Viviane Araujo brilha em ensaio da Mancha Verde

Por - 05/02/23 às 01:00

Viviane Araujo cai no samba em ensaio da Mancha VerdeFoto: Leo Franco/AgNews

As Escolas de Samba do Grupo Especial de São Paulo se reuniram na noite deste sábado, 4 de fevereiro, para o ensaio técnico que antecipa os desfiles de Carnaval. Diversas personalidades apareceram no sambódromo ao longo da noite. Viviane Araujo chegou à frente da bateria da Mancha Verde.

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A atriz ocupa o posto à frente da escola desde 2005. Ela só não desfilou em 2014, mas estava em todos os outros anos na escola. Desde então, desfila ao lado de Duda Serdan, a Princesa da Bateria.

Considerada a Rainha das Rainhas, Viviane é uma das personalidades mais icônicas entre as Escolas de Samba em São Paulo e no Rio de Janeiro. Fiel à Verde e Branco, quando a atriz chega, a escola literalmente abre alas para que ela chegue.

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Viviane Araujo cai no samba em ensaio da Mancha Verde
Noite de ensaios técnicos reúne escolas antes do desfile oficial. Foto: Leo Franco/AgNews
Viviane Araujo e o marido, Guilherme Militão
Viviane Araujo e o marido, Guilherme Militão. Foto: Leo Franco/AgNews

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Viviane Araujo cai no samba em ensaio da Mancha Verde
Viviane é Rainha de Bateria da Mancha Verde desde 2005. Foto: Leo Franco/AgNews
Viviane Araujo cai no samba em ensaio da Mancha Verde
Em 2023, a escola leva as tradições do interior do Pernambuco para o sambódromo. Foto: Leo Franco/AgNews
Viviane Araujo cai no samba em ensaio da Mancha Verde
Viviane é Rainha de Bateria da Mancha Verde desde 2005. Foto: Leo Franco/AgNews

Em 2023, a Mancha leva para o Sambódromo do Anhembi a tradição do interior de Pernambuco. Assinado por André Machado, o texto faz lembra às tradições e à cultura nordestina como um todo. Leia a sinopse:

Eu nasci em Vila Bella
Entre carcarás, calangos e tatus
Originalmente, valente
À Serra Talhada, eu faço jus

Brenha marcada por um sol escaldante
Um cenário inebriante, terra seca de toda sorte
De macambiras, xique-xiques e mandacarus.

Eu vim de um solo sagrado,
Rachado e castigado pela estiagem,
Onde não tem água, mas sobra coragem
No âmago de um povo que sempre lutou.
Levantei poeira e tingi canela,
Até me tornar a dança mais bela
Que alguém já dançou.

Eu sou do tempo do cangaço
Herança de Lampião,
Onomatopeia de um passo
Tirado das sandálias ao tocar no chão,
Num chiado sutil e ritmado,
Que logo ganhou adesão.

Dançavam-me, comemorando vitórias
Do “bando” contra a oposição
Mulheres até então não entravam,
A dama era o rifle na mão

Aí, chegou Maria bonita,
Mulher arretada do “Capitão”,
Ganhei em formosura e beleza
Em toda caatinga virei atração.

E você que se interessou nessa história,
Humildemente, te peço atenção.
Se liga no que direi agora,
Para não haver confusão.

Uns dizem que fui criação indígena
Outros, do movimento de sachar feijão
Porém, surgi mesmo como “dança de guerra”,
Do cangaço, a mais pura expressão.

Eu fui “cabra da peste”
Dancei com destreza
Do corta jaca ao ataque e defesa,
Ostentando chapéu de couro, bornal e gibão,
Rico bordado florido de poesia
Bacamarte, cartucheira e facão,
Lenço colorido, enfeitando o pescoço
Cantil de cabaça, caneca e cordão,
Alpercatas empoeiras nos pés,
Protagonistas da dança em questão

E fui de natureza errante,
Mas como toda arte se sobrepõe à razão,
Logo me tornei relevante,
Deixando de ser coadjuvante,
Para fazer parte da memória,
O melhor trecho da história de Lampião

E já que toquei no assunto, te direi de coração:
A minha resiliência tem a ver com devoção,
Tanto quanto a fé ao meu “Padim Ciço”,
Que nunca me deixou na mão,
Amor peregrino, laços fortes,
Benção e religião.

E por conta dessa paixão que ostento no peito,
Desde então, com todo respeito,
Deixei de ser apenas invenção de “Virgulino”
Para cumprir o meu destino
Moda, costume e tradição.

E assim, eu sou
Do Mestre Vitalino, bonecos de Barro,
Na Literatura, Cordéis, Xilogravuras fiéis,
Genuíno relicário nordestino.

Oxente!
Sou “Mulher rendeira” dessa gente,
Que fez morada em toda parte,
Resistência, Cultura e arte,
Acompanhada de zabumba, triangulo e acordeão,
Sou “Dança de Cangaceiro”, ritmo contagiante
Que seduziu Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”
Sou a consagração
Do Mestre “Coruja” e seus Tangarás”,
Dos “Turunas da Mauricéia”, emboladas e muito mais,
Sou Música boa e diversão.
E numa época que a mulher não tinha vez,
Eu dei voz a “Majestade” Marinês,
Para o orgulho do meu sertão.

Eu sou baluarte forrozeiro, Assisão
Sou Xote, Forró e Baião,
Nos arraiais e nas minhas andanças,
Numa profusão de cores como nunca se viu,
Sou patrimônio imaterial de Pernambuco,
Sou o samba de raiz potente,
Mancha verde, Oxente!
Sou Xaxado, sou Nordeste, sou Brasil!

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