Viúva de Erasmo Carlos revela conversa com o cantor: ‘Em você quero morrer’
Por Redação - 30/11/22 às 16:40
Fernanda Passos, a viúva de Erasmo Carlos, continua atravessando um período muito difícil de luto após perder o amor de sua vida, que faleceu aos 81 anos.
Desta vez, Fernanda compartilhou no Instagram mais um print de uma troca de mensagens entre ela e o marido, em que ela havia mandado um poema para o amado, dizendo que nasceu para ele, e que desejava morrer nele, afirmando que a vida era vazia antes de conhecê-lo.
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O artista então a responde com um verso de tirar lágrimas dos olhos e depois agradece por ter casado com uma poetisa.
“Meu benho, eu sinto como se não tivesse mais nada para proteger… como se eu pudesse jogar tudo ao vento até que você cate alguma coisa e me responda. Pode ser que você em algum momento leia e queira voltar. E eu seria profana se desejasse sua volta?”, escreveu Fernanda na legenda.
1º BANHO
Fernanda Passos usou o Instagram nesta última sexta-feira, 25 de novembro, para relatar aos seguidores que conseguiu retomar os hábitos de higiene após ficar os últimos dias em um estado de luto absoluto por perder o marido Erasmo Carlos, que faleceu no último dia 22.
Fernanda afirmou que não queria “limpar” o que restava do amor de sua vida, e por isso não conseguia tomar banho.|
“Tomei banho! Pretinho, todos os dias quando eu tomava banho, gritava ainda do banheiro: ‘Tomei banho!’. E você respondia: ‘Oba’! Terminava o ritual e vinha te encontrar na nossa cama, eu mal me sentava e você dizia: ‘Cadê o cheirinho?'”, disse.
“Ah, amor, talvez minha falta de banho tivesse relação com isso, estava com medo! Hoje precisei tomar banho, saí e gritei… você não respondeu. Você deu o cheirinho, amor? Embora você não tivesse pedido, o pescoço estava ali”, completou.
CONVERSA ÍNTIMA
Fernanda Passos está passando por um momento muito forte de luto após a perda do grande amor da sua vida, o cantor Erasmo Carlos. Nesta sexta-feira, 25 de novembro, a viúva usou as redes sociais para fazer mais um desabafo.
Ela compartilhou um print de uma conversa em que Erasmo prometia que iria fazer uma surpresa para ela. “Erasmo, quando a gente perde o amor da vida, o amor pela vida também vai embora… não sei se ele volta, assim como também não sei se você voltará. Eu deixei de ter medo, não quero tomar cuidado”, iniciou ela.
Sempre vi o medo como um sinal de alerta e prevenção. Tive todo medo do mundo por tantos dias, e não me alertou nem preveniu de nada”, escreveu.
“Nada nem ninguém me ajudou, você está ali e sumindo ao mesmo tempo. Era muita confusão para mim, de repente você não era mais você. O que vai embora é o quê? Qual a composição do que faz você deixar de ser você? O corpo facilitava a comunicação. Um corpo inerte e sem vida parecia uma alucinação”, finalizou.
Os seguidores de Fernanda ficaram bastante preocupados com o relato e chegaram até a indicar ajuda. “Se tiver muito difícil, procura ajuda de um terapeuta. Está muito recente, eu sei, mas alivia ter com quem conversarmos”, disse uma.
DESABAFO PÓS-VELÓRIO
O velório de Erasmo Carlos foi muito intenso, principalmente para Fernanda Passos, viúva do cantor, que utilizou as redes sociais nesta quinta-feira, 24 de novembro, para refletir sobre o momento.
“Ontem sofri, além da sua perda, a maior violência que jamais imaginei daqueles parentes que a gente sabia que apareceriam! Sua família éramos seus filhos, seus netos, suas noras, seus parceiros da estrada, seus médicos, a minha família que eu ensinei a te amar, e eu!”, começou ela.
Fernanda ainda comentou sobre “pessoas mórbidas” que tentaram entrar no velório sem serem convidadas: “Meu bem, ninguém pode ser leviano assim comigo nesse momento. Já disse e repito: Dor não se compara, o buraco é escuro, frio, a queda é livre e não tem fundo. Eu descrevi para essas pessoas mórbidas que queriam um ingresso para te ver deitado o que eu vi e vivi você encarar brava e humildemente”.
“A violência que foi esse acidente aos berros! Eu não queria que ninguém te visse, te tocasse, te encarasse assim! Mas eu deixei você me guiar e sua voz no meu ouvido: Deixa para lá, meu bem! Finge que não ouviu, eu quero viver em paz. Eu só quero paz. Que orgulho da sua sabedoria”, continuou.
“Você soube se preservar e eu quero manter te preservando. Meus 1,62 eram incapazes de fazer o que eu gostaria pelos seus 1,86. Mas eu me muni das minhas armas e fui. Minhas armas eram o meu amor incondicional por você e a música. Uma guerra assistida e solitária! Daqui a pouco as pessoas vão retomar a vida, vão me esquecer e deixar de falar de você, mas eu vou continuar lutando”, finalizou.
VELÓRIO
Fernanda Passos, viúva de Erasmo Carlos, precisou ser amparada por amigos e familiares no velório do marido nesta quarta-feira, 23 de novembro. O músico morreu na terça-feira, 22 de novembro, aos 81 anos. O corpo do cantor está sendo velado no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Nas redes, Fernanda compartilhou um texto de despedida. Veja um trecho. “Eu acordei e você não estava aqui, eu renovei a assinatura do jornal para você na semana passada… hoje ele chegou com você na capa! Amor, não era a capa que você merecia, você não podia dividir espaço com ninguém! Amor, o jornal da semana, do mês, do ano tem que falar de você… você tem vida e amor para falarem de você todos os dias”, começou ela.
Roberto Carlos é aguardado para a cerimônia de despedida, que conta com uma equipe de segurança fazendo triagem dos que chegam ao local.
Dentre os famosos, Rosemary foi a primeira a chegar ao velório. A cantora falou ao Gshow. “Muito difícil! Ele era uma pessoa doce, sempre muito gentil. Levei um susto! Não sabia que ele tinha voltado ao hospital.”
Marisa Monte chegou por volta das 16h00 e conversou com a imprensa sobre o legado que Erasmo irá deixar.
Erasmo Carlos também foi homenageado por amigos de longa data que enviaram coroa de flores.
MORTE
Erasmo Carlos, de 81 anos, morreu nesta terça-feira, 22 de novembro, no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O cantor ficou mais de uma semana internado no início do mês, mas recebeu alta no começo do mês. Desta vez, chegando a ser intubado, na segunda-feira, 21 de novembro, por conta de complicações da síndrome edemigênica, que o levou ao hospital da primeira vez.
O cirurgião vascular Dr. Caio Focássio, da capital paulista membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, explicou a OFuxico o que é a síndrome edemigênica, a causa da morte do cantor Erasmo Carlos.
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O médico fala que a síndrome edemigênica é caracterizada pelo edema generalizado, ou seja, um inchaço causado por um excesso de líquido preso nos tecidos do corpo que pode ser pode ser provocada pelo mau funcionamento dos rins, fígado ou coração ou quando o corpo apresenta um desequilíbrio nas forças bioquímicas que são responsáveis pelos líquidos dos vasos sanguíneos.
“Entre os principais riscos de complicação, é que um edema não tratado pode fazer com que o líquido acumulado se desprenda dos tecidos, e possa causar a morte. Por isso é tão essencial o tratamento, que pode ser feito pelo uso de remédios para remover o excesso de líquido, mas vale lembrar ainda que a síndrome edemigênica pode ser causada ainda por uma doença subjacente”, finalizou o especialista.
TRAJETÓRIA NA MÚSICA
Erasmo Esteves, nome de batismo de Erasmo Carlos, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1941. Desde cedo, mostrava seu interesse pela música. Na juventude, esteve junto de Jorge Benjor e Tim Maia, formou a banda “The Sputniks” em 1957. Se tornou um dos membros da Jovem Guarda, junto a Roberto Carlos e Wanderléa, nos anos 60 e 70.
É dele os sucessos “Além do Horizonte”, “É Preciso Saber Viver”, “O Bom”.
Na TV, recebeu uma homenagem com o programa “Erasmo Convida” (1982), recebendo no palco da atração os amigos Caetano Veloso, Gal Costa, Jorge Ben Jor, Maria Bethânia, Nara Leão, Roberto Carlos entre outros.
Outra homenagem recebida foi no ano de 2008, em uma edição do”Som Brasil” e também no Globoplay, em 2021, quando ele completou 80 anos, Pedro Bial conversou com ele, relembrando passagens importantes da sua trajetória.
Nas novelas, ele fez parte de muitas trilhas sonoras “Locomotivas” (1977), “Livre Pra Voar” (1984), “Vida Nova” (1988), “A Lua Me Disse” (2005), “O Profeta, (1977), entre outras.
No cinema, atuou em “Minha Sogra É da Polícia” (1958), com direção de Aloisio T. de Carvalho. Seu destaque como ator chegou no ano de 1972, no filme “Os Machões”, onde atuou com Reginaldo Faria e Flávio Migliacchio e foi premiado como Melhor Ator Coadjuvante, pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
Um dos seus últimos trabalhos foi em um streaming como ator, protagonizando o longa-metragem “Modo Avião”, com Larissa Manoela. No ano de 2021, ele lançou o álbum “O Futuro Pertence à… Jovem Guarda” com oito músicas dos anos 60, viajando por todo o Brasil e comemorando seus 50 anos de carreira.
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