O que é o Jogo do Tigre? Saiba quais famosos são investigados!

Por - 05/12/23

Neymar - Jogo do TigreNeymar é embaixador de um cassino on-line - Foto: Reprodução

A prisão de influenciadores contratados para aliciar pessoas a aposta no chamado “Jogo do Tigre”, um jogo on-line que promete ganhos fabulosos, está repercutindo entre famosos. A atividade, considerada ilegal por autoridades brasileiras, tem ganhado as redes sociais com influenciadores e celebridades dando dicas sobre como jogar.

Através de promoções e rifas eletrônicas, os “incentivadores” ganhavam entre R$ 10 e R$ 30 por cada novo cadastrado nas plataformas, de acordo com uma reportagem investigativa do “Fantástico”.

No último dia 19 de novembro, a polícia aprendeu carros e dólares em espécie de dois influenciadores, que pertenciam a um grupo cuja movimentação, ao longo de seis meses, é estimada em R$ 12 milhões.

Além da exploração de jogos de azar, os influenciadores são investigados ainda por suspeita de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

https://twitter.com/CiroDaCostaRoc2/status/1731470263282290801

Quem são os famosos envolvidos no Jogo do Tigre?

A polêmica tem atingido nomes como Neymar, Mel Maia, Felipe Neto, Viih Tube, Carlinhos Maia, GKay, MC Poze do Rodo, Orochi, MC Mirella, clubes como Santos Futebol Clube, Botafogo de Futebol e Regatas e Atlético-GO, entre outros. Alguns deles chegaram a defender publicamente a empresa para qual prestaram serviços.

Depois que a prisão de um grupo de influenciadores foi decretada por aliciar pessoas a apostar dinheiro no Jogo do Tigre, Carlinhos Maia se pronunciou na segunda-feira, 04 de Dezembro, sobre o caso, depois de ser cobrado por divulgar jogos de azar

“Esse negócio do Tigrinho que passou no ‘Fantástico’ não tem nada a ver comigo, tá gente? Eu faço o Esporte da Sorte, que por sinal, é o mesmo que está na Rede Globo de Televisão, que está no ‘Big Brother Brasil’”, disse Maia, se defendendo de qualquer possível envolvimento com a plataforma investigada.

Quem também se pronunciou foi Felipe Neto: “Um dia vocês vão descobrir que os ataques à Blaze foram coordenados. Há intenção por trás, há interesse. A Blaze é igual a todos os sites de apostas e cassinos do mundo. Por que perseguir só um site? Todos são cassinos, todos têm reclamações (como qualquer empresa), todos representam risco, nenhum pode ser processado porque não há regulação no Brasil, todos estão em paraísos fiscais justamente pela falta de regulação”, escreveu Felipe Neto, que se arrependeu depois e apagou a publicação.

Vale destacar que mesmo que os famosos já tenham se envolvido com a plataforma, isso não significa que serão presos como os influencers do “Jogo do Tigrinho”.

A Blaze é uma plataforma de cassino virtual e de apostas (especialmente esportivas). Mesmo que os jogos de azar sejam proibidos no país, o site se ampara por uma brecha na legislação por ter sua sede no exterior e funcionar exclusivamente on-line. Segundo dados divulgados pela empresa, a plataforma já acumula 40 milhões de usuários.

O que está acontecendo?

A Polícia Civil do Estado de São Paulo está investigando o envolvimento de diversos influenciadores digitais, entre eles Deolane Bezerra, a irmã dela, Dayanne Bezerra, a influenciadora Débora Paixão, o funkeiro MC Gebê, a tiktoker Alannis Proença, o influenciador Emerson Preto, a influenciadora Alyne Lary, entre outros, nos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e delitos contra o sistema financeiro.

A investigação está a cargo da 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Fraudes Financeiras e Econômicas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).

No documento, ao qual o portal Em Off teve acesso, os influenciadores citatados utilizam seus perfis nas redes sociais para divulgar links que indicam ao apostador em qual banca virtual e momento exato a aposta pode ser realizada, prometendo um retorno financeiro elevado.

Segundo a denúncia, eles postam links que redireciona os seguidores para sites especializados em jogos de azar, mas sem se responsabilizar pelos pagamentos dessas plataformas. Além disso, eles lucram e ganham uma porcentagem em cima de tal divulgação. 

“Oportunistas com anseio de ganhar dinheiro ilegalmente, se utilizam das redes sociais digitais como Instagram e Facebook (…) para realizarem, sem autorização, jogos de azar, o que demonstra claramente o meio de contravenção penal digital ‘jogo do bicho por meio digital’”, diz um trecho do documento que aborda os detalhes da investigação. 

Por conta disso, a Polícia Civil de São Paulo solicitou à Justiça o bloqueio dos perfis de diversos influenciadores nas redes sociais.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino