Restabelecido, Joãosinho Trinta pensa em voltar ao Carnaval

Aos 71 anos e ainda internado no Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, onde desde abril se recupera de um segundo derrame que sofreu em novembro de 2004, Joãosinho Trinta sonha em voltar à Marquês de Sapucaí, palco dos desfiles do Carnaval carioca. Ele se locomove com cadeira de rodas e, na noite de segunda-feira, dia 12, surpreendeu a platéia do Espaço Cultural do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na Capital Federal, ao comparecer na abertura da exposição Arte Heráldica, Histórias de Família.

“O Joãosinho está tendo uma recuperação extraordinária. Está risonho, conversador e adora falar de Carnaval. E ainda está esperançoso de disputar um título nos próximos anos”, contou ao jornal Extra, de quarta-feira, 14, o seu amigo e ex-aluno Henrique Arthur de Souza, autor do livro Entrelaços de Famílias, que trata da história e dos brasões das famílias de mais de 800 personalidades, e está servindo de idéia para um novo enredo de Joãosinho.

Henrique Souza revela ainda que freqüenta com assiduidade o hospital onde o carnavalesco se convalesce, e diz que ele vem apresentando melhoras significativas. Segundo ele, na semana passada, Joãosinho ficou livre do aparelho de traqueostomia e passou a respirar por conta própria.

“Ele está completamente lúcido e consegue falar, apesar de pausadamente e devagar”, afirmou Henrique, ao jornal.

Atualmente, o carnavalesco faz fisioterapia para recuperar a mobilidade das pernas, se locomove com cadeira de rodas e interroga os médicos com a seguinte questão: “quando vou sair daqui?”.

Histórico do problema de saúde

Joãosinho Trinta foi transferido para o Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, no mês de abril, depois de ficar internado em estado grave nos Hospitais Samaritano e São Lucas, no Rio de Janeiro, por cinco meses.

O carnavalesco sofreu um segundo Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 27 de novembro, enquanto descansava no barracão da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, para a qual preparava o enredo Singrando Mares Bravios, que falava sobre a evolução da indústria naval. 

Por conta de sua doença, quem terminou de desenvolver o enredo foi seu assistente Wanny Araújo. A Vila Isabel ficou em décimo lugar no desfile de 2005.

O primeiro AVC que o carnavalesco sofreu foi em 1997, quando comandava o Carnaval da Unidos do Viradouro. Ele surpreendeu platéia e jurados ao aparecer na frente da escola de Niterói, que conquistou o título, com o braço direito parcialmente paralisado. O segundo AVC não lhe deixou com seqüelas físicas.