‘Casa do Dragão’: O que estamos achando do Spin-Off até agora?

Por - 14/09/22 às 08:00 - Última Atualização: 13 setembro 2022

Casa Targaryen reunidaCasa Targaryen reunida (Divulgação)

Desde que Daenerys Targaryen ( Emilia Clarke) conquistou os corações de milhares de fãs em “Game Of Thrones”, sendo a última de seu nome, e chegando ao trono de ferro por alguns minutos, os fãs ficaram apaixonados pela casa Targaryen, protagonistas do livro “Fogo e Sangue”. A HBO até tentou apostar na história dos Starks antes, mas, chegou a cancelar um spin-off baseado neles, e apostou nos domadores de dragão.

E sim, foi uma ótima escolha. Antes de prosseguir, essa resenha está recheada com spoilers, tenha cuidado!

HISTÓRIA

No início de tudo, e antes de dizer qualquer coisa, é importante ter em mente que a dinastia Targaryen é muito dominante nessa época, a “A Casa do Dragão” traz todos os acontecimentos que acabaram com o duradouro reinado que eles tinham em Westeros. Outra coisa para se ter em mente: Para os Targaryens o maior inimigo são eles mesmos. A ambição que está no sangue de cada um deles é também o ponto que levou todos ao final do reinado, que só teve uma continuação com Daenerys. Aqui, já no primeiro episódio somos jogados em um fosso denso e profundo.

O Rei Viseyrs (Paddy Considine) está sofrendo, e diz a lenda que quando o trono começa a machucar quem se senta nele, é hora da sucessão acontecer. Dito isto, o Rei não tem um herdeiro. Sim, no masculino mesmo. Aqui na Westeros pré-guerra dos tronos, o machismo ainda é imperativo. O rei tentou diversas vezes ter um filho homem, mas, todas as tentativas foram falhas. Aqui somos “presenteados” a uma cena tão densa e obscura que exigem estômago forte: A morte da rainha e do herdeiro, que durou poucos dias.

Ele decide ser político e desafiar regras: A sucessora seria Rhaenyra Targaryen( Milly Alcock). Porém, obviamente não seria bem aceito ao antigo conselho formado por homens, e logo, o Rei fica entre “o dragão e a espada”: Daemon Targaryen ( Matt Smith) não aceitaria perder o almejado trono, e se revolta, criando uma polaridade entre os dragões.

FÔLEGO DE DRAGÃO

A cena que Rhaenyra bate de frente com o tio na ponte, e faz o que um exército de homens não conseguiu, muito por medo de serem incendiados com apenas um “Dracarys” ( comando para o dragão soltar sua rajada de fogo) do dragão de Daemon, Caraxes, e então chega a jovem montada em sua dragoa, a imponente Syrax é muito claro: A guerra dos dragões não se refere aos enormes répteis alados, e sim na representação que os herdeiros exercem.

No futuro, Rhaenyra e Daemon terão um belo caso. Sim, o incesto, assim como nos Laenisters, é muito comum na família Targaryen. E tudo isto é muito mais motivado porque Viserys se casou com Allicent Hallthorne, a melhor amiga de Rhaenyra. Agora, o herdeiro existe, e ele vem a ser o que será conhecido como Rei Louco, Aerys II. E o reino tem um casal para se espelhar. Porém, cansada de ser colocada para baixo por seu pai, e deixada de lado nas obrigações reais, e vista também apenas como a princesa do reino, o fogo do dragão vai queimar, e ela promete ser tão icônica quanto sua futura conterrânea: Daenerys

O QUE ESPERAR

Depois de 4 episódios, crescentes, a série já foi renovada para a segunda temporada, obviamente. Em breve, uma passagem de tempo acontecerá, e teremos uma mudança de atriz na Rhaenyra, que ganhará vida na fase adulta por Emma D’arcy. Aqui o que podemos falar é que Matt Smith trouxe vida a um personagem misterioso e ambicioso, que quer a qualquer custo o trono. Nos dois primeiros episódios sua participação era mais de um garotão mimado, porém, após, a batalha contra o Engorda Carangueijo, e suas caras e bocas, mostraram que o personagem só cresceu, e crescerá ainda mais. A incrível, e jovem, Milly Alcock traz um desafio para Emma: Superar a primeira fase.

Acontece que Milly captou toda a dor e expressividade de Rhaenyra. Nas cenas onde ela está de background, apenas ouvindo as conversas dos homens do conselho, sua expressividade é clara, e na cena que antecede o voo com Syrax até a ponte onde ela e seu tio teriam um embate silencioso, e tenso, é clara: Ela está cansada de ser vista como uma máquina progenitora. É impossível não elogiar Paddy Considine com o excelente Rei Viserys. Ele tem um conflito interno, e tenta ao máximo ser ético e político, porém, seu jeito mais “desligado” deixa os seus adversários um passo a frente, já que o respeito que ele tem é baseado no trono, e não em sua força.

Uma cena super emblemática, e que deixa todos os fãs de GoT incomodados: Viserys poderia se casar com uma Hallthorne, ou com uma menina de 14 anos, descendente da antiga Valíria. Sendo assim, teríamos um dragão mais “puro”. Ele escolhe Hallthorne, baseado em seu coração, deixando os fãs de GoT mais uma vez intrigados, já que todas as decisões são políticas, e não baseadas em coração (quem lembra da Cersei aí, que se casou politicamente, e mantinha um caso com seu irmão, Jamie?!)

Além de uma incrível produção, “A Casa do Dragão” traz um grande alívio aos que acompanharam o sucesso que foi “Game Of Thrones”. Após o desastroso final da oitava temporada, que desagradou, e muito, fãs por todo o globo, principalmente pelo plot mais mal-feito da história com a jovem Targaryen. O novo sucesso não é sucesso por acaso. Mesmo se apoiando no universo já conhecido, temos um alívio: Todo o “Fogo & Sangue” é real, e toda a adrenalina que sentimos ao assistir as primeiras temporadas, é refletida aqui. Vale a pena ficar sintonizado nas próximas emoções.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha