Adele: Um sucesso diferente e sem prazo de validade

Por - 23/05/20 às 00:00

Reprodução/YouTube

Quase cinco anos sem nenhum trabalho atual, Adele segue causando fervor à qualquer momento em que vira pauta de alguma notícia. O disco mais recente da britânica foi o 25, lançado em 2015 e que contou com uma turnê mundial. Aliás, a chegada da artista no Brasil, pela primeira vez, era esperado dentro desse período, porém as negociações não se finalizaram e ela foi para a oceania.

Nesse meio tempo, Adele passou a se dedicar mais a si mesma, ao filho; foi vista em bares curtindo muito, ao lado de amigos (inclusive Jennifer Lawrence); se divorciou, foi a um show das Spice Girls, casou a melhor amiga, Laura Lee Dockrill, mudou o visual e o mais importante: se mostra mais feliz e confiante. 

Mas como ela conseguiu se consolidar a ponto de deixar o pessoal clamando por suas composições todos os anos?

O negócio é que Adele construiu um sucesso diferenciado, que flerta com a trajetória de Amy Winehouse, só que de forma positiva, sem os pontos abusivos e problemáticos que infelizmente acabaram com a vida da estrela do jazz moderno.

Diva no mais genuíno significado, ela não sobe no salto sem um fundo de brincadeira. A garota retraída de Tottenham iniciou seu trabalho no antigo Myspace, foi descoberta pela XL Records e em 2007 chegou de mansinho com Hometown Glory, do disco 19 (2008). Outro ponto positivo! A composição não é necessariamente sobre conflitos em deixar a casa dos pais, e sim um saudosismo, uma carta à cidade natal. Quem precisou se mudar por algum motivo e passou a construir a vida por si só vai entender cada brecha da canção. 

Às vezes um artista se destaca pela presença de palco, outro pela escrita, outro pela perspicácia em produção… Adele, por sua vez, consegue somar tudo isso em sua imagem, dando sempre importância ao que é a essência da carreira: o talento. Para ela, a música não tem imagem além de um videoclipe. É feita para ser ouvida e sentida, nada mais. Não é à toa que sua voz transmite tanta emoção, angariando fãs de todas as faixas etárias mesmo que não se identifiquem 100% com a história ali exposta.

A honestidade somada a uma mistura de ritmos originais, que balançam entre o pop e R&B nada genéricos, resultaram em uma fórmula atemporal.

De uma personalidade mais pé no chão fica até difícil acreditar que Adele age fora dos padrões colocados para uma celebridade. Ela não deixa de "surtar" por quem ela é fã (alô Beyoncé e Spice Girls) e abraçou de tudo como influência, de Etta James ao pop farofa. Apesar de uma furtuna na conta bancária, o espírito de uma pessoa anônima como qualquer outra a aproxima ainda mais do público, a consolidando mais e mais.

Nessa energia, vale lembrar que as atualizações sobre ela acontecem, majoritariamente, por meio de especulações de fã-clubes, possíveis fontes próximas e os cliques dos paparazzi. A falta de exibicionismo, dizendo assim, só agrega à empatia sentida por quem a acompanha, sem contar que aguça aquela pulguinha atrás da orelha para se perguntar por onde ela anda. Nem sempre um artista que some desperta interesse em saber mais sobre ele, mas com Adele isso é um fato fora de cogitação.

Talvez, seguindo indiretamente os passos de Beyoncé, o objetivo de usar o seu dom para trilhar a profissão no meio artístico foi a decisão certeira dentro de um universo onde qualquer fator controverso se torna um divisor de águas capaz de não se unir novamente.

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