Geraldo Luís conta bastidores de saída da Record e prepara podcast inédito
Por Luigi Civalli - 13/07/23 às 18:00
“Estou feliz, feliz como eu nunca estive. Foi um grito de liberdade, foi uma necessidade de encerrar um ciclo com a Record, porque eu vi que realmente o Geraldo Luís estava morrendo”. Foi assim que a conversa exclusiva com o apresentador Geraldo Luís começou aqui em OFuxico.
Bem diferente da autoestima que apresentava em seus últimos dias de Record TV, o apresentador, que passou por nove programas, sendo de entretenimento ou jornalísticos na emissora paulistana, revelou que precisava “soltar a corrente” para voltar a sorrir.
“Desde que eu descobri o talento da minha voz, do que minha voz poderia produzir no rádio, o que minha voz poderia produzir na televisão, ela se tornou um objeto de tudo, de sobrevivência, de trabalho, de defesa, de justiça. E eu percebi que eu não estava sendo mais o Geraldo Luís. Eu queria voltar aos domingos. Eu queria eu queria ter um programa também, queria voltar à área de entretenimento, servir à casa (Record), então eu queria produzir e eu vi que isso não estava mais acontecendo. Entendi para mim no meu entender que era um ciclo que eu tinha que fechar”.
BASTIDORES DA SAÍDA DA RECORD TV
Durante os 16 anos em que passou na emissora, Geraldo Luís liderou audiência com o Balanço Geral, incomodando a TV Globo nas tardes, algo que cooperou – e muito – para o fim do Vídeo Show e, ao ser passado para o entretenimento, no Domingo Show, também incomodou a “Toda Poderosa”.
Por tanto que entregou à emissora, o apresentador garante que está em uma nova fase, mas chegou a se questionar sobre o motivo de estarem “desaparecendo com o Geraldo Luís”.
“Eu quero entender, na verdade, hoje eu não quero mais entender. Só quero voltar a trabalhar. Se eu tivesse tido alguma briga, desavença, essa situação interna, mas não tive. Minha briga sempre foi pela audiência para ter o melhor programa, para ter a melhor produção, para ter a melhor equipe para ter a melhor pauta. Se você falar teve algum desentendimento da sua parte? Nunca teve. Geraldo seja direto, teve com alguém? Não”.
Mas o apresentador acredita que o ego das pessoas pode ter entrado em jogo nesta situação.
“Na televisão existem algumas coisas que eu aprendi. Tem algumas coisas que você não vai entender, é pelo ego. Porque a televisão é terra de ego e isso eu não tenho, eu só tenho o Geraldo Luís, o meu patrão é o Geraldo Luis. Eu uso o Geraldo Luís, quando está no ar para ganhar meu dinheiro para ter o meu público. Nunca deixei o ego meu subir”.
O jornalista ainda contou que tinha esperança de retomar seu brilho com “A Noite é Nossa”, mas que a Covid, que o fez ficar internado na UTI, e os três meses de afastamento o prejudicaram para dar continuidade na emissora
“No A Noite é Nossa, quando eu saí de cena, foi ali que começaram a desaparecer com Geraldo Luís, eu acho. E não sei o porquê que eu achei que eu ia voltar, peguei o Covid, fiquei muito mal, fiquei três meses afastado, porque eu fiquei um mês de UTI, eu tive um agravamento de 85% do meu pulmão tomado, eu achei que iria voltar, de verdade. E aí não voltei e falei: ‘Caramba, não vai voltar com A Noite é Nossa, não vão me devolver mesmo?’. Mesmo sendo um programa de temporada, eles poderiam ter tentado mais uns dois, três meses, eu acho”.
Geraldo lembrou que, quase como um “prêmio de consolação” pelo fim do “A Noite é Nossa” lhe deram a apresentação Balanço Geral Manhã, mas que ele confessa ter muitas dificuldades com o horário.
“Eu não conseguia mais apresentar, acordar tão cedo, a gente não tem mais 20 anos. Eu queria eu queria voltar para o artístico, e tinha forte esperança que a Record iria retomar os domingos. A Record precisava dessa liderança novamente ou da vice liderança que ela perdeu aos domingos. E aí eu fui vendo que não. Eu falei que pesava o Balanço da Manhã para mim, pesa acordar 3h30, 4h da manhã, assim tão cedo, mas fui tentando. Não sei se isso causou algum desconforto com alguém, pode ter sido, mas depois disso eu não fui mais chamado artisticamente para casa, né?”.
O apresentador ainda contou que lhe passaram para o Balanço Geral de sábado, onde o travaram ainda mais, já que fizeram uma espécie de “Resumo da semana”.
“Fui surpreendido sem nenhuma explicação para o Balanço do sábado. Aí eu vi que o Balanço do sábado não tinha mais a quantidade de conteúdo, era uma sobra, um resumo da semana. Eu tentei dar vida ao Balanço Geral de sábado, criando o ‘Gê Visita’, voltando gravar coisa simples, mas aí eu já não tinha mais produção, tiraram absolutamente tudo e eu não queria passar o repeteco. O povo tá cansado de tiro e sangue todos os dias, queria um respiro”.
Tentando ainda dar uma sobrevida à vontade de estar na emissora, Geraldo colocou a criação em jogo em queria brigar pela audiência com Marcos Mion, que comanda o Caldeirão na Globo, e revelou até ajuda de Marlene Mattos.
“Apresentei um projeto no final do ano que eu falei vamos tentar brigar, no bom sentido, com o Mion entrar na disputa (pela audiência) do sábado, vamos fazer um ‘Sabadão do Geraldão’, escrevi quatro conteúdos para esse sábado também. Não tive resposta, aí depois também me falaram que o domingo não voltaria. A Marlene Mattos mandou pra mim um projeto chamado ‘O Homem da Noite’, aí ela falou: ‘Mas esse programa tem que ser pra você’. Se você ver o que ela escreveu é de uma simplicidade, mas eu me via ali e era popular, mas mesmo assim não tive resposta, nem eu e nem ela. Meu contrato ia até setembro do ano que vem e por essa infelicidade, eu pedi acordo e disse que o casamento tinha chegado ao final. A gente percebe essas coisas”, contou.
PODCAST INÉDITO NO MUNDO
Geraldo Luís ainda acredita que tem muita lenha para queimar na televisão e busca um espaço em alguma emissora, mas sabe que tem a novidade ao seu lado e pensando nisso contou que vai criar um podcast “inédito em todo o mundo”.
“Você vai ver o podcast que eu criei, é o podcast que não existe no mundo. Eu não quero mais eu não quero ser mais uma cortininha atrás do microfone de Podcast, o que que eu posso produzir e aí botei minha cabeça e falei: ‘Onde o povo pode pegar o celular e ter um canal para se ver? O que é emoção popular na questão da internet? E eu criei, eu vou colocar isso no ar. E digo mais: eu vejo que isso tem espaço na televisão”.
O apresentador ainda contou que a previsão é que o podcast esteja no ar no início do mês de agosto.
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Formado desde 2010, já passou pelas editorias de esporte e entretenimento em outros veículos do país e atualmente está no OFuxico. Produz matérias, reportagens, coberturas de eventos, apresenta lives e ainda faz vídeos curtos para as redes sociais