Aos 40 anos, Rafael Calomeni aproveita seu primeiro personagem maduro na tevê

Por - 05/01/13 às 14:02

Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Notícias.

A imagem de jovem forte e sarado sempre esteve presente nos papéis de Rafael Calomeni na televisão. Mas, aos 40 anos, o ator sabia que já era a hora de mudar isso. E aproveitou o convite para viver o sério Vicente de Balacobaco, da Record, para marcar essa transformação. Na pele de um empresário do ramo de importação e exportação que é chefe de uma família com direito a filho adulto, vivido por Vitor Facchinetti, Calomeni sente que pode tirar bastante proveito dessa maturidade cênica.

"Sei que o mercado exige que a gente esteja bem, mas a experiência e a tranquilidade dos 40 anos são mais vantajosas do que uma imagem jovial", compara.

Aos 40 anos, Rafael Calomeni aproveita seu primeiro personagem maduro na tevê contrato com a Record foi assinado em 2009 e vale até o ano que vem. Ainda em seu terceiro personagem na emissora, o ator lamenta não ter conseguido trabalhar em dois projetos de profissionais que admira há bastante tempo.

Para Máscaras, escrita por Lauro Cesar Muniz, ele diz que até rolaram conversas, mas não passou disso. E com Alexandre Avancini, diretor que o chamou para a Record, fez apenas a reta final de Promessas de Amor, há três anos. O reencontro aconteceria na minissérie bíblica José do Egito, mas Calomeni acabou transferido para a novela de Gisele Joras.

"Estou adorando o meu papel e não tenho motivos para reclamar. É a empresa quem decide e eu sou um funcionário. Mas quero poder reencontrar Avancini em um futuro próximo", avisa.     

O Fuxico: Balacobaco é uma novela de humor, mas seu personagem não se encaixa nesse gênero. Precisou fazer algum tipo de laboratório para interpretar o Vicente?

Rafael Calomeni: Não. Fizemos leituras e tivemos encontros com a Gisele (Joras, autora) para entendermos melhor cada personagem e estabelecermos as relações entre os núcleos. Mas não passou muito disso. Algumas pessoas sentem mais falta de laboratório, já eu fiquei satisfeito. É uma novela do dia a dia, o que se vê ali é o que se observa na vida. E desde que fiz Sete Pecados, conto com a ajuda da preparadora Helena Varvaki para construir meus personagens. Me deixa mais seguro. 

OF: Você está com 40 anos e, curiosamente, esta é a primeira vez que encarna um tipo mais maduro na tevê. Sentia falta disso?

RC: Sim. Eu tenho cabelo branco e me comporto como alguém de 40 anos. O que mais eu gostaria de fazer – e espero conseguir em breve – é poder me desmontar completamente e mergulhar cada vez mais nesse abismo que distancia o jovem do maduro. Eu sei que o mercado exige que a gente esteja bem, mas a maturidade é mais interessante do que essa imagem jovial demais que se passa. E eu não fico atrás disso. Sei que aparento ser mais novo, mas minha família toda é assim. Não fico buscando isso o tempo todo e nem vivo neuras em relação ao tempo. Acho que até os personagens se tornam mais interessantes.

OF: Você estava reservado para fazer José do Egito. Mas, de repente, foi transferido para Balacobaco. O que aconteceu?

RC: Na verdade, o Alexandre Avancini (diretor de José do Egito) me chamou para experimentar uma caracterização para o Faraó da minissérie. Fiquei contente porque foi ele quem me trouxe para a Record e só trabalhamos juntos na reta final de Promessas de Amor. Nos encontramos, fizemos a caracterização e eu mesmo fiquei surpreso porque o resultado foi incrível. Ele bateu no meu ombro e disse que eu faria. Claro que me empolguei, é um papel e tanto! Mas, dois dias depois, o Fernando Rancoleta (diretor de elenco da Record) me ligou falando de Balacobaco. Avisei que tinha conversado sobre a minissérie e ele pediu que eu relaxasse e que, agora, o convite era para a novela. Essas decisões são tomadas na empresa, pela direção da emissora mesmo. Estou curtindo bastante, mas ainda quero muito trabalhar com o Avancini de novo. 

OF: Você começou a carreira como modelo. Depois que fez Mulheres Apaixonadas, passou a se dedicar com mais empenho à interpretação. Como avalia essa trajetória nos últimos 10 anos?

RC: Eu sempre gostei de teatro, desde os tempos de escola. E, como modelo, não tinha muito saco para passarela, ficar horas em pé com um monte de gente mexendo no meu cabelo, na minha pele… Curtia comercial, câmera ligada. E vivi um período em que era bom ser modelo. Hoje não, está muito banalizado. Você vê na tevê umas pessoas dando entrevistas em programas e telejornais e, volta e meia, aparece na legenda Fulano de tal, modelo. Na minha época, não era assim. Éramos uns 30, 40 homens no Brasil que trabalhavam bastante. Mas eu percebia que já estava mudando e que isso ia acabar acontecendo. Ainda curto fazer fotos e comerciais, mas meu foco hoje é mesmo a minha carreira de ator.  

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