Paulo Matos, criador do ‘The Realness Festival’, fala tudo sobre edição histórica

Por - 11/08/23 às 15:00

Paulo MatosPaulo Matos, criador do "The Realness Festival" (Reprodução/Divulgação)

Sold out é o nome que antecede o “The Realness Festival”, que acontece neste sábado, 12 de agosto, na Vip Station em São Paulo, a partir das 21h. As atrações são drag queens do cenário brasileiro e conta também com apresentações de ícones de três grandes reality shows: “Rupaul’s Drag Race”, “Caravana das Drags” e “Corrida das Blogueiras”.

E também nomes como Shangela, Violet Chachki, Denali Foxx (que conversou com um repórter do OFuxico) até DaCota Monteiro, Frimes, Slovakia, Ravena Creole, junto com lendas do Brasil, como Marcia Pantera, a rainha do bate cabelo, e muito mais!

A segunda edição do festival promete ser histórica. E será! Pensando nisso, o OFuxico conversou com o idealizador de toda essa festa, Paulo Matos, onde ele revelou como tudo começou com a famosa “Festa Realness” e deu alguns spoilers para aquecer o coração dos fãs.

Confira:

OFuxico: Quando surgiu a ideia da Realness?

Paulo Matos: A festa surgiu em 2017. Eu já era muito fã de “Drag Race”, acompanhava todas as temporadas, todas as queens e ela surgiu como um projeto de um fã. Eu já trabalhava com eventos, já tinha essa experiência e então surgiu a oportunidade de trazer uma queen para cá, que foi a Detox. Ela estava muito interessada e animada. Já existia a Priscilla, em São Paulo, que é uma festa super conhecida e respeitada. Então a primeira edição foi no Rio de Janeiro. Deu super certo e estamos aqui. A Detox foi incrível e maravilhosa. Hoje em dia, trabalhando com tantas, que eu já sei o que cada uma gosta e que umas são mais difíceis, mais exigentes e tudo mais. E estamos nessa caminhada há 10 anos.

OFuxico: Como nasceu a ideia do The Realness Festival, que está na sua segunda edição?

Paulo Matos: O festival surgiu naquele momento de ‘loucura’, em 2020, com a pandemia. No auge dela, todo mundo trancado em casa e sem ter muito o que fazer. O cenário já estava pausado, tentamos fazer lives e tudo, mas festivais e show estavam em pausa. Eu sou muito inquieto, então aproveitei isto para tentar estruturar um evento maior, como nunca tivemos feito, com mais queens e muito bem estruturado. Ai eu parei e pensei em algo que não englobasse só as participantes de “Drag Race”, mas, que trouxesse muito da cena drag local e brasileira. A primeira edição foi pensada em 2020, mas, colocamos a ideia em prática em 2022. A venda começou no final da pandemia, quando já tinham as vacinas disponíveis, e ainda assim só chegou ao mundo um ano depois.

OFuxico: Como você chega ao Line Up final de um festival?

Paulo Matos: Uma das partes mais interessantes de um festival é essa de pensar o Line Up. No começo você quer as pessoas mais hypadas e famosas, como Bianca Del Rio, Adore Delano, Alaska, mas a dificuldade maior é conciliar as agendas dos artistas. A segunda edição está completamente diferente do que ele foi pensado. Dando um spoiler, na primeira ideia tinha a Valentina, Alyssa Edwards, mas de acordo com o compromisso das queens, temos que nos adequar. O que a gente promete para as pessoas que compram nossos eventos, é que nunca vai sair da faixa e do nível. Por exemplo, nivelamos por seasons: a Lady Candem (S14) precisou cancelar. Fomos buscar alguém da mesma temporada e que entregasse o mesmo estilo de performance no palco. Então, escolhemos a Jasmine Kennedie. Priorizamos as queens de performance, pois o público brasileiro quer isso.

OFuxico: Falando em nomes, quais são as queens mais pedidas para vir? Existe alguma inviável?

Paulo Matos: Das mais pedidas são a Trixie e a Katya. Elas têm a fã base muito grande, mas, a demanda delas é muito grande de trabalho. Apesar delas sempre se mostrarem animadas para vir, a agenda acaba sendo difícil de encaixar. E, uma triste realidade é que muitas vezes a rota latina é a última opção para muitos artistas, justamente por conta de problemas com o dólar e com as agendas lotadas. São exceções que realmente amam e vêm para o Brasil toda hora, como a Demi Lovato.

Agora de inviável, acredito que só existe um nome mesmo que é a Raven (Season 2 e All Stars 1). Mas, não é nada pessoal e nem é por falta de tentativa, é que ela só não faz shows fora dos Estados Unidos mesmo. Então, é difícil. Já tentamos, recebemos diversos nãos, e ela só não quer vir mesmo.

OFuxico: Vimos que você fez uma campanha superlegal, a Sissy That Reels, para dar oportunidade de trabalhos para queens mais novas ou sem muita visibilidade. Conta um pouquinho dessa ideia?

Paulo Matos: Como produtor da cena drag, eu sei que é uma arte marginalizada e invisibilizada. Então, a todo momento eu quero tentar levantar carreiras, levantar cachê (que é algo muito importante para elas continuarem trabalhando). Tivemos a polêmica recente de um influencer oferecendo 50 reais para uma drag queen performar e isso beira o absurdo. Então, eu tento sempre puxar o viés das drags brasileiras para ser valorizado mesmo, temos que ter orgulho da nossa arte. Nossa arte é muito forte. Pensando nisso, junto com um dos meus amigos e produtor, e pensamos em trazer umas drags de outro estado. Lançamos a campanha, tivemos nomes grandes compartilhando, como Lia Clark, Pabllo Vittar, Kaya Conky. Virou algo bem local mesmo, com o pessoal do norte e nordeste bem forte e foi incrível. Quanto mais a gente consegue viralizar a arte drag, acaba sendo maravilhoso o retorno.

OFuxico: O que podemos esperar da segunda edição do The Realness Festival?

Paulo Matos: Podem esperar uma edição muito melhor, muito bem estruturada, com foco no mundo drag, muitas surpresas. Estamos tentando negociar algo sobre o “Drag Race Brasil”, as próprias queens do line-up, algumas, nunca dublaram juntas, então estamos vendo o que podemos fazer para uma batalha de lipsync no palco, tem coisa muito legal vindo aí.

OFuxico: E quais as suas expectativas para o nosso “Drag Race Brasil”?

Paulo Matos: Quero que faça muito sucesso. Temos muito potencial de estar no mesmo nível do internacional e das RuGirls americanas. Temos a oportunidade de exportar muitos talentos. E, claro, tenho minha torcida: Shanon Skarlett, Organzza e a Betina Polaroid. Entregamos muito e tenho só expectativas boas!

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha