Disney 100 Anos: Quais são as eras da Disney?

Por - 16/10/23 às 14:00

100 anos de Disney: Reviva as emoções ao ver todas as eras da animação (Reprodução/Disney)100 anos de Disney: Reviva as emoções ao ver todas as eras da animação (Reprodução/Disney)

Tem um estúdio mais do que especial comemorando seus 100 anos de existência! O Walt Disney Studios foi inaugurado em 16 de outubro de 1923 e era criado o que viria a se tornar o maior império de animações e produções originais. Com suas diversas eras e um ano cheio de lançamentos e atrações comemorativas, tais quais o “Wish”, um filme celebrativo com a nova princesa, Asha, o live-action de um dos filmes mais importantes, “A Pequena Sereia” e também um curta que reúne os 500 personagens criados por todos estes anos, cada era foi marcada por sua perspectiva única.

Disponibilizado exclusivamente na plataforma de streaming, o Disney+, o “Once Upon A Studio” (Era Uma Vez Um Estúdio) reúne também todas estas animações em seus desenhos originais, ou seja: Preto e Branco, 2D colorido e até os mais recentes, em 3D. Pensando nisto, todas as eras do império e mais algumas curiosidades você confere abaixo!

Era Muda (1923–1927)

O estúdio dá o pontapé inicial em 1923 com animações preto e branco, sem diálogos e com curta metragens, com “Alice’s Wonderland”. Eram contos filmados com as animações e misturando atores e atrizes reais.

Aqui era criado a mascote original: Oswaldo. O coelho era do estúdio, mas perdeu os direitos de imagem dele depois que a Universal Pictures pediu em disputa, por ser a responsável por distribuir as animações em uma era sem internet. Ele aparece primeiramente no final da era, em 1927, no curta “Poor Papa”.

Mickey e Oswaldo: A mascote que deu início ao império (Reprodução/Divulgação)
Mickey e Oswaldo: A mascote que deu início ao império (Reprodução/Divulgação)

Pré-Era de Ouro (1928–1933)

Aquele famoso clássico do simpático Mickey Mouse navegando em um navio nasceu aqui. Aliás, vale aqui uma ressalva: O primeiro nome dele não era Mickey e tudo poderia ter sido diferente. Seu nome original era Mortimer. O camundongo foi apresentado para a esposa de Walt Disney, Lillian Bounds, mas ela reprovou o nome e disse que não curtiu muito o jeito que o nome soava, tinha um som pesado. E então nasceu o ratinho mais simpático e mais conhecido do mundo pelo nome que o chamamos até hoje.

Ele chegou ao mundo em 1928, após Oswaldo ser tomado por outro estúdio. “O Vapor Willie” é o clássico que deu início a dominação mundial. Pela primeira vez, a Disney usou som em suas animações, com ele assobiando e ganhando assim uma marca para sempre, já que muitas vezes antes de exibir um filme, este trecho é exibido para apresentar o estúdio.

Mickey á bordo da "Vapor Willie" (Reprodução/Divulgação/Disney)
Mickey á bordo da “Vapor Willie” (Reprodução/Divulgação/Disney)

Em 1929, nascia o “Silly Simphonies”, quando nasceu pela primeira vez o queridíssimo Pato Donald. Pateta, Pluto e Minnie Mouse foram introduzidos nos curtas de Mickey. Aqui também foi quando o technicolor foi usado pela primeira vez. A técnica é para deixar os desenhos coloridos e assim nascia A Era de Ouro com seu primeiro longa-metragem.

Pato Donald em sua primeira aparição (Reprodução/Disney)
Pato Donald em sua primeira aparição (Reprodução/Disney)

A Era de Ouro (1937 – 1942)

Nascia aqui a primeira princesa da Disney! “Branca de Neve e os Sete Anões” conquistou altas bilheterias e críticas especializadas que o aclamavam. O filme contava a história de Branca de Neve sofrendo horrores nas mãos da Rainha Má, até um dia que se perde na floresta e é resgatada por sete anões, dando início a saga em busca de seu amor verdadeiro. Além dela, outros grandes sucessos chegaram aqui: “Pinóquio” em 1940, junto com outra obra mais ousada apresentando o Mickey Feiticeiro, a obra “Fantasia”. “Dumbo”, a história do elefante que sabia voar, foi contada em 1941. E depois, o príncipe da floresta nasceu! “Bambi”, que chegou com o primeiro trauma cinematográfico de muitos, dá fim ao período, em 1942.

Disney em sua era de ouro com "Branca de Neve" e muito mais (Reprodução/Disney)
Disney em sua era de ouro com “Branca de Neve” e muito mais (Reprodução/Disney)

Guerra (1943 – 1949)

O estúdio também pegou o tenso período da Segunda Guerra Mundial (1939 -1945). Com a crise mundial atingindo tudo e todos, a Disney focou em trazer produções menos elaborados, em termos de orçamentos com temas mais polêmicos. Aqui também nasceu um curta que é controverso e proibido em alguns lugares: “A Face do Fuehrer”, como Hitler era chamado na Alemanha nazista, trouxe Pato Donald vivendo a utopia de um mundo dominado por ideias nazistas.

Polêmico e com um teor bem mais pesado, o curta é estudado em alguns lugares para ilustrar as barbaridades pregadas pelo general. Para deixar o clima mais leve, além de propagandas militares e manuais de instruções, o estúdio lançou “Você Já Foi à Bahia?” com Zé Carioca, Panchito e Donald, pregando a união entre Estados Unidos e os países da américa Latina.

Zé Carioca, Panchito e Donald em "Você Já Foi à Bahia?" (Reprodução/Disney)
Zé Carioca, Panchito e Donald em “Você Já Foi à Bahia?” (Reprodução/Disney)

Era de Prata (1950 – 1967)

Após o final da guerra, era hora do estúdio começar novas produções e com novos clássicos. 17 anos de uma era e com todos os tipos de criações, que foram de filmes com animais até o nascimento de novas princesas. Outro ponto que ficou marcado foram as cores: Os filmes ganharam novos tons, além de usar e abusar de algo lúdico: A magia.

“Cinderela” é cheio de magia por conta da fada madrinha, junto com toda a história lúdica das ‘badaladas da meia noite’. O filme ganhou, posteriormente, algumas continuações. “Alice no País das Maravilhas” trouxe muita cor e a adaptação de um clássico de Lewis Carroll, em uma viagem quase psicodélica por um mundo cheio de coisas incríveis e maravilhosas. “Peter Pan” chega com tudo, mais uma vez trazendo a magia como o foco em uma aventura para a Terra do Nunca.

Aurora nasceu em “A Bela Adormecida” trazendo uma das grandes vilãs ao mundo: Malévola. Após a Rainha Má e Lady Tremmaine, a metade humana e metade dragão ganhava destaque no filme da princesa. “101 Dálmatas”, “Mogli” “A Espada Era Lei” também se destacam, trazendo personagens como Cruella, Balu e Merlin. No final da era, a morte de Walter Disney pegou todos de surpresa, trazendo uma era complicada na sequência.

A Era de Prata da Disney: Cinderella e outros clássicos (Reprodução/Disney)
A Era de Prata da Disney: Cinderella e outros clássicos (Reprodução/Disney)

Era de Bronze (1970 – 1988)

Apelidada de ‘Era das Trevas’, a morte do criador do estúdio trouxe muita dificuldade para manter viva a magia. A crítica não comprou muito as novas produções, que eram produzidos com altos orçamentos. Por consequência, as bilheterias não chegavam a atingir o lucro necessário para pagar os custos. A técnica de xerografia foi utilizada diversas vezes, trazendo resultados para as animações mais rápidas, porém custando os traços mais leves, deixando as animações com tons mais pesados (por isto o apelido).

“O Caldeirão Mágico” foi lançado e custou quase a falência do estúdio, arrecadando 21 milhões contra 44 milhões de orçamento bruto. Além destes, “Os Aristogatas”, com a famosa gatinha Marie, “Bernardo e Bianca”; “O Cão e a Raposa” também chegavam para tentar levantar o estúdio.

Era de Bronze: A era mais polêmica do estúdio conta com "Aristogatas" e mais (Reprodução/Disney)
Era de Bronze: A era mais polêmica do estúdio conta com “Aristogatas” e mais (Reprodução/Disney)

Era do Renascimento (1989 – 1999)

O estúdio precisava trazer algo de novo e urgente. Os roteiristas precisavam trazer novos contos e novas adaptações para alavancar a Disney. Eles pensaram em trazer algo simples e fácil: Contar histórias conhecidas de formas novas, misturando elementos de Broadway e musicais. Quem nasceu aqui foi o clássico responsável por salvar a Disney do colapso: Ariel e sua turma chegavam das profundezas do oceano em “A Pequena Sereia”.

O filme rendeu, além de muito dinheiro, indicações e prêmios por “Under The Sea” e pela animação, como Grammys e Oscars. “Part Of Your World”, o solo de Ariel, quase foi cortado do filme, mas salva na última hora e incluída, eternizando a voz da sereia. Alan Menken e Howard Ashman eram os compositores desta era, trazendo clássicos musicais instantâneos. Sabe quem também veio ao mundo? “O Rei Leão”. Com este grande sucesso, a Disney redefinia e conquistava públicos de todos os lugares do mundo com sua bilheteria enorme, repetindo o feito em 2019 com o live-action.

Além de Ariel, Bela chegou apostando na curiosidade e mostrando sua ficção por conhecimento em “A Bela e A Fera”, com uma canção interpretada por Peabo Bryson e Celine Dion e muita magia. Quem também se destacou aqui foi a história de um garoto pobre que se apaixona por uma princesa e conta com a ajuda de um gênio azul: “Aladdin”, com a canção “Um Mundo Ideal”.

Era do Renascimento: Disney coloca tudo nos trilhos com " A Pequena Sereia", "Rei Leão" e mais (Reprodução/Disney)
Era do Renascimento: Disney coloca tudo nos trilhos com ” A Pequena Sereia”, “Rei Leão” e mais (Reprodução/Disney)

Era Pós-Renascentista (2000 – 2009)

Após 10 anos de um renascimento incrível e com muito foco nos musicais, o estúdio parecia ter encontrado a fórmula. Após a técnica 2D, novas narrativas, era hora de trazer uma nova técnica: o 3D. Suas concorrentes estavam á todo vapor usando a técnica e a Disney não ficou atrás. O sucesso não foi tão enorme e acabo trazendo animações diferentes, porém com pouco retorno comercial. O apelo não era tão forte quando a era passada, porém ganhou, posteriormente, o reconhecimento do público.

“Lilo & Stitch”; “A Nova Onda do Imperador”; “Irmão Urso”; “Atlântida” eram nomes que deixaram o sucesso para o futuro com personagens carismáticos como Stitch, Yzma, Koda e Kenai. Todos traziam algo em comum: Histórias familiares sem foco no musical e com mais humor presente, sem deixar o drama de lado.

Era do pós renascimento traz "Lilo & Stitch" e outros clássicos subestimados (Reprodução/Disney)
Era do pós renascimento traz “Lilo & Stitch” e outros clássicos subestimados (Reprodução/Disney)

Era do Revival (2010 – 2019)

Depois de um renascimento e de uma era que tentava manter o nível, chegava em 2010 a era de um novo tempo nas animações do estúdio. Para quem não percebeu, os filmes anteriores tinham focos menos específicos, como filmes de Princesas, e mais gerais em alguns protagonistas. A partir daqui, a Disney retomou a força feminina e trouxe a primeira princesa negra, Tiana em “A Princesa e o Sapo”, trazendo também o foco no sonho e na persistência das conquistas pessoais.

Além dela, Rapunzel em “Enrolados” também chega com animações mais vívidas e conta a história que todos amam acompanhar: Liberdade e muito amor. Depois, era hora de um ‘colosso’ entrar em campo: O estúdio já tinha furado a bolha anteriormente, mas, desta vez, “Frozen: Uma Aventura Congelante” fez isso com maestria trazendo Elsa e Anna. O amor aqui explorado foi entre as duas irmãs, sem necessariamente focar em um príncipe. Explorado pela Pixar anteriormente em “Valente”, ele ganhou mais força e mais prestígio, trazendo “Moana” logo em sequência. Outras animações que chegaram com tudo foram “Big Hero 6”, “Zootopia” e “Detona Ralph” com a primeira princesa mirim, a Vanellope.

Era do Revival começa a trazer os ventos da mudança (Reprodução/Disney)
Era do Revival começa a trazer os ventos da mudança (Reprodução/Disney)

Era do Streaming (2020- Dias atuais)

Após os inúmeros lançamentos de sucesso e com uma pandemia tomando conta, saiu Bob Iger de CEO e entrou Bob Chapek, sendo substituído pelo anterior recentemente e que prometeu ficar até 2026. Depois de anos e anos fazendo grandes lançamentos, o estúdio busca separar o que será lançado nas telonas e o que vai direto para extenso catálogo, como “Raya e o Último Dragão” versus “Encanto” que rendeu diversas avaliações positivas e prêmios pela animação e pelo enorme sucesso da música “We Don’t Talk About Bruno”, o Madrigal renegado.

As próximas grandes produções marcam a continuidade do estúdio. Atualmente, um conglomerado de várias empresas como LucasFilm e a própria Marvel. A nova Disney tem tentado acertar seus rumos e seus caminhos e suas produções. São planejados revitalizações de todos os filmes em versões live action, como “Branca de Neve” em 2024 e “Hércules”, “Moana”, um novo de Tinker Bell e por aí vai. Que os próximos 100 anos sejam recheados de histórias incríveis para serem contadas!

Era do Streaming: A era atual de clássicos em Live Action e muito mais! (Reprodução/Disney)
Era do Streaming: A era atual de clássicos em Live Action e muito mais! (Reprodução/Disney)

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha