Carnaval 2024: Mangueira exalta Alcione, sua mais ilustre torcedora

Por - 13/02/24 às 01:15 - Última Atualização: 12 fevereiro 2024

Carnaval RJ - Alcione de vestido verde no barracão da MangueiraAlcione é a grande homenageada da Mangueira - Foto: Divulgação

A Estação Primeira de Mangueira mostrou na Sapucaí a merecida homenagem a uma das torcedoras mais ilustres da escola: a cantora e compositora Alcione. Com “A negra voz do amanhã”, a escola de samba da Zona Norte do Rio de Janeiro, que ficou em quinto lugar no Carnaval do ano passado, mostrou a história da “Marrom”. Acima de tudo, uma grande mulher!

Alcione passou mal em navio. Relembre!

Além disso, a verde e rosa enfatizou também em seu Carnaval a relação dela com a música e a cultura do estado onde nasceu, o Maranhão.

“Eu nunca pensei que iria virar aquela Marquês como enredo. Eu quero que Deus me ajude”, afirmou Alcione, primeiramente.

Em síntese, o enredo assinado pelos carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon, o enredo destacou que a história de Alcione é também a história da transformação na figura feminina através dos tempos.

Como foi o desfile

De acordo com Guilherme, Alcione é um grande símbolo do feminino brasileiro: “Acho que ela representa, a partir de seus 50 anos de carreira, a evolução desse olhar das mulheres para elas mesmas”, disse ele, otimista pelo Carnaval apresentado.

Alcione é a primeira artista homenageada no ‘Negro Muro’

Dessa forma, outro destaque mostrado foi que a cantora e compositora fundou a Mangueira do Amanhã, ao lado de Dona Zica e Dona Neuma, em 1987.

Atualmente, a presidente é Evelyn Bastos, rainha de bateria da escola-mãe. Ela tem a responsabilidade de fazer com que o espaço siga revelando talentos, ou seja, perpetuando a semente plantada pelos mangueirenses.

A própria Evelyn Bastos, a princípio, destacou: “Eu sempre achei as mulheres do samba as mais bonitas do mundo e queria ser como elas. Eu falo isso desde os 6, 7 anos de idade, porém, sempre fui persistente. Tive a oportunidade de ser a rainha da bateria da Mangueira do Amanhã, além de princesa. Em 2005, contudo, pulei para a mãe. Fui passista, musa, até chegar ao cargo de rainha de bateria. Ou seja, realizei meu sonho,” destacou Evelyn.

Por fim, a beldade ressaltou que é preciso intronizar nas crianças a noção da continuidade:”Eu acredito em um amanhã melhor”, finalizou.

Veja a ficha técnica

Enredo: A Negra Voz do Amanhã
Carnavalesco: Annik Salmon e Guilherme Estevão
Diretor de Carnaval: Amauri Wanzeler
Intérpretes: Marquinho Art’ Samba e Dowglas Diniz
Mestres de Bateria: Taranta Neto e Rodrigo Explosão
Rainha da bateria: Evelyn Bastos
Mestre-sala e Porta-bandeira: Matheus Olivério e Cintya Santos
Comissão de Frente: Karina Dias e Lucas Maciel
Famosos: Maria Bethânia, Taís Araujo, Lázaro Ramos, Regina Casé, Maju Coutinho, Chico Pinheiro, Antônio Pitanga, Thaynara OG, Majur, Ferrugem, Elymar Santos, Maria Beltrão, Martnália, Teresa Cristina e Fabiana Karla

Confira a letra do samba

Xangô chama Iansã
Que a voz do amanhã já bradou no Maranhão
Tambor de Mina, encantados a girar
O divino no altar, a filha de toda fé
Sob as bênçãos de maria, batizada Nazareth

Quis o destino quando o tempo foi maestro
Soprar a vida aos pés do velho cajueiro
Guardar no peito a saudade de mainha
Do reisado a ladainha, São Luis o seu terreiro

Ê bumba meu boi! Ê boi de tradição!
Tem que respeitar Maracanã que faz tremer o chão
Toca tambor de crioula, firma no batuquejê
Ô pequena feita pra vencer
Vem brilhar no Rio Antigo, mostra seu poder de fato
Fina flor que não se cheira não aceita desacato

Vai provar que o samba é primo do jazz
Falar de amor como ninguém faz
Nas horas incertas, curar dissabores
Feito uma loba impor seus valores
E seja o pilar da esperança
Das rosas que nascem no morro da gente
Sambando, tocando e cantando
Se encontram passado, futuro e presente

Mangueira! De Neuma e Zica
Dos versos de Hélio que honraram meu nome
Levo a arte como dom
Um brasil em tom marrom que herdei de Alcione
Ela é Odara, deusa da canção
Negra voz, orgulho da nação

Meu palácio tem rainha e não é uma qualquer
“Arreda homem que aí vem mulher”
Verde e rosa dinastia pra honrar meus ancestrais
Aqui o samba não morrerá jamais

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino