Insuficiência Cardíaca: Saiba mais sobre a síndrome que levou Faustão à internação
Por Redação - 17/08/23 às 19:55 - Última Atualização: 18 agosto 2023
Conforme noticiado, nesta quinta-feira, 17 de agosto, Fausto Silva está internado desde o dia 05 de agosto, mas a notícia só foi revelada nesta data por meio de um comunicado do Hospital Israelita Lbert Einstein.
“Fausto Silva está internado desde o dia 05 de agosto para o tratamento de compensação clínica de insuficiência cardíaca. Neste momento, encontra-se estável e em cuidados intensivos”, declarou um comunicado da instituição, emitido pelo Dr. Fernando Bacal, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein e Dr. Miguel Cendoroglo Neto, Diretor-Médico e Serviços Hospitalares do Hospital Israelita Albert Einstein.
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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica, que tem como característica a incapacidade do coração de atuar adequadamente como bomba, seja por déficit de contração e/ou de relaxamento, comprometendo o funcionamento do organismo, e quando não tratada adequadamente, reduzindo a qualidade de vida e a sobrevida do paciente.
Existem tipos de Insuficiência Cardíaca:
- Sistólica – Quando existe déficit de contração
- Diastólica – Quando há alteração de relaxamento das câmaras cardíacas, além disso, pode acometer os ventrículos esquerdo e/ou direito.
A Síndrome da Insuficiência Cardíaca, de acordo com médicos especialistas do Hospital Albert Einstein, é considerada a via final comum das agressões sobre o coração. Sendo assim, os fatores de risco cardiovasculares estão diretamente relacionados quer seja de forma independente, como a hipertensão arterial ou em conjunto (diabetes, hipertensão arterial, tabagismo, dislipidemia, sedentarismo) culminando no desenvolvimento da doença arterial coronariana que pode levar ao infarto agudo do miocárdio ou diminuição da performance do coração por déficit crônico de perfusão do músculo cardíaco.
OUTRAS CAUSAS
- Doenças que acometem as válvulas cardíacas (degenerativas ou inflamatórias)
- Doenças congênitas, etilismo, doenças genéticas, auto-imunes, inflamatórias, por toxicidade (tratamento de câncer, anorexígenos e simpatomiméticos)
- Doenças infecciosas (mais comumente virais ou mediada por parasita)
- Pela incapacidade do coração em se contrair e/ou relaxar adequadamente, quando existe um acúmulo progressivo de sangue nos pulmões, levando a intolerância ao exercício, falta de ar ao deitar, fraqueza, astenia, tosse seca e também, devido ao acúmulo de sangue no organismo como um todo, inchaço nas pernas e abdome.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da insuficiência cardíaca é clínico: é levada em consideração a história contada pelo paciente de intolerância aos esforços, falta de ar ao deitar e inchaço nos membros inferiores ou abdome, e unido a possíveis achados do exame físico de acúmulo de sangue nos pulmões e no organismo como um todo.
O ecocardiograma é o exame que confirma a insuficiência cardíaca, além de substâncias produzidas pelo coração insuficiente que também podem auxiliar no diagnóstico. O importante para se ter um diagnóstico é buscar a causa, que vai determinar o tratamento correto.
PREVENÇÃO
Ainda segundo o site do Hospital Albert Einstein, a prevenção dos fatores de risco cardiovasculares é fundamental para reduzir o desenvolvimento da insuficiência cardíaca. Isso inclui um tratamento adequado da hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, tabagismo, sedentarismo.
Condições higiênicas e de moradia (como forma de evitar contrair a doença de Chagas, por exemplo), redução da ingestão de álcool, acompanhamento de familiares de pacientes com insuficiência cardíaca de causa indeterminada, bem como de pacientes que utilizam certos quimioterápicos.
Por se tratar de uma doença que leva a acúmulo de líquido nos pulmões e no organismo como um todo, o uso de diuréticos e orientação de restrição de ingestão de sal e líquidos para os pacientes sintomáticos é parte fundamental para alívio dos sintomas.
Há medicamentos que atuam em mecanismos que podem amplificar a lesão do coração e, quando utilizados de forma combinada, podem estabilizar ou até mesmo reverter a disfunção cardíaca. Mas sempre se deve ter o acompanhamento médico para melhor tratamento, jamais se automedicar.
Em alguns casos, mais específicos, podem ser considerados o uso de marcapasso biventricular que auxilia na ressincronização da contração das câmaras cardíacas e o cardiodesfibrilador implantável, que reduz o risco de morte súbita (por arritmia).
Cirurgias podem ser pensadas, dependendo dos casos: correção de cardiopatias congênitas, revascularização miocárdica na presença de doença arterial coronariana obstrutiva e as trocas valvares em situações de comprometimento das válvulas cardíacas. Pode ocorrer, até mesmo, a necessidade de um transplante cardíaco, dependendo da gravidade do caso e tentativas de controles.
SEM HORA PARA ACONTECER
A insuficiência cardíaca não tem idade, nem hora para aparecer. É estimado pelo Hospital que sua prevalência ocorre em 1 a 2% da população, além disso, por se tratar da via final comum de agressões sobre o coração, incide de forma progressiva com o aumento da idade.
Após os 55 anos, existe um risco de aproximadamente 30% de desenvolvimento da insuficiência cardíaca. Já depois dos 70 anos, mais de 10% da população pode ser acometida pela insuficiência.
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