Dahmer: ‘Não era o objetivo’, disse assassino sobre mortes em entrevista que guiou série

Por - 03/10/22 às 18:50

Evan Peters em série da Netflix e Jeffrey Dahmer em entrevistaFotos: Reprodução/Netflix e YouTube

Após o lançamento da série “Dahmer: Um Canibal Americano”, produzida e exibida pela Netflix, os espectadores demonstraram grande interesse por mais detalhes da história do serial killer, Jeffrey Dahmer. A sequência, que conta com 10 episódios no total, mostra os crimes do assassino, interpretado pelo ator Evan Peters, e a negligência policial e jurídica da época, abordando temas como racismo, homofobia e o privilégio branco. 

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Em entrevista à Variety, o intérprete do criminoso disse ter se preparado bastante para o papel, e, para isso, afirmou ter visto diversos vídeos e entrevistas de Dahmer. “Eu li tanto, eu assisti a tantas coisas, eu vi tanto, que em determinado momento precisei parar e dizer: ‘Ok, isso é suficiente'”. 

Ainda de acordo com o ator, o diretor do projeto, Ryan Murphy, pediu para que ele assistisse à uma entrevista específica de Jeffrey. Esta, foi exibida em 1994, mesmo ano de sua morte, pelo programa “Dateline”, da NBC, e recebeu o título “Confessions of a Serial Killer”, que, em tradução para o português, significa “Confissões de um Serial Killer”. 

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O vídeo mostra o jornalista Stone Phillips em uma conversa com Dahmer e seu pai, Lionel, na prisão de máxima segurança de Columbia, onde o assassino cumpria sua pena. Além deles, a mãe de Jeffrey, Joyce, também foi entrevistada para a reportagem, que tem mais de uma hora de duração. Segundo o repórter, esta foi uma das experiências mais assustadoras que ele já viveu durantes os seus, até então, 30 anos de televisão.

ENTREVISTA

Assim, ao lado do pai, Dahmer falou sobre o motivo por trás dos 17 assassinatos cometidos por ele. De acordo com o criminoso, o “pesadelo se tornou realidade” após ter feito sua primeira vítima, em 1978. No entanto, ele voltou a matar nove anos depois, em 1987, e seus albos eram, em sua maioria, homens homossexuais negros ou indígenas. 

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“Havia uma grande questão de querer controle total sobre alguém, controle total de não precisar considerar suas vontades, de poder mantê-los comigo pelo tempo que eu quisesse. Essa era uma grande parte [da motivação]. Luxúria era uma grande parte disso. Controle e luxúria. Depois que aconteceu pela primeira vez, pareceu ter tomado controle da minha vida. Era algo que dominava meus pensamentos”, disse ele. 

Apesar de todos os assassinatos, Dahmer afirmou que não gostava de matar as vítimas e que, por isso, realizava uma espécie de lobotomia, injetando ácido em seus cérebros, com o objetivo de deixá-los entorpecidos. “Os assassinatos eram só meios para um fim, a parte menos satisfatória de tudo. Eu não gostava de matar. Por isso tentei criar zumbis vivos com ácido úrico e a furadeira. Matar não era o objetivo. Eu só queria ter a pessoa sob meu controle e fazer o que eu quisesse. Não é fácil dizer isso, mas era essa minha intenção”, disse ele. 

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No entanto, os crimes hediondos de Dahmer estavam longe de parar no assassinato. Além disso, ele também confessou ter praticado canibalismo, estupro e necrofilia. Ainda na mesma entrevista, ele explica a motivação para ter se tornado um canibal, dizendo que, desta forma, era como se as vítimas fossem uma “parte permanente” dele.  “Além da mera curiosidade de saber como era isso, […] eu sentia uma satisfação sexual em fazer isso”, declarou. 

CAIXA DE METAL

Em outro trecho da reportagem, que foi retratado na série da Netflix, Lionel conta que lembra de ter confrontado o filho sobre uma caixa de metal misteriosa que Jeffrey mantinha em seu quarto. Ao ser questionado pelo pai, no entanto, o criminoso reclamou, alegando que não tinha privacidade e afirmando que não havia nada além de algumas revistas pornográficas. 

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Mas, na verdade, a caixa continua a cabeça e os órgãos genitais de uma de suas vítimas. Com medo do pai descobrir, Jeffrey conta que levou o conteúdo para o trabalho e, quando voltou para casa, colocou as revistas na caixa e mostrou para Lionel, despistando-o. 

“Eu não consigo imaginar o que eu faria se encontrasse aquilo, porque eu provavelmente iria reagir como reajo sempre, em choque e paralisado”, disse Lionel, que descobriu o conteúdo da caixa durante o julgamento. “Eu provavelmente acharia que era algo artificial, algo oculto ou decorativo, mas não humano”, afirmou o pai do assassino. 

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“Eu imagino que suspeitaria do que era de verdade. E aí eu não sei o que aconteceria. Acho que eu ficaria louco. Eu não sei o que eu faria. Eu perguntei para Jeff: ‘O que você faria se eu encontrasse aquilo?’, e ele só respondeu que aquilo seria o fim da linha para ele. Que ele teria sido descoberto”, acrescentou ele logo em seguida. 

Por fim, Dahmer declarou que estava arrependido de seus crimes e contente por finalmente estar preso. “Estou feliz que acabou. […] Quaisquer palavras que eu disser para as famílias das vítimas vão parecer banais e vazias. Eu não sei como expressar o arrependimento, o sofrimento que eu sinto pelo que fiz com seus filhos. Eu não consigo encontrar as palavras certas”, finalizou Dahmer que, nove meses depois, em novembro, foi espancado até a morte por Christopher Scarver, detido na mesma prisão que ele. 

[GATILHOS] Assista à entrevista:

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