Harry Belafonte, cantor, ator e ativista racial, morre aos 96 anos

Por - 25/04/23 às 16:40

retrato de harry belafonteReprodução/Instagram @time_for_retro

Uma grande perda para as artes mundiais e para o ativismo dos direitos raciais nesta terça-feira, 25 de abril, morreu Harry Belafonte, aos 96 anos de díade, vítima de uma insuficiência cardíaca, ocorrida em sua casa, em Nova York, nos Estados Unidos. A notícia foi dada pelo porta-voz do artista ao The New York Times.

Harry nasceu no Harlem, sendo filho de mãe jamaicana e pai francês da Martinica, passando boa parte de sua infância na Jamaica antes de voltar para Nova York, tendo sido influenciado por uma mistura de culturas eu influenciaram sua música e luta pela igualdade racial.

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Belafonte ficou famosos por conta do gênero, calipso de Belafonte, que advém da música caribenha que bebia das influências da África Ocidental e da França, e ficou tão famoso nessa área após a Segunda Guerra Mundial que chegou a ser consagrado como o Rei do Calypso.

No auge da segregação racial nos Estados Unidos, na década de 1950, Harry Belafonte se tornou um dos primeiros artistas negro a liderar paradas musicais e aparecer em programas de televisão, ao lado de nomes como Louis Armstrong e Ella Fitzgerald. Destaque para o álbum “Calypso”, de 1956, e os singles do disco, “Day-O (The Banana Boat Song)” e “Jamaica Farewell”. O cantor chegou a ser o artista negro mais bem pago do entretenimento em 1959.

TRABALHOS DA VIDA

Ainda, ele foi um dos responsáveis pela criação do supergrupo USA for Africa, que lançou a música “We Are The World” e arrecadou U$ 1,985 bilhão (cerca R$ 392,3 bilhões) para as vítimas da fome na Etiópia. Uma das maiores marcas do ativismo de Harry Belafonte foi o fato de ele ter sido confidente de Martin Luther King, e contribuiu com seu próprio dinheiro para apoiar a causa do pastor.

“Eu espero um dia poder parar de responder perguntas de repórteres como se eu falasse por toda a minha comunidade. Eu odeio sair por aí marchando, odeio receber ligações às três da manhã para tirar as pessoas da cadeia”, ele chegou a declarar nas lutas pelos direitos civis.

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Nos cinemas, como ator, Harry fez história em projetos como o musical “Carmen Jones” (que fez de sua colega de cena Dorothy Dandridge a primeira atriz negra indicada ao Oscar como protagonista) e Ilha nos Trópicos (onde um romance sugerido entre ele e a personagem branca da atriz Joan Fontaine levou à discussão sobre casais interraciais nos EUA.

Ele também compôs o elenco de longas como “Homens em Fúria”, de Robert Wise; “Um Por Deus, Outro Pelo Diabo”, dirigido e coestrelado por Sidney Poitier; “O Jogador” e “Prêt-à-Porter”, ambos de Robert Altman; “A Cor da Fúria”, que o colocou ao lado de John Travolta; e “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee, que tratava de racismo e foi indicado ao Oscar de “Melhor Filme”.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.