Autora investe em mistura de gêneros em Balacobaco, nova trama da Record

Por - 29/09/12 às 18:02

Luiza Dantas/ Carta Z Noticias

Retraída e de poucas palavras, Gisele Joras destoa da maioria dos autores de novelas. Usualmente, todos eles gostam de falar sobre tramas e detalhes de suas obras. E nem mesmo a estreia de Balacobaco, seu próximo trabalho na Record, leva a autora a um discurso mais empolgado.

"O telespectador vai ver melodrama, romance, vilanias e comédia. Gosto muito da mistura de gêneros. É basicamente isso", resume.

Substituta de Máscaras, intrincada trama de Lauro César Muniz – que foi encurtada pela baixa audiência –, Balacobaco estreia na próxima quinta-feira, dia 4 de outubro, com a missão de recolocar a principal novela da emissora na vice-liderança e nos dois dígitos de audiência. No entanto, Gisele nega qualquer pressão da cúpula da Record com o êxito de seu trabalho.

"A direção já tinha lido e aprovado a sinopse há algum tempo. Apenas decidiram colocar a novela no ar antes do previsto", minimiza a autora, que estava em Londres, estudando Literatura Inglesa, quando soube que seu texto iria ao ar ainda este ano.

Em sua terceira novela, a escritora carioca foi descoberta pela Record em 2006, ao vencer um concurso de autores de telenovelas promovido pela emissora. No ano seguinte, assinou a dramática Amor e Intrigas, e em 2009 flertou com a comédia ao adaptar para o Brasil a trama colombiana Betty, A Feia, que por aqui se chamou Bela, A Feia. O tom deste trabalho, inclusive, é uma referência para Balacobaco.

"O humor sempre permeou meu trabalho. Mas isso foi mais intenso em Bela, A Feia'. Esse clima mais divertido e engraçado é revisitado na nova novela", justifica.

O Fuxico – Balacobaco é um folhetim extremamente tradicional e com atrativos bem populares, assim como Avenida Brasil e Cheias de Charme, da Globo. Depois do fiasco de Máscaras, houve alguma indicação da Record para que sua história fosse mais acessível e comercial?

Gisele Joras  – Eu escrevo por prazer e não por encomenda. Não tive essa preocupação. Eu estava em Londres e não acompanhei esse processo que centralizou algumas tramas em uma esfera mais popular e nem a crise de Máscaras. O que me move nesta nova novela é, simplesmente, o gosto pela escrita. Não teve nenhum tipo de cobrança.

OF – Pela baixa audiência, Máscaras chegou ao fim cinco meses antes do previsto. Como você lidou com o pouco tempo para estruturar sua trama e estrear ainda em 2012

GJ – A sinopse de Balacobaco estava pronta há muito tempo. Escrevi os primeiros capítulos durante a minha estadia em Londres e intensifiquei o trabalho assim que cheguei ao Brasil, em agosto. Não passei grandes apuros para escrever a novela, porque toda a base estava pronta.

OF – O título da novela Balacobaco é de responsabilidade da direção de teledramaturgia da emissora. Você é do tipo de autora que lida bem com essas interferências em seu trabalho?

GJ – Televisão é um trabalho muito coletivo. Não dá para você querer emplacar apenas as suas ideias a todo momento. Eu respeito muito a opinião da minha equipe e da direção da Record.

OF – Mas ficou satisfeita com o título?

GJ – Gostei bastante. Resume bem o espírito da trama e é mais divertido do que Passado Próximo, que era o nome provisório. É uma trama solar e carregada de comédia, então acho que combinou.

OF – Balacobaco é seu terceiro trabalho seguido em parceria com o diretor Edson Spinello. Você se limita a escrever, ou chega a dar algumas sugestões na parte técnica da obra?

GJ – Por conta do entendimento e da boa repercussão de Amor e Intrigas e Bela, A Feia, a gente já tem todo um método de trabalho que dá muito certo. O sucesso de qualquer parceria é ter afinidade e confiança no outro. E eu confio na visão do Edson para o meu texto. Questões iniciais, como escolha de elenco, eu participo. Mas com a novela no ar, faço a minha parte, dou o melhor de mim na escrita e sei que ele estará fazendo a mesma coisa no estúdio.

 Balacobaco – Record, de segunda a sexta, às 22 h.

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