Negra Li, Leila Moreno, Cindy e Quelinah são As Antônias
Por admin - 07/11/06 às 09:25
Do lado de fora, um galpão sombrio, daqueles que nos remetem às ruas ainda mais sombrias do bairro americano do Bronx, nos Estados Unidos. Uma pequena porta se abre – pequena mesmo, daquelas que é preciso abaixar para não bater a cabeça. Lá dentro, outro clima. Decoração totalmente arrojada, luz baixa, mas sem passar a impressão de “inferninho”. Muito pelo contrário. Foi num ambiente elegante, mas sem pompas, que Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah e Cindy Mendes foram apresentadas à imprensa na noite de segunda-feira (6), no Bar de Quinta, em São Paulo.
As quatro são as estrelas da nova série da TV Globo, Antônia, que estréia dia 17 de novembro. Em cinco episódios – cada um dirigido por um profissional diferente – será mostrada a história de quatro amigas que têm em comum o sonho de dar ao grupo musical Antônia uma trajetória de sucesso. A história se passa na vila Brasilândia, em São Paulo e mostra, acima de tudo, um pouco da vida real das atrizes-cantoras.
“Vivi tudo o que é retratado no seriado. Só não fui presa como a minha personagem. De resto, lutei igualmente a ela. Acho que esse trabalho vai desmistificar a soberania masculina no rap e no hip hop. Na tevê se vê apenas mulheres lindas e rebolativas, dançando e servindo de objeto de desejo para os cantores. Vamos mudar esse pensamento e mostrar que a mulher é bem mais do que isso”, desafia Leilah.
O seriado foi criado com base no filme homônimo, de Tata Amaral. O longa, contudo, só será exibido em fevereiro de
As quatro protagonistas são, de fato, cantoras, e foram escolhidas entre 600 candidatas. Negra Li e Leilah Moreno já são conhecidas do público. As outras duas circulam sem problemas nos redutos hip hop de São Paulo. A idéia do programa nasceu a partir de um documentário sobre hip hop, feito em 2001 pro Tata Amaral.
“Descobri que os jovens estavam cansados de ter a imagem associada à pobreza. Essa moçada propõe a transformação através da música”, destaca.
Sandra de Sá, na pele de Maria, mãe de Preta; Tobias da Vai-Vai como Paulo, pai da personagem de Negra Li e o rapper Thaíde também participam do programa.
Sandra, após conferir a exibição do primeiro capítulo, apresentado na ocasião, ligou para o filho, Jorge de Sá.
“Filhote, mamãe não vai fazer feio não!”, diz, entusiasmada.
Parceria só na tela
A trilha sonora foi composta pelas próprias atrizes-cantoras. Negra Li, nascida e criada no local, emprestou um quarto nos fundos da casa da mãe para que as outras três protagonistas pudessem armar um quartel-general, já que todas moram em locais distantes. Essa proximidade acabou por facilitar o processo de composição das cenas. Apesar do entrosamento, as quatro não pretendem levar para fora da tela à parceria musical da ficção.
“Estamos focadas no nosso trabalho solo agora que as coisas estão acontecendo. Eu vim de um grupo, que virou uma dupla e só agora consegui meu caminho. Mas nada impede que agente volte a cantarem juntas, algum dia”, diz Negra Li.
Acostumadas a circular livremente pelas ruas, as meninas riem quando perguntadas se estão prontas para a fama.
“Uma conhecida minha disse que eu não vou mais conseguir sair de casa. Será que vai ser assim mesmo?”, questiona Negra Li.