Hugo Bonemer lança websérie sobre veganismo: ‘Humor, informação e leveza’

Por - 23/03/22 às 13:44

Retrato Hugo BonemerDivulgação

No último domingo, 20 de março, mesma data em que se celebrou o Dia Mundial da Carne, Hugo Bonemer, em parceria com o movimento Menos 1 Lixo, lançou a websérie “Cortando Na Carne”.

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Os episódios acompanham a transformação de uma pessoa relutante em reduzir o consumo de carne, enquanto tira dúvidas comuns do espectador com a participação de especialistas em nutrição, gastronomia e clima. Em entrevista para o OFuxico, o ator contou como surgiu a ideia de fazer a produção.

“A ideia partiu do Menos 1 Lixo, de fazer uma série sobre veganismo. Eu tenho uma relação com eles há dez anos. Foram eles que me incentivaram a reparar na quantidade de lixo plástico que eu usava. Por conta deles passei a usar aquele copo retrátil, que a gente leva para os lugares. Eles foram desenvolvendo projetos cada vez mais na área ambiental e eu fui tomando um outro caminho mais voltado para o veganismo. E a gente decidiu juntar as experiências agora nesse projeto”, disse ele.

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Hugo ainda afirmou que o objetivo não é fazer ninguém para de comer carne, mas sim refletir sobre o assunto. “O principal objetivo da série é propor uma reflexão. A gente não tem expectativas de que as pessoas vão parar de comer animais de uma hora para outra, é um acordo social. Comer carne é um símbolo até de status, de ascensão social, é um hábito afetivo também. Então, é muito difícil simplesmente explicar que existe um pacto ambiental e existe uma vida que está sendo tirada para que a pessoa se alimente. Por conta disso, a série traz humor, traz informação, tenta falar com leveza, desmistificar alguns assuntos que permeiam essa questão do veganismo. Eu acredito que é muito mais fácil fazer centenas de pessoas reduzirem o consumo de carne do que fazer uma pessoa deixar de comer carne totalmente”.

Os quatro episódios da websérie vão ao ar sempre aos domingos, no Instagram.

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VEGANISMO

Hugo Bonemer é vegano há quatro anos e mudou o seu estilo de vida ao abolir tudo de origem animal. “Eu já venho de uma época em que ser vegano não é mais difícil. Era há dez anos, eu estou há quatro anos. Eu fui primeiro pela questão ambiental, reduzindo o consumo de carne até que eu cortei a carne vermelha, cortei depois as aves, cortei depois o peixe e fui substituindo por alternativas vegetais, fazendo pequenas mudanças no meu prato. Mas eu já venho de uma época em que eu posso consumir proteína vegetal de qualidade e produtos que continuam me dando muito sabor e experiências maravilhosas gastronômicas”, contou.

O artista detalhou o seu processo, que foi dividido em três partes. “Eu passei por um processo que eu divido em três partes: A primeira é a preocupação ambiental. A segunda foi quando eu fui para o Show dos Famosos. Todo cantor sabe que o leite e os derivados são diretamente associados a doenças e alergias respiratórias. Então quando fui para o show, eu falei ‘se eu desafinar que seja porque estou nervoso ou cansado, não porque eu tomei um iogurte de manhã’. Segunda parte foi profissional e saúde. E por último veio uma empatia que eu fui desenvolvendo pelos animais e fui entendendo que quando eu falo do abatimento de um animal, eu não consigo enxergar mais esse animal diferente de uma criança de quatro anos. Eu não quero quero que esse animal seja abatido para estar no meu prato”.

Durante a conversa, Hugo também ressaltou os benefícios que o veganismo trouxe para sua vida. “Foi me fazendo muito bem, foi me alimentando de uma forma muito positiva. Eu fui me sentindo bem, mais leve. Não só na questão de saúde, mas mais leve emocionalmente, espiritualmente”.

Em seguida, ele afirmou que estamos cada vez mais próximos de ter carne sem crueldade. “Existe duas coisas acontecendo. Uma que as proteínas vegetais estão ficando cada vez mais interessantes, a gente tem até salmão feito de proteína vegetal. E outra que a carne cultivada vai entrar no mercado muito em breve. A carne cultivada é uma carne animal feita sem animais. É a mesma tecnologia da insulina ou da pele para pessoas que sofreram queimadura no corpo todo. É um tecido animal que passa por um líquido nutritivo e esse tecido se multiplica. Essa é a realidade que a gente vai ver. Em um primeiro momento acredito que essa tecnologia vai ser mais cara e depois ela vai se popularizando cada vez mais, como tudo”.

Hugo também contou que antigamente não sentia tanta empatia pelos animais como sente hoje. “O veganismo é um estilo de vida, é um movimento político, uma direção de pensamento. O veganismo precisa fazer sentido para a pessoa, não adianta eu explicar para ela. 15 anos atrás eu estava em São Paulo e conheci um amigo vegano e ele começou a me explicar sobre a questão da crueldade animal, mas eu não humanizava os animais, eu não tinha empatia pelos animais nessa época. Quando ele falava sobre testar um produto cosmético em animal, eu pensava ‘melhor testar no animal do que na gente’. Eu não questionava que era necessário desenvolver uma tecnologia como já existe hoje para que não sejam testados em animais”.

Para quem deseja se tornar vegano, o conselho de Hugo é começar pela alimentação. “O meu conselho é começar pela alimentação, reduzindo uma vez por semana. E experimentando esses pratos, se permitindo cozinhar esses pratos. As pessoas entendem que para fazer um prato vegano não pode ter gordura nenhuma, não pode ter sabor, e não é assim. Comida vegana leva óleo, sal, alho, cebola… tudo que a gente usa”.

Além disso, ao contrário do que muitos pensam ser vegano não é caro. “É mais barato ser vegano. Existe uma possibilidade objetiva de economizar. Os supermercados gourmetizam os produtos veganos, transformam eles em produtos de luxo e não é o único lugar que vende esses produtos. A minha manteiga custa R$ 11. É uma manteiga de macadâmia, parece uma coisa super chique. Só que a manteiga tradicional está custando de R$ 8 a R$ 10. Então, eu não estou pagando mais caro. Mas eu já vi essa manteiga custando R$ 30, não é o preço dela”.

VACINA

As vacinas do Covid-19 foram testadas em animais e Hugo contou que tomou o imunizante, pois é para o bem maior. No entanto, ele espera poder tomar a vacina vegana em breve.

“O veganismo não é um conceito absoluto, ele precisa passar por processos que sejam acordos sociais. A vacina é um exemplo disso. Foi lançada no Canadá a primeira vacina para Covid-19 vegana, sem testes em animais. Eu espero poder em breve consumir essa vacina. Mas durante um momento de pandemia em que a gente precisava urgentemente sair dela e parar com as mortes das pessoas, nós precisamos tomar uma vacina que foi testada em animal. Isso é um acordo moral da sociedade, um acordo de bom senso”.

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