manhã com Ana Maria Braga no “Mais Você”, da Globo e falou abertamente sobre o diagnóstico que recebeu há 5 anos atrás da Doença de Parkinson. Em uma conversa franca, ela relembrou o dia em que recebeu a notícia do médico e também encorajou a normalizar e entender que é uma condição que afeta todas as idades. Renata ainda fez um apelo:

“Antes um pedido: Não falem ‘Mal de Parkinson’! Quem tem não é um ‘Mal’, é uma doença. Não vamos falar nem escrever. Temos Parkinson, ou Doença de Parkinson. Porque ‘mal’ é uma palavra com uma carga negativa e não precisamos de mais isto nas nossas vidas”.

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Ana recapitulou como o diagnóstico foi revelado em 2018, quando Renata tinha 45 anos. Renata então comentou o que recebe nas redes sociais e como auxilia os seguidores:

“Todos os dias eu recebo mensagens nas minhas redes sociais de gente que acabou de descobrir, gente que acha que tem, gente que descobriu e está no turbilhão, que eu passei em outubro de 2018. Parece que cai uma bigorna na sua cabeça e você fala: ‘Meu Deus, não é possível!’. Eu gritava no carro com meu marido, após receber o diagnóstico. É um choque, principalmente aos 45 anos. As pessoas não fazem a menor ideia de que se pode ter nesta idade. Tem gente que me escreve com 33 anos. O Michael J Fox (“De Volta Para o Futuro”) descobriu aos 29 e tem uma fundação gigantesca que recebe doações e faz diversas pesquisas importantes em prol da cura e de novos tratamentos. Sou uma otimista, está cada vez mais próximo”.

Ana também relembrou que as duas cozinharam juntas em 2018, mas, não foi a toa: O quadro aconteceu apenas 3 dias antes de descobrir a doença. Questionada se ela já percebia algum sintoma naquela época, ela respondeu:

“Três dias depois eu sai dos Estúdios Globo e meu marido me levou em uma emergência neurológica, porque um dia antes meu braço esquerdo subiu sozinho. Eu falei: ‘Mas, o que é isso?’. E assim, em Fevereiro de 2018 eu comecei a mancar e as pessoas me alertavam e eu não percebia. Depois, percebi que realmente eu estava mancando. Fui no osteopata, fui na fisioterapia. Meu dedo do lado esquerdo começou a se contrair sozinho. (…) Eu sentia minha perna esquerda tremendo um pouco e eu achava que era nervoso. Na emergência fiz exame clínico e ressonância e recebi o diagnóstico. Eu falei para ela: ‘Você está doida?! Eu tenho 45 anos!’. E ela me informou que de 10 a 15% dos pacientes tem menos de 60 anos. Tantas coisas que eu só descobri depois. Jovens também têm Parkinson”.

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Relembrando o “Popstar”, que ele conseguiu ficar em quarto lugar, Capucci relembrou que só gravou ciente da doença depois do sexto programa e que se questionou o que faria após receber o diagnóstico:

“Eu saio do programa? Eu continuou? Eu não poderia sair sem dar uma satisfação e eu não estava pronta para falar para todo mundo. Aí eu continuei e fui até o quarto lugar. Naquela hora eu estava me divertindo, me desafiando, então eu não pensava nisto”.

REVELANDO A DOENÇA EM PÚBLICO

Renata Capucci relembrou o dia que se sentiu pronta para falar sobre a doença. A coragem veio no podcast “Isto é Fantástico”, que ela apresenta, após Guta Stresser revelar o diagnóstico de Esclerose múltipla no ano passado:

“Estávamos fazendo um episódio sobre doenças degenerativas. Ao fim desta gravação, eu me senti encorajada. Eu seria muito falsa se eu só continuasse apresentando, então eu me abri. Me emocionei, sou uma manteiga derretida. foi um momento de catarse. Depois de 5 anos, de momentos de altos e baixo, momentos muito tristes, momentos que você se desespera, que você fica depressiva diante da impossibilidade, da falta de controle que você tem sobre a evolução da doença. O ser humano é muito prepotente e onipotente, achamos que a gente manda na vida da gente. Depois de receber uma ‘bigorna na cabeça’, você passa a ser impotente e se questiona ‘E agora?’, até virar a chave e transformaR em potência. Eu encaro a doença com coragem”.

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Ana Maria se emocionou ao mostrar uma plaquinha que recebeu da jornalista com os dizeres: “O que a vida quer da gente é coragem”. E então, a apresentadora desabafou com lágrimas em seus olhos:

“Eu acho que é por isso que é importante falar disso, das coisas reais da vida. Não só são flores. A gente passa por poucas e boas na vida, e precisamos ter coragem a cada momento e saber o tamanho que você tem de frente as dificuldades da vida.”.

Capucci completou e disse:

“Ou você fica na inércia, deitada na cama esperando o tempo passar. Se isso melhorasse, se ajudasse, eu estaria chorando porque para mim é fácil. Agora, não adianta nada. O que a Doença quer é que a gente fique parado, e vai ficando rígido devido a ela. Se você não faz o contrário, ela toma conta de você. Então, eu faço o contrário.”

Ela também comentou sobre a exclusividade de cada caso, ou seja, cada pessoa com Parkinson pode ter algo particular, ou até deixar de ter um dos sintomas:

“É particular. Tem gente que não tem tremor, tem gente que tem mais rigidez, tem gente que tem um pouco dos dois. Tem gente que tem o Friezing, que é você estar andando e de repente você não vai mais. Eu perdi parte do olfato, eu não sinto vários cheiros. Tenho dificuldade de ir ao banheiro, pois, são os movimentos que são mais dificultosos. Insônia é um dos sintomas não motores. Eles começam, geralmente, antes do Parkinson.”

O diagnóstico, relembra Capucci, é realizado por um especialista, neste caso um Neurologista. E reforçou que cada um tem um Parkinson particular, fazendo outro apelo sobre não reparar nas situações alheias.

“Tem quem me ligue e fale: ‘Mas, você parece tão bem!’. Eu pareço bem, depois de 5 anos, eu diria que está leve. Mas, não quer dizer que amanhã vai continuar assim. Quem determina o tratamento, a cirurgia, tudo é o seu Neurologista. Eu reforço isto: Você tem que olhar tudo isto com uma dose de otimismo e se movimentar.”

Relembrando uma matéria no Fantástico, sobre a prática Ping Pong e que esta retarda a doença, ela ainda informa que a vida fitness é uma prioridade, falando até mesmo sobre a associações de Boxe apenas para pessoas com Parkinson. Renata completou falando sobre seus pilares:

“Tenho minha médica, meu trabalho, que amo o que o Fantástico me proporciona e amo trabalhar, tenho meu personal, minha psicóloga, que segura minha onda, e tenho minha família. É tão importante. Minhas filhas sabem, eu tive que contar para a menor, a Diana, eu chamei ela, após o podcast e revelei para ela e disse: ‘Não fica preocupada’. Ela lidou bem”.

Em seguida, ela recebeu uma homenagem dos familiares e foi ás lágrimas:

O QUE É PARKINSON

A Doença de Parkinson, ou apenas Parkinson, é uma doença degenerativa e crônica, além de ser progressiva, que afeta o Sistema Nervoso Central. Ela é uma degeneração de células cerebrais por conta da falta, ou diminuição, de Dopamina. A falta do hormônio causa dois tipos de sintomas: Motores (entre eles tremores, rigidez muscular, desequilíbrio, congelamento) e não motores como depressão e distúrbio cognitivo.

Parkinson não tem uma cura ainda, mas, devido aos estudos científicos incansáveis, foram descobertos que ela pode ser retardada com musculação, atividades físicas, Ping Pong, box entre outras atividades físicas. Existem tratamentos mais invasivos em casos avançados, que incluem uma cirurgia para a colocação de um marca-passo cerebral e monitorar o paciente; uso de medicações controladas para os sintomas, além do acompanhamento com um Neurologista e Psicólogos serem de extrema importância.

FAMOSOS QUE TEM PARKINSON

Além de Renata Capucci, alguns famosos foram diagnosticados com Parkinson. Michael J Fox recebeu a confirmação aos 29 anos e luta contra ela já por 30 anos. O astro de “De Volta Para o Futuro” contribui muito para a busca da cura com um enorme apoio a um instituto voltado para as pesquisas de avanços científicos que podem contribuir para encontrar novos métodos de tratamento.

Outro grande famoso que tem a Doença de Parkinson é Ozzy Osbourne. Ele foi diagnosticado aos 71 anos, em 2020. Em entrevista ao “Good Morning America”, ele disse:

“Há tantos tipos diferentes de Parkison. Não é uma sentença de morte, mas afeta certos nervos do corpo. É como se você tivesse um dia bom, outro dia bom e um muito ruim”.

Eduardo Dussek, músico e compositor, que deu vida ao Armandinho em “I Love Paraisópolis”, recebeu o diagnóstico há pouco mais de 10 anos. Neil Diamond, compositor americano, recebeu a confirmação da doença aos 77 anos em 2018.

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