Maria Eduarda já se despede de Lado a Lado

Por - 29/09/12 às 15:03

Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Notícias

Atuar em uma trama de época sempre foi um desejo de Maria Eduarda. Mas a intérprete da injustiçada Eliete, de Lado a Lado, da Globo, mal teve tempo de saborear a história do início do século passado e já se despede da personagem escrita por João Ximenes Braga e Claudia Lage.

Convidada para uma participação em apenas alguns capítulos, a atriz deixa a trama após o primeiro mês. Mesmo assim, participou de todo o processo de workshop e preparação com o elenco. Um aprendizado que, garante, vai levar para futuros trabalhos.

"Tivemos aulas de história, música e aspectos culturais e sociais do início do Século XX. A trama mostra uma época bem legal, do nascimento do samba. É material que certamente vou poder usar em outros trabalhos, mesmo que indiretamente", avalia.

No folhetim, Eliete é uma atriz que participa da montagem de A Megera Domada, de William Shakespeare, peça encenada pela companhia de teatro liderada por Mário Cavalcante, personagem de Paulo Betti. Mas, como a camareira Neusinha – vilã vivida por Maria Clara Gueiros -, quer tomar o lugar da principal estrela do grupo, a deslumbrada Diva, papel de Maria Padilha, Eliete é a primeira a ser derrubada por ela.

"Essa história tem um tom de A Malvada (filme americano de 1950, estrelado por Bette Davis). Acredito que, futuramente, ela consiga o papel de protagonista do espetáculo, dando uma bela rasteira na Diva", supõe Maria Eduarda.

Apesar da aparição rápida na história, inicialmente, houve o interesse da equipe em apagar algo que já é quase uma marca registrada de Maria Eduarda no ar: o cabelo ruivo. A ideia era que o trio composto por Eliete, Diva e Neusinha mesclasse cores diferentes. E que Diva fosse a ruiva do grupo. Mas, depois de algumas reflexões a respeito de outras questões referentes ao núcleo, chegou-se à conclusão de que era melhor manter tudo como está: Maria Padilha loura, Maria Clara Gueiros morena e Maria Eduarda ruiva. A ideia de tingir os fios naturais até assustou a atriz, mas ela jura que toparia.

"Sou atriz. Não é isso que quero fazer? Então, se necessário, preciso me entregar inteira", assegura.

Interpretar uma mulher que vive do trabalho no teatro não chega a ser uma zona de conforto para Maria Eduarda. Isso porque, na verdade, as condições de trabalho em 1904 eram bem diferentes das que a atriz presenciou quando, aos 14 anos, começou a se profissionalizar no Tablado, conceituado curso de Teatro da Zona Sul carioca.

"Fiquei cinco anos lá. Depois, fui fazer faculdade de Artes Cênicas na Unirio", lembra ela, que desde criança juntava os primos no final do ano para encenar alguma coisa e mostrar à família.

"Era insuportável. Acho até que eles têm meio que uma mágoa de mim por isso", brinca, soltando uma cativante gargalhada.

Enquanto aguarda ser chamada para outros compromissos na tevê – Maria Eduarda é contratada da Globo –, a atriz pretende investir seu tempo no teatro. Sua vontade é levar a peça Inbox em excursão pelo Brasil. O espetáculo, escrito por Clarice Falcão e Gregório Duvivier, ficou em cartaz por pouco tempo no Rio. A meta agora é conquistar espaço em diversas cidades do país.

"Mas teatro é mais complicado, a gente tem de fazer acontecer. Estamos tentando, nos movimentando para isso. Tomara que saia algo em breve", torce.

"Lado a Lado" – Segunda a sábado, às 18 h, na Globo.

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