Gustavo Mendes, a Dilma da web: ‘Meu papel é fazer rir’

Por - 05/07/16 às 12:49

Reprodução

Interpretar uma outra pessoa é sempre difícil, seja pela dificuldade em trazer seus trejeitos em uma personalidade já existente ou lidar com as críticas – sempre existentes e muitas vezes ofensivas.

No entanto, para Gustavo Mendes, nascido na cidade de Guarani, em Minas Gerais, o público se levanta para aplaudir sua caracterização da presidenta Dilma, durante suas apresentações com o espetáculo Dilmais, onde ele ainda traz Maria Bethânia, Alcione, Roberto Carlos e Ana Carolina.

“Desde sempre percebi que tinha talento para a comédia. Acho que a grande "sorte" que tive na vida foi essa, eu descobri desde muito novo o que queria ser na minha vida, qual profissão seguiria. Nunca fiz nenhum curso artístico, mas comecei a trabalhar muito cedo, desde os oito anos de idade, aprendi fazendo, a base de experimentações, erros e acertos”, disse ele ao site OFuxico.

Com trabalhos em emissoras como a Rede Record e a Globo, onde participou da novela Cheias de Charme, Gustavo conta que tem gostaria de comandar um programa de TV.

“Faço minhas séries de humor no Multishow, amo, lá tem minha cara, minha alma. Meu caminho na TV passa por ter meu programa de auditório e variedades, é isso o que quero fazer”, conta ele.

No humor há um bom tempo, o comediante comentou sobre a liberdade de expressão na profissão, vista por muitos como um campo perigoso, onde qualquer frase fora do contexto pode representar um discurso de ódio.

“Há dois limites, o de quem faz e o de quem assiste. Não há uma regra e nem deve haver. O humor tem hábeas corpus preventivo. Eu tenho meus limites, mas são os meus limites, eu tenho restrições, mas são as minhas restrições e essas podem não ser a de outros. Já o espectador tem o controle remoto para mudar de canal”, disse.

Fã desde Chico Anysio à Xuxa, o mineiro carrega a representação da presidenta Dilma como uma de suas personagens mais marcantes. No papo com o site OFuxico, Gustavo falou sobre lidar com a política em cima dos palcos em relação ao público.

“Pouquíssimas vezes ouvi ofensas sobre Dilma no meu cotidiano, tenho a sorte de ter um público politizado, mais adulto, mas é claro que há alguns garotos – suponho eu que sejam garotos, nenhum adulto em exercício perfeito de suas faculdades mentais usaria a internet pra deferir ofensas – que xingam (…) Meu papel é fazer rir, entreter, todos os públicos, mas também acho que a arte é um importante artifício de reflexão, de tudo, inclusive política", diz.

"Agora inventaram esse pejorativo termo "petralha" pra qualquer um que tenha um posicionamento de esquerda, como se todo o PT fosse uma quadrilha e como se toda a esquerda brasileira resumisse ao PT, coisa de gente burra generalizar. Eu nunca tive filiação partidária, mas sou artista, brasileiro, cresci na pobreza, venci a pobreza, parte da minha família é negra, não há outra posição razoável politicamente, a não ser esquerda. Sou de esquerda”, concluiu ele. 

 

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